Editorial: Agroecologia rima com democracia | Brasil de Fato

Construída pela primeira vez em 2002, a Jornada de Agroecologia completa em 2018 sua 17ª edição, fruto da construção dos agricultores e agricultoras paranaenses que buscam outro modelo de produção agrícola com valorização do trabalho, da biodiversidade e da soberania alimentar brasileira. Este ano a jornada está num contexto peculiar. Em 2018 completamos 30 anos da Constituição Federal, mas com extremo desmonte das conquistas democráticas e das políticas públicas construídas desde 2002. É evidente a inclinação do atual governo federal para um modelo agrícola dependente, com a base ancorada no monocultivo exportador, nas sementes transgênicas e na alta utilização de agrotóxicos, com impactos severos ao povo brasileiro.

O agro não é pop

Com uma taxa de consumo beirando 7 litros per capita/ano, a maior do mundo, e uma lei que libera o uso de agrotóxicos no cultivo com limites de 200 a 400 vezes maiores do que o permitido na Europa, os agricultores querem mais veneno nas lavouras. A proposta dos ruralistas, representada no substitutivo do deputado Luiz Nishimori, tira a concessão e manutenção do registro dos produtos das alçadas da Anvisa e do Ibama, que cuidam, respectivamente, dos impactos na saúde humana e ambientais, para se transformar em prerrogativa exclusiva do Ministério da Agricultura (Mapa). No território de Maggi, como sabem os ruralistas, a tendência é priorizar mecanismos e ferramentas que alavanquem o agronegócio.

Indústria afirma que projeto de lei sobre agrotóxicos precisa de alterações | JOTA

Vitória da nossa mobilização! O Sindiveg - ou seja, as empresas que lucram com os venenos - já começa a recuar e tenta agora moldar um discurso de que o substitutivo do Nishimori não era tão bom assim e precisa de ajustes. Logo eles, os principais articuladores deste texto. Se não fosse a enorme mobilização social esse projeto já tinha passado batido. Viva a luta do povo, agora rumo à PNaRA!

Projeto de lei discute mudanças na legislação do agrotóxico no Brasil

Estão tentando dar um caráter inofensivo a esses produtos, quando a gente sabe que eles são tóxicos, eles são venenos”, afirma o conselheiro Lucas Prates. O especialista ressalta que “É importante falar que a gente não se coloca contra os agrotóxicos simplesmete por ser contrário a questão. Existem alternativas viáveis de se produzir sem veneno, sem agrotóxicos. E isso está colocado, têm diversas experiências no Brasil e no mundo comprovando essa possibilidade".

Projeto de Lei sobre agrotóxicos, o ‘PL do veneno’ põe o lucro acima da saúde das pessoas

O tal pacote que Maggi criou e que foi apresentado pelo relator Luiz Nishimori (PR-PR), recebeu um apelido pouco simpático, mas condizente com o que se propõe: Pacote do Veneno. Com o objetivo claro de facilitar a vida apenas da indústria de alimentos, que lucrariam muito mais com a aquisição de produtos para matar pragas nas suas imensas redes de monoculturas, o conjunto de medidas contribui para botar o país na contramão do mundo, já que há uma mobilização global forte contra o uso de agrotóxicos.

Dossiê Científico contra Pacote de Veneno e a favor da Política Nacional de Redução de …

“Em nome da Abrasco e do nosso Grupo Temático Saúde e Ambiente, ressalto o esforço – não só da Saúde Coletiva, mas de outras entidades, como a Associação Brasileira de Agroecologia e a Fiocruz. Estamos entregando não só um dossiê contra o PL, mas uma documentação com sólida base científica em defesa do Política Nacional de Redução de Agrotóxicos – PNARA. Para nós é estratégica tanto a denúncia como a apresentação de uma política de redução de venenos com base científica. Esse material tem mais 15 notas técnicas, desde as sociedades científicas, como a Abrasco, SPBC, além de órgãos técnicos como Ibama, Anvisa e Ministério da Saúde, Ministério Público do Trabalho e outros. É um acúmulo da sociedade brasileira, uma munição para que consigamos reverter esse quadro”, disse Fernando Carneiro, membro do GT Saúde e Ambiente da Abrasco e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz – Ceará.

Latifundiário do Pará perde posse de área pública onde vivem 120 famílias sem terra | Brasil de …

Milena é uma garota de 9 anos que mora no acampamento Frei Henri com os três irmãos e os pais. Tímida, gosta de ler e agora pode andar em paz pelo acampamento, o fazendeiro que antes ocupava o imóvel foi retirado pela Justiça e a criação do assentamento está mais próximo de acontecer. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tomou posse da área, antes ocupada indevidamente pelo fazendeiro Darlon Lopes Gonçalves Ferreira, segundo informa sentença do Juiz do Tribunal de Justiça da comarca de Marabá.

Cooperativa brasileira expõe produtos agroecológicos em feira na China

A Cooperativa Terra Livre é uma central que aglomera e organiza inúmeras associações comunitárias, famílias e produtores no Brasil. Criada em 2007, seu principal objetivo é promover a comercialização de alimentos das cooperativas de reforma agrária. Nacionalmente, 150 cooperativas estão envolvidas na produção de café, leite e derivados, sucos de fruta, arroz orgânico, feijão, pimenta, sementes orgânicas, mel, geléias e cachaça, entre outros. A Terra Livre se destaca pela produção de comida saudável, usando princípios agroecológicos, evitando o uso de pesticidas e de elementos geneticamente modificados. E é por este caminho que a cooperativa pretende entrar no mercado chinê

No RS, indígenas plantam quatro mil mudas de araucária em terra com demarcação paralisada há 14 …

Uma mata de pinheiros nascerá na Terra Indígena (TI) Rio dos Índios. É o que os Kaingang do território localizado em Vicente Dutra (RS) planejam, a partir de uma ação realizada na última semana. Durante uma mobilização que envolveu cerca de 500 indígenas Kaingang e Guarani de várias aldeias do Rio Grande do Sul, mudas de araucária foram plantadas na área retomada de uma fazenda no interior da TI. A ação, além de fortalecer a luta pela demarcação da terra tradicional, tem outros aspectos importantes: denunciar a degradação dos territórios indígenas, que se aprofunda à medida que as demarcações são postergadas, e recuperar um tipo de vegetação bastante significativo para a cultura e o modo de vida Kaingang.

Agrogolpe

Uma dimensão pouco explorada sobre o golpe parlamentar/jurídico/midiático que implodiu a democracia brasileira foram as características agrárias que permearam as ações e estratégias que culminaram na retirada da presidenta eleita Dilma Rousseff. Se está clara e evidente a participação dos industriais (com destaque para a FIESP), do capital bancário financeiro e do capital e diplomacia internacionais (com destaque os EUA), torna-se mais claro ainda o papel de soldados de infantaria dos parlamentares que compõem a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a “popular” Bancada Ruralista, na sustentação dessa tragédia política que estamos vivendo.

Maior massacre no campo das últimas décadas completa 1 ano

| REPORTAGEM ESPECIAL: Maior massacre no campo das últimas décadas completa 1 ano | Passaram-se 365 dias desde o Massacre de Pau D’Arco, no estado do Pará. 17 policiais civis e militares foram presos, soltos, presos e, agora, podem ser liberados a qualquer momento novamente. Investigação da PF sobre possíveis mandantes está em andamento. Delação premiada homologada. E individualização de conduta de réus permitiu avanço do caso. Acesse a matéria: https://goo.gl/FhEuLQ