“Vigilância popular em saúde: construção de territórios saudáveis, agroecológicos e de resistência” no 13º Abrascão

plenária durante roda de conversa no 13º Abrascão. Salvador- BA. Foto: André Gouveia / Campanha Permanente Contra Os Agrotóxicos e Pela Vida

Na tarde da segunda-feira (21), a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos promoveu uma roda de conversa sobre “Vigilância popular em saúde: construção de territórios saudáveis, agroecológicos e de resistência”. A atividade integra a programação do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão, que acontece em Salvador, Bahia.

Na atividade, os participantes destacaram a importância do papel dos movimentos sociais como instrumento para a promoção da saúde nos territórios, sendo fundamental para a implementação de um modelo de agricultura viável e capaz de cultivar alimentos e vida saudável.

A assentada e coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra  (MST), Ceres Hadich, ressaltou que o “casamento” entre latifúndio e capital financeiro contrapõe a política de produção de alimentos para a população.

Ceres Hadich, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante roda de conversa no 13º Abrascão. Salvador- BA. Foto: André Gouveia / Campanha Permanente Contra Os Agrotóxicos e Pela Vida

“Incapaz de resolver questões centrais na nossa sociedade, o agronegócio demonstra que é uma grande mentira. É um agro que mata, que envenena o rios, as nossas terras e a nossa gente. Concentrando terra e renda, promove um descompasso nutricional, seja de um lado pela desnutrição ou de outro pela obesidade, mas também pelo excesso de veneno, naturalizando impactos ambientais e doenças, como o câncer”.

Para Hadich, diante da contradição do agronegócio, é urgente a construção de um projeto popular e soberano que assegure à população brasileira alimentação saudável, sem veneno, que preserve a natureza e o conjunto dos recursos naturais. A coordenadora do MST destaca ainda que é necessário “seguir denunciando essa contradição central, que gera toda uma estrutura de dominação e exploração” e penaliza diretamente os povos do campo e da cidade.

Quintais produtivos

Noemi Margarida Krefta, integrante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), relatou a experiência da organização em torno dos quintais produtivos, construção que aproxima e integra a população à produção agroecológica.

Ela explicou que o projeto busca fomentar a agricultura na perspectiva da agroecologia, construindo soluções coletivas de enfrentamento as formas de opressão, violência e exploração do agronegócio.

Noemi Krefta, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) durante roda de conversa no 13º Abrascão. Salvador- BA. Foto: André Gouveia / Campanha Permanente Contra Os Agrotóxicos e Pela Vida

“Os quintais produtivos são um espaço de resistência e luta contra os agrotóxicos e recuperação e melhoramento das sementes crioulas, para que a gente possa ter também autonomia sobre a nossa produção”, ressalta Krefta.

Para ela, é imprescindível avançar na construção de um modelo de produção alimentar de contraposição ao agronegócio. Para isso, ela defende a ampla mobilização da população do campo e da cidade para denunciar o Projeto de Lei de nº 1459/2022, conhecido como Pacote do Veneno, que flexibiliza o uso de agrotóxicos no Brasil.  O PL, aprovado na Câmara dos Deputados, está tramitando no Senado Federal.

Café Ana Primavesi

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, em conjunto com o Armazém do Campo, está presente no evento com o Café Ana Primavesi – Em defesa do SUS e da agroecologia, com exposição permanente de materiais produzidos pelos movimentos sobre a luta em defesa de uma agricultura saudável, além de produtos da reforma agrária.

Um comentário

  1. Parabéns pelo evento!
    É de extrema necessidade que este trabalho chegue a todos os cantos do país!
    “AGROECOLOGIA VINDAS QUE SUSTENTAM VIDAS”

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