Dia 16 de fevereiro de 2016

via Articulação no Semi-Árido

via Articulação no Semi-Árido: "Para mim, a lição que fica é o alerta sobre os agrotóxicos, pois sabemos que são perigosos e causam danos á saúde. É uma maravilha não ter mais que fazer uso dessas substâncias". Elizênio Benício Coelho, agricultor de Araripina (PE). Saiba mais: http://migre.me/sZCgH

Anvisa recusa banimento de agrotóxico baseado em parecer dos próprios fabricantes

Das três substâncias que são reavaliadas desde 2008, Anvisa quer manter duas no mercado. Para isso, vai contra o parecer da Fiocruz e se apoia nas próprias empresas fabricantes dos agrotóxicos

da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa publicou neste mês seu parecer sobre a reavaliação de 3 tipos de agrotóxicos que estavam sob análise desde 2008. No caso do Carbofurano, a indicação é de banimento da substância, porém para o Tiram e Lactofem, a indicação é de permanência. Os pareceres técnicos estão agora disponíveis para consulta pública no site da Agência.

O detalhe intrigante é a influência aberta dos fabricantes dos Tiram na avaliação do produto. A Anvisa havia solicitado um parecer sobre o produto à Fiocruz, entidade pública notadamente comprometida com a saúde da população. No parecer técnico final da Anvisa, há um trecho no mínimo curioso:

Segundo a TTF, os estudos derivados da literatura científica revisados pela Fiocruz, na Nota Técnica enviada à Anvisa, possuem falhas graves e não deveriam ser utilizados para análise de risco. Sendo assim, a TTF conclui que essa revisão não inclui qualquer informação nova e confiável que altere a classificação de risco do Tiram (PICCIRILLO & KOENIG, 2015).

TFF é a sigla para Tiram Task Force, em português Força Tarefa para o Tiram. Ela é formada pelas empresas Taminco US Inc., Arysta Life Science e Chemtura Europe, todas fabricantes de agrotóxicos à base de Tiram. A referência citada (PICCIRILLO & KOENIG, 2015) é uma comunicação privada da TFF para a Anvisa, à qual o público não tem acesso. Assim como também não teve acesso à Nota Técnica da Fiocruz. Apenas a TFF teve.

Diante da guerra de interpretações, consideramos …

Diante da guerra de interpretações, consideramos que o mais prudente é publicar e ler novamente a Nota Técnica assinada por diversos Grupos de Trabalho da Abrasco. A nota não estabelece uma relação explícita entre o larvicida Pyriproxyfen e os casos de microcefalia. Mas é bem claro ao alertar os perigos que a população corre ao ser exposta a este e outros venenos: "(...) houve, em 2014, a introdução do larvicida Pyriproxyfen, e mesmo sabendo-se de sua toxicidade como teratogênico e de desregulação endócrina para o mosquito, foi considerado de baixa toxicidade. E, mais uma vez, o MS recomenda o seu uso em água potável, para ser adicionado nos reservatórios e caixas de água, independentemente da quantidade de água no seu interior, tornando a concentração mais elevada quando em situações de racionamento de água. "Diante de produtos que têm efeito teratogênico em artrópodes, o que pelas normatizações para registro de agrotóxicos seria vedado seu uso na agricultura, por razões de segurança alimentar, perguntamos como aceitar o uso em água potável destinado ao consumo humano? O que dizer desse uso em um contexto epidêmico de má formação fetal? No estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, recentemente decretado pelo MS, conforme noticia a grande mídia, está sendo preconizado o uso de larvicida diretamente nos carros-pipas que distribuem água nas regiões do Agreste e Sertão do Nordeste. Alertamos que esta é a mais recente medida sanitária absurda e imprudente imposta pelos gestores do modelo químico de controle vetorial."

Não é somente através dos agrotóxicos que as …

Não é somente através dos agrotóxicos que as multinacionais evenenam a população mundial, sobretudo as mais pobres. O relatório A CARBONATAÇÃO DO MUNDO – A comercialização e o impacto de bebidas com açúcar na saúde, em países de baixa e média renda, mostra como a indústria de bebidas açucaradas busca compensar as perdas nos países ricos por meio de agressiva estratégias de aumento de consumo e de vendas nos países de baixa e/ou média renda, como Brasil, Índia e México. Leia notícia completa no site da Abrasco Divulga: