Vitória de Trump e da Bayer

A eleição de Donald Trump coloca vários aspectos negativos para o mundo. O mais comentados se referem ao racismo, machismo e intolerância. No entanto, há outra agenda perversa por trás desta vitória: o controle do mercado mundial de agrotóxicos e sementes pela Bayer/Monsanto, que junto com a Basf doaram dinheiro para o presidente eleito dos EUA. Confirma o comunicado da Coordenação Contra os Perigos da Bayer, organização alemã de oposição à empresa.

Eleições nos EUA

Vitória para Trump e Bayer

Tradução: Pedro Guzmán | Fonte: http://www.cbgnetwork.org/6962.html

Os laboratórios Bayer doaram US$ 433.000 dólares através dos Comitês de Ação Política (CAP) para a campanha de Donald Trump. Da doação realizada pela Multinacional de Leverkusen para estas eleições, 80% foram direcionados para as campanhas de candidatos republicanos. Antonius Michelmann, organizador da Coordenação contra os Riscos da BAYER (CBG) comenta que: “O triunfo de Trump é também um triunfo para a BAYER”. A BAYER pertence tradicionalmente ao grupo dos mais importantes doadores estrangeiros em campanhas eleitorais nos EUA, e com o atual volume de doações estabeleceu um novo recorde. A empresa aumentou sua doação em 65% em relação ao ano de 2012, onde tinha deixado “apenas” U$261.000 à disposição dos republicanos.

O interesse crescente destes ”Global players” em exercer influência sob a política dos EUA está relacionado intimamente com suas novas direções. Após a aquisição da Monsanto, a BAYER quer se tornar a maior empresa agroquímica do mundo, e abranger sozinha cerca de 90% do mercado mundial de sementes geneticamente modificadas. Neste segmente, os EUA são, com ampla margem, o mercado mais importante: “Mais que 39,5% de todas as plantas transgênicas do mundo crescem lá. E através do acordo com a MONSANTO, a multinacional alemã espera também incrementar o negócio dos agrotóxicos nos Estados Unidos. Com a aquisição do grupo de consumidores de medicamentos da gigante farmacêutica estadounidense Merck, o interesse do setor farmacêutico tem se deslocado claramente para o oeste. No momento, os Estados Unidos contam como um dos principais mercados do XARELTO – um diluente sangüíneo da BAYER -, que em 2015 gerou um volume de negócios de 2,25 bilhões de euros.

Ao lado da BAYER, a gigante produtora de agrotóxicos BASF aparece como outra grande investidora da campanha de Trump. Na atual campanha eleitoral, a empresa de Ludwigshafen investiu no total US$ 399.000 nos CAPs. Desse total, 72 por cento para republicanos. BAYER e BASF aparecem como um exemplo do conjunto da economia alemã que apoiou majoritariamente a campanha de Trump, e que dispuseram em média dois terços dos fundos para sua campanha. Muitos analistas advertiram antes da eleição que uma vitória de Trump iria prejudicar a economia alemã, mais especificamente porque o republicano se posicionou como contrário ao Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). “A Bayer & Co., no entanto, aparentam ver isso de outra forma”, disse Jan Pehrke, membro do conselho da CBG.

Aparentemente as empresas não aprenderam nada com esta história, como acrescenta Anthony Michelmann: “As multinacionais alemãs já exerceram um papel importante em duas guerras mundiais, e contribuíram para o surgimento do Nazismo. A indústria química, em particular, se superou. Hoje a BAYER e outras empresas alemãs são apoiadoras abertas de campanhas racistas e misóginas da direita populista para os cargos de maior poder no mundo. – “Que seja um aviso especialmente para a Alemanha!”

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