Dia 25 de outubro de 2012

Vazamento de agrotóxicos causa crime ambiental no norte do ES

O fato faz parte de série de crimes ocorridos em vários municípios do estado em decorrência da utilização dos agrotóxicos na agricultura.

O Espírito Santo é palco de mais um crime ambiental provocado pelo uso de agrotóxicos na agricultura. O fato ocorreu no início da semana passada (15/10), na comunidade de São João Bosco, município de Jaguaré, norte do estado, quando o agricultor, conhecido como Seu Ratinho, injetava veneno na irrigação para pulverizar seu cafezal. Ao desligar a bomba, a bóia que controlava a saída do veneno parou de funcionar, o que provocou o vazamento de todo o agrotóxico no córrego 16, contaminando a água e o solo da região.

O córrego 16 deságua no Jundiá, riacho que alimenta a represa de Jundiá, a principal fonte de abastecimento de água da cidade. A água do córrego é utilizada para a alimentação humana e animal, além de servir para irrigar as plantações dos agricultores.

Governo regulamenta aplicação aérea de agrotóxicos até 2013

SÃO PAULO – Entrou em vigor nesta quarta-feira (3) a regulamentação temporária do uso de agrotóxicos aplicados por aviões para as culturas de arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União e tem validade até 30 de junho de 2013.

A medida, acordada entre a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem o objetivo de evitar impactos na safra das quatro culturas, segundo o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do ministério, Luís Rangel.

“Desde que sejam respeitados os parâmetros que foram colocados no ato, podem ser aplicados esses produtos para a cultura de soja, cana-de-açúcar, trigo e arroz”, explicou Rangel.

Dentre as obrigações, os produtores rurais são obrigados a notificar os apicultores localizados em um raio de 6 km com antecedência mínima de 48h.

De acordo com o ministério, para a cultura da soja, fica permitida uma aplicação durante todo o ciclo da cultura para produção de grãos e duas aplicações em áreas de produção de semente. Também há restrição de período para a soja. Em Mato Grosso e Goiás, a aplicação deve ser realizada de 20 de novembro 2012 a 1º de janeiro de 2013; na região Norte, de 1º de janeiro a 20 de fevereiro de 2013; e na região Sul, de 1º de dezembro a 15 de janeiro de 2013.

Especialistas defendem a taxação dos agrotóxicos

Por Davi Lemos

A taxação dos defensivos agrícolas e a publicação nos rótulos dos alimentos da quantidade a que foram expostos são formas de controle do uso de agrotóxicos na produção defendidas por especialistas ligados ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e ao Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FBCA).

Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), referentes a análises de produtos colhidos em 2010, vegetais como pepino, cenoura, morango, pimentão e alface são os que apresentam o maior índice de contaminação por agrotóxicos.
Vale ressaltar que as amostras de pimentão são as que apresentam o percentual de contaminação por defensivos agrícolas mais elevado. Um total de 91,8% das amostras deste produto examinadas ou apresentavam contaminação por agrotóxico acima do permitido ou por substâncias proibidas no País.

Brasil é negligente no controle de agrotóxicos

Agricultura brasileira ainda utiliza 22 produtos químicos proibidos pela União Europeia e EUA. Anvisa tenta barrar 14 dessas substâncias

O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, é uma das nações mais atrasadas no controle de agrotóxicos. Dos 50 produtos químicos mais aplicados na agricultura, 22 são proibidos pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, mas continuam sendo largamente utilizados em território brasileiro, apesar dos riscos que oferecem à saúde.

Entre eles, agentes que causam cegueira, má formação fetal, câncer (em especial os de tireoide e mama), puberdade precoce, problemas respiratórios e disfunções renais, de acordo com relatórios técnicos de várias entidades lançados neste ano e que corroboram alertas feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em anos anteriores.

“Agrotóxicos violam direito humano à alimentação adequada”

Alan Tygel
Alan TygelDe acordo com Alan Tygel, membro da Coordenação Nacional da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o agronegócio atua como propulsor no uso de agrogóxicos no país.

Há três anos, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dois terços dos alimentos consumidos, diariamente, pelos brasileiros estão contaminados pelos agrotóxicos, que contribuem para a insegurança alimentar da população e causam danos à saúde e ao meio ambiente.

Brasil é o vice-líder em produção de transgênicos

Mesmo regularizada somente em 2005, com a aprovação da Lei de Biossegurança pelo Congresso Nacional, a produção de alimentos transgênicos no País já é a segunda maior do mundo, com 30 milhões de hectares de plantações em todo o território brasileiro, de acordo com a última safra registrada este ano. Especialistas apontam que a soja é a principal responsável por esse crescimento na produção. Ao todo, 89% da soja produzida no País são geneticamente modificadas. Só os Estados Unidos têm uma plantação maior: 69 milhões de hectares.