O atual modelo de desenvolvimento do Brasil favorece o agronegócio, os latifundiários e as empresas multinacionais. Essa é uma afirmação do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), composto pela CONTAG, pelas Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) e pelos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs). Essas entidades, representadas por cerca de 5 mil assalariados e assalariadas rurais, estiveram na tarde desta terça-feira (20 de março) em frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para denunciar as medidas adotadas que inviabilizam o fortalecimento da agricultura familiar, a manutenção dos postos de trabalho no campo e melhores condições de emprego e renda aos assalariados e assalariadas rurais de todo o país.
A vice-presidente e secretária de Relações Internacionais da CONTAG, Alessandra Lunas, pressionou o ministério quanto ao seu posicionamento dentro desse modelo que vem trazendo prejuízos à população do campo. “Não podemos permitir que os investimentos que o governo tem feito para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não contemple os trabalhadores e as trabalhadoras rurais. Onde os assalariados e assalariadas rurais estão inseridos na política de combate a pobreza?”, questiona Lunas.
Já o secretário de Política Agrícola da CONTAG, Antoninho Rovaris, critica a falta de controle do MAPA com relação ao uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil, principalmente permitindo que oito princípios ativos que já estão proibidos em todo o mundo seja ainda utilizado por aqui. “Precisamos de uma legislação mais rigorosa para que os nossos trabalhadores e trabalhadoras rurais deixem de morrer pelo uso de agrotóxicos”.
A pauta dos assalariados e assalariadas rurais, entregue em 29 de fevereiro ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, traz várias reivindicações, dentre elas o fim da pulverização aérea com agrotóxicos, o combate à informalidade no meio rural e programa de habitação para os assalariados e assalariadas rurais.
Durante o ato, uma comissão composta por lideranças rurais protocolou no MAPA um documento que destaca os principais problemas enfrentados pelos assalariados e assalariadas rurais a partir desse modelo de desenvolvimento, como o trabalho degradante e análogo ao de escravo, dentre outros.
Fonte: Imprensa CONTAG – Verônica Tozzi