Dia 29 de junho de 2017

RBJ – Estudo da UFFS apresenta dados sobre a utilização de agrotóxicos em Realeza

A conclusão do estudo confirmou que os agricultores têm, pelo menos, o mínimo de consciência acerca do assunto, dos males que os agrotóxicos podem causar. “O que devidamente lhes falta é o entendimento de que o produto final gerado, acima do monetário, pode ser muito mais hostil, em termos da própria saúde, dos demais familiares e envolvidos no processo, assim como para todo o meio ambiente”, explica Peres.

O agro é tóxico

A pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Márcia Sarpa, destacou as graves falhas na classificação toxicológica dos agrotóxicos pela Anvisa. Segundo ela, a agência utiliza um curto período de exposição ao veneno como critério de avaliação, desconsiderando os efeitos a longo prazo. “Ao longo de uma vida de 20 ou 30 anos de exposição qualquer um deles pode levar ao desenvolvimento de câncer”, alertou.

Estudo relaciona uso de agrotóxicos com câncer de sangue

“Diante desse cenário de extrema vulnerabilidade da população brasileira a doenças causadas pelos agrotóxicos, diretrizes regulatórias e legislações mais restritivas são urgentes, assim como o investimento em serviços de saúde e a promoção de políticas de prevenção de doenças crônicas não transmissíveis”, diz o trecho final do estudo Exposição ambiental e ocupacional a agrotóxicos e o linfoma não-Hodgkin. A relação dos agrotóxicos com o LNH se soma a muitas pesquisas e estudos desenvolvidos tanto no Brasil quanto no exterior, que apontam a conexão entre o uso de venenos na lavoura e o surgimento de diversos tipos de câncer – a segunda maior causa de mortes no Brasil. Segundo estimativa do Inca, cerca de 600 mil novos casos de câncer surgiram em 2016 no país.