Dia 6 de junho de 2018

Editorial: Agroecologia rima com democracia | Brasil de Fato

Construída pela primeira vez em 2002, a Jornada de Agroecologia completa em 2018 sua 17ª edição, fruto da construção dos agricultores e agricultoras paranaenses que buscam outro modelo de produção agrícola com valorização do trabalho, da biodiversidade e da soberania alimentar brasileira. Este ano a jornada está num contexto peculiar. Em 2018 completamos 30 anos da Constituição Federal, mas com extremo desmonte das conquistas democráticas e das políticas públicas construídas desde 2002. É evidente a inclinação do atual governo federal para um modelo agrícola dependente, com a base ancorada no monocultivo exportador, nas sementes transgênicas e na alta utilização de agrotóxicos, com impactos severos ao povo brasileiro.

O agro não é pop

Com uma taxa de consumo beirando 7 litros per capita/ano, a maior do mundo, e uma lei que libera o uso de agrotóxicos no cultivo com limites de 200 a 400 vezes maiores do que o permitido na Europa, os agricultores querem mais veneno nas lavouras. A proposta dos ruralistas, representada no substitutivo do deputado Luiz Nishimori, tira a concessão e manutenção do registro dos produtos das alçadas da Anvisa e do Ibama, que cuidam, respectivamente, dos impactos na saúde humana e ambientais, para se transformar em prerrogativa exclusiva do Ministério da Agricultura (Mapa). No território de Maggi, como sabem os ruralistas, a tendência é priorizar mecanismos e ferramentas que alavanquem o agronegócio.