Consideramos um desreipeito, como leitores do jornal e como ambientalistas atuantes no setor, nos depararmos com uma matéria tão absurda e parcial como a que presenciamos na Folha de SP de quinta feira, dia 29 de abril de 2012.
Na citada matéria, o diretor mundial de uma empresa poderosa, como única fonte ouvida, afirma que as organizações que atuam no campo da agroecologia hoje já não combatem os sistemas (compostos por sementes transgênicas e fortes agrotóxicos) comercializados por ela, reconhecendo que é preciso abrir espaço de diálogo em função do cenário atual, em que água e desmatamentos são pontos problemáticos para a garantia de alimentos a todos.
Nós, integrantes da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, bem como as pessoas e as organizações que trabalham diariamente para que as grandes multinacionais como a referida empresa não destruam a possibilidade de termos um mínimo equilíbrio socioambiental no país, solicitamos o direito de sermos ouvidos e de ressaltar nosso profundo repúdio às declarações falaciosas do senhor Hugh Grant.
Por mais que tente cooptar o movimento socioambientalista, patrocinando supostos “eventos voltados para a promoção da ecologia” e gastando uma fortuna com propaganda e com advogados para processar quem ousa questionar seus produtos, a tal empresa não conseguirá jamais impedir que constatemos que baseia-se num sistema que visa exclusivamente seu próprio lucro e concentração de poder, impondo um ônus terrível aos trabalhadores, à sociedade como um todo e à própria composição biológica do planeta.
Inúmeras pesquisas e fatos demostram que, além de gerar impactos negativos e perigosos nos locais em que são usadas, as sementes transgênicas da empresa, associadas aos venenos que também produz e comercializa, possuem uma produtividade menor do que a alcançada pela produção agroecológica.
Abaixo há uma lista de fontes de informação para comprovar o que nós afirmamos acima, é somente uma pequena amostra (dentro de um conjunto incrivelmente vasto e de origens confiáveis e diversificadas) de matérias existentes sobre o assunto.
Não aos organismos geneticamente modificados, eles são desnecessários e extremamente perigosos!
Att.
Comitê Paulista da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida