A Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária está inserida num contexto político do país, especialmente nesse momento de golpe institucional e de perdas de direitos da classe trabalhadora. Ela também se insere em um processo de resistência dos trabalhadores, como foi, por exemplo, todo o mês de março; e como está sendo a construção da greve geral, marcada para o dia 28 de abril, na qual a nossa Jornada Nacional de Lutas está inserida, assim como o conjunto de ações do MST.
Toda a produção do lote de Zatti é livre de venenos, uma realidade que também é compartilhada por 90% das famílias que moram no Assentamento Itapui. Além de peixes, o assentado investe em cana-de-açúcar para fazer caldo de cana e maracujá para suco, alimentos que são comercializados anualmente na Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio, a 16 quilômetros da cidade de Nova Santa Rita. Contudo, a produção de Zatti não se limita a esses itens: ele prioriza a diversidade de alimentos para a subsistência da família.
Na Ilha de Marajó, os agricultores sem a posse da terra eram obrigados a trabalhar em um regime próximo à servidão. Eles tinham que destinar metade da produção aos supostos donos daquelas terras. Quando as famílias obtiveram da União o direito de trabalhar o solo, deixaram de pagar o “imposto”. Foi aí que começaram os conflitos na região.