Dia 28 de março de 2016

Gorete e Olair exibem uma grande diversidade de …

Gorete e Olair exibem uma grande diversidade de produtos plantados em sua lavoura sem nenhum agrotóxico: “Trabalhar com o alimento é trabalhar com a vida, é questão de respeito com a sociedade”, defende Olair. O casal faz parte da associação que trabalha com alimentos orgânicos no Itapuí, assim, as plantações ficam em meio à mata nativa da região e a policultura é incentivada para o enriquecimento do solo.

Fomos surpreendidos com a informação de que a …

Fomos surpreendidos com a informação de que a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul aprovou o PLS 680/2015, que busca alterar o termo agrotóxico por “produto fitossanitário”. Apesar de haver uma justificativa em torno de questões de normalização de nomenclatura, o parecer do Senador Dário Berger (PMDB-SC) deixa transparecer claramente a real intenção do PLS 680/2015. No penúltimo parágrafo, ele afirma que “o uso da expressão 'agrotóxico' atenta contra a valorização da produção rural brasileira”, e que “o termo tem representado uma campanha de marketing negativa para a produção rural brasileira.” Em nossa humilde opinião, o que realmente atenta contra a valorização do agronegócio brasileiro é o fato de sermos um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo desde 2008. O marketing negativo é provocado pelos U$12,2 bilhões que a indústria dos venenos lucrou no Brasil em 2014, vendendo quase um milhão de toneladas de agrotóxicos. O que os envergonha são as 34.147 intoxicações notificadas pelo SUS entre 2007 e 2014, e a estimativa de que este número seja 50 vezes maior. Assim, entendemos que mudar o nome é tentar esconder o perigo que os agrotóxicos causam para a saúde da população.

Álvaro Dias, do PV, quer banir os agrotóxicos? Não, só o nome mesmo!

Isso mesmo. Pelas sombras da crise política, o agronegócio vai se movimentando para, aos poucos, destruir a legislação brasileira sobre agrotóxicos. Desta vez, a tentativa é de mudar o nome "agrotóxico" para "produto fitossanitário". A desculpa utilizada é uma suposta normalização do nome junto aos países do Mercosul. Mas a verdadeira intenção, declarada abertamente, é de livrar a produção rural brasileira do marketing negativo gerado pelo nome agrotóxico. Porque deixar de usar venenos, nem passa pela cabeça dos ruralistas.

Entendemos que mudar o nome é tentar esconder o perigo que os agrotóxicos causam para a saúde da população.

Vote aqui no site do Senado contra o texto: https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaotexto?id=180985

Abaixo, carta enviada pela Campanha Contra os Agrotóxicos ao Senador Roberto Requião, que preside a Comissão de Representantes do Parlasul, onde a proposta foi aprovada:

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Prezado Senador Roberto Requião,

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida reúne cerca de uma centena de organizações no Brasil com o objetivo de denunciar o uso dos agrotóxicos em nosso país e estimular o desenvolvimento de ações para a produção de alimentos saudáveis.

Nos seus quase 5 anos de existência, um dos campos de ação da Campanha é o acompanhamento da movimentação legislativa da Frente Parlamentar Agropecuária, ou Bancada Ruralista. Nos últimos anos, diversos projetos de lei vêm sendo apresentados, sempre no sentido de enfraquecer a regulação estabelecida pela Lei 7802/1989 e facilitar a aprovação de mais venenos.

Se não mata o mosquito, serve pra que??? …

Se não mata o mosquito, serve pra que??? Denise Valle, pesquisadora da Fiocruz, explica que o uso indiscriminado dos inseticidas provocou a ineficácia dos produtos. “Isso era uma ação de emergência, mas substituiu a eliminação dos focos”, frisa. Até 2000 se usavam compostos organofosforados para controle do Aedes, mas, com o tempo, o produto perdeu a eficácia e deu lugar a um veneno diferente, da classe piretroides. São os mesmos vendidos em supermercados. Contudo, o mosquito também ficou imune a eles. “A resistência a esses inseticidas se deu em apenas três anos. Leva-se até 30 anos para se constituir um novo produto”, pontua.