Por Gleilson Nascimento l G1 Santarém e Região – Publicado em 27 de julho de 2023.
Produtores da agricultura familiar da comunidade Setor 13, na PA 254 em Monte Alegre, oeste do Pará, denunciaram aos órgãos ambientais o dono de uma propriedade rural que usou drone na aplicação de agrotóxico. O veneno aplicado pelo equipamento atingiu uma plantação de feijão de outra propriedade e afetou a saúde de mais 10 famílias que precisaram de atendimento médico após apresentarem dores de cabeça, irritação na garganta e vômito.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental (Visamb), Kallen Cleyse, o dono da propriedade confessou que contratou uma empresa para fazer essa aplicação com drone no período da manhã e tarde. E já é de conhecimento do órgão que vários agricultores estão usando essa prática na região.
Para uso de drone em aplicação de agrotóxico, o proprietário precisa de autorização da Agência de Avião Civil (ANAC).
De acordo com o agente fiscal da Adepará, Ivonilson Ferreira, na região ninguém tem autorização da ANAC para usar drones na aplicação de defensivos agrícolas. Ele ressaltou também, que para o uso do equipamento, o dono do drone tem que estar cadastrado na Adepará.
Em todo o oeste do Pará, segundo a Adepará, não tem nenhuma empresa especializada autorizada ou cadastrada para fazer esse tipo de aplicação, tomando os cuidados de distância mínima de propriedades vizinhas, de acordo com Ivonilson.
Plantações morrem com a aplicação agrotóxico em outra propriedade — Foto: Divulgação
O biólogo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), Jhonatan Bacelar, informou que uma equipe da Vigilância Sanitária do município de Monte Alegre, foi ao local e constatou que de fato, houve aplicação de agrotóxico com uso de drone.
De acordo com a Semma, o caso está sendo apurado e em breve o proprietário será notificado. A Semma pede também que produtores prejudicados pela aplicação do agrotóxico, entrem em contato com a Secretaria para oficializar a denúncia.
O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais levou o caso ao Conselho de Meio Ambiente, e aguarda por uma resposta rigorosa dos órgãos municipais do meio ambiente. Em caso contrário, a entidade vai procurar o Ministério Público, de acordo com a presidente do Conselho de Meio Ambiente, Vilma Souza.