Globo Rural de 1986, no Vale do Ribeira. O programa todo é muito interessante, e mostra como era a situação há 30 anos atrás. Não muito diferente de hoje, mas em bem menor escala.
Dois destaques. Um passa quase desapercebido, mas é um retrato do que foi a chamada "revolução verde". Aos 5:40, o único agrônomo da região é perguntado sobre quem dá assistência técnica aos agricultores, e responde: "a casa de agricultura e as entidades financeiras". Apesar da reportagem não aprofundar, as "entidades financeiras" são os bancos de crédito rural, que foram os grandes responsáveis pela disseminação dos agrotóxicos no Brasil - era essa a "assistência".
No final (14:30), a responsável pela secretaria de saúde afirma a necessidade de pesquisas sobre métodos de cultivo sem agrotóxicos, frente "a essas pragas que aumentaram", e "sem os animais que combatiam essas pragas". Já em 1986, se reconhecia a espiral tóxica: mais agrotóxicos, mais praga, mais agrotóxico...
Olhando a situação há trinta anos atrás, nos cabe a pergunta: onde estaremos daqui a 30 anos?
Na Costa Rica, apesar da pressões de Washington, movimentos seguem resistindo contra os transgênicos. O país é grande exportador de bananas e café, além abacaxi, cana-de-açúcar, arroz, entre outros.
Hoje, 91% do território costarriquenho é livre de transgênicos.
http://www.rel-uita.org/index.php/es/agricultura/transgenicos/item/6466-costa-rica-debe-seguir-siendo-un-pais-libre-de-transgenicos