Precisamos pressionar o governo para aprovar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos! Um plano de agroecologia só pode ser levado a sério se contemplar medidas efetivas para restringir os agrotóxicos.

CONHEÇA O PRONARA

Ao longo dos anos, a presença de interesses do Agronegócio no Poder Executivo e Legislativo dos estados e principalmente, da Federação, permitiu a consolidação de tamanhas facilidades e estímulos à produção, registro, importação e uso de agrotóxicos no Brasil. É o caso da aprovação Projeto de Lei 1.459/2022, conhecido como Pacote do Veneno, convertido na Lei nº 14.785/2023, que sinaliza na prática a escolha política do agronegócio como matriz de desenvolvimento do campo brasileiro, onde o governo atua inclusive como mediador dos interesses das indústrias transnacionais e das oligarquias controladoras de terra no país.

No entanto, a luta dos movimentos e organizações sociais junto a crescente consciência da população em relação aos danos reais dos agrotóxicos, tanto para a saúde quanto para o ambiente, levou ao recrudescimento de pressões da sociedade civil, junto ao Governo Federal, pela constituição de políticas menos danosas à saúde da população e do ambiente.

Como resultado destes esforços, em 2012 foi lançada a Política Nacional de Agroecologia e produção Orgânica (PNAPO), a ser operacionalizada através de um conjunto de ações previstas no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) que se mostrou fragilizado diante da impossibilidade de consolidação de ilhas para produção de alimentos limpos, em um oceano de venenos. Com esta perspectiva, o Centro de Governo constituiu grupo de trabalho (GT Agrotóxicos – composto por membros da sociedade civil e do governo, representantes ministeriais, especialistas nas áreas de saúde coletiva, agroecologia, agrotóxicos, entre outros) responsável pela elaboração de proposta que viabilizasse a redução nas facilidades para produção, importação, registro e uso de agrotóxicos no Brasil. Esta, em breve síntese, é a origem do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA).

Concluído em dezembro de 2014, o documento resultante daquela ampla articulação, atendia expectativas mínimas negociadas pelos 10 ministérios e centenas de organizações representadas no GT e responsáveis pela elaboração do Pronara, previsto no âmbito da PNAPO (decreto nº 7.794/2012). O Documento também assegurava atendimento da Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos (PNARA), proposição do conjunto de organizações comprometidas com a saúde da população brasileira, expressa em Projeto de lei de iniciativa popular (PL) apresentado à Câmara dos deputados em novembro de 2016.

Infelizmente, ainda que aprovado no Mérito, pela Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), o PRONARA não chegou a ser lançado pelo Governo Dilma, até o final do 1º plano da PNAPO em 2015. Esta circunstância de rejeição a processo de construção negociada e participativa originou-se no MAPA, um dos ministérios participantes da elaboração do texto, que atendia orientação da CNA e da Bancada Ruralista. Como justificativa, o governo argumentou, na ocasião, não haver “consenso” a respeito dos propósitos e das iniciativas previstas no Programa. Após o impeachment da presidente eleita, a situação se agravou a ponto de que, atualmente, não se percebe perspectiva de qualquer avanço em iniciativas voltadas à redução no uso de venenos e à produção de alimentos limpos, no horizonte do governo golpista.

Neste sentido, e diante da aprovação da Lei do Pacote do Veneno, precisamos ampliar a conscientização e mobilização da sociedade brasileira para que, em defesa do futuro de todos, o PRONARA venha a ser recolocado na pauta do desenvolvimento nacional, viabilizando as iniciativas ali previstas e organizadas em eixos que atendem de forma articulada tópicos previstos que envolvem o registro, o controle, monitoramento e responsabilização de toda a cadeia produtiva de alimentos, bem como o desenvolvimento de alternativas, a promoção do acesso à informação, a participação e controle social.

PRONARA JÁ! 

O Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) foi aprovado em agosto de 2014, como parte da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) e deve atuar como uma importante ferramenta de mitigar o nível de uso de agrotóxicos no Brasil e fortalecendo a produção agroecológica. 

O cenário segue em disputa, uma vez que o Ministério da Agricultura, sob o lobby dos ruralistas, se recusa em incorporar o Pronara dentro do Planapo causando indignação nos movimentos e organizações populares que historicamente defendem a agroecologia. 

Por não haver acordo sobre o tema da redução de agrotóxicos, o governo adiou o lançamento do plano de agroecologia novamente (seria lançado junto ao Plano Safra, no começo do mês de julho) para nova data a ser informada. A proposta é que uma subcomissão temática sobre o Pronara seja instaurada para debater o tema e construir caminhos de diálogo com o governo para a inclusão do Programa no Planapo. As entidades da sociedade civil propuseram também um prazo, até o final de agosto, para o lançamento do Planapo. A ideia é chegar a um texto que trate adequadamente a questão, e, para isso, recomendaram também a realização de uma plenária extraordinária e um seminário sobre agrotóxicos.

O Pronara é um programa que cria mecanismos de restrição para uso, produção e comercialização de agrotóxicos e incentiva a transição para sistemas de produção orgânicos e de base agroecológica. 

Baseado em seis eixos para efetivas ações: (1) Registro; (2) Controle, Monitoramento e Responsabilização da Cadeia Produtiva; (3) Medidas Econômicas e Financeiras; (4) Desenvolvimento de Alternativas; (5) Informação, Participação e Controle Social e (6) Formação e Capacitação. No total, são previstas 137 ações concretas que visam frear o uso de agrotóxicos no Brasil. Dentre elas, medidas como o fim da isenção fiscal, implantação de zonas livres de agrotóxicos e transgênicos e a reavaliação de produtos banidos em outros países.

Conheça o Pronara: Eixo 1 – registro e (re)avaliação

Conheça o Pronara: Eixo 1 – registro e (re)avaliação

Conheça o Pronara: Eixo 3 – Isenções Fiscais

Conheça o Pronara: Eixo 3 – Isenções Fiscais

Conheça o Pronara: Eixo 4 – Agroecologia

Conheça o Pronara: Eixo 4 – Agroecologia

Conheça o Pronara: Eixo 5 – Informação, Participação e Controle Social

Conheça o Pronara: Eixo 5 – Informação, Participação e Controle Social

Conheça o Pronara: Eixo 6 – Formação e Capacitação

Conheça o Pronara: Eixo 6 – Formação e Capacitação

APOIE E SE MOBILIZE EM DEFESA DA PRONARA: 

Manifesto + e-mails de mobilização no Congresso; https://contraosagrotoxicos.org/pronara-ja-manifesto-reforca-a-importancia-do-governo-publicar-o-programa/ 

No entanto, devemos sugerir algo mais principalmente com as eleições municipais. Tipo, como seu candidato pode se comprometer com a Pronara e a luta contra contra os agrotóxicos em seu município; 

BIBLIOTECA

Cartaz Pronara Já!
Cartaz Pronara Já!

Cartaz Pronara
Cartaz Pronara
Panfleto Pronara Já!
Panfleto Pronara Já!

Panfleto pra impressão em A4 frente e verso, sobre o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos.

Cartilha do Pronara

A elaboração da Política e do Plano de Agroecologia levaram em conta as evidências de relação direta entre o crescente uso de agrotóxicos na agricultura e dramas socioambientais marcados especialmente pela degradação da saúde e da qualidade de vida da população, com destaque para as famílias rurais. É dever do Estado enfrentar a situação, vergonhosa, que faz com que o Brasil seja, desde 2008, o país no qual mais se consome agrotóxicos no mundo. Um dos grandes desafios do PLANAPO é, justamente, articular medidas concretas que possibilitem a transformação da realidade atual da agricultura brasileira, através da criação de políticas públicas que induzam uma crescente redução no uso de agrotóxicos e a promoção da agricultura de base agroecológica.

Foi com esse objetivo que se constituiu na CNAPO um Grupo de Trabalho especialmente dedicado a formular o PRONARA: Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos. Foram muitos meses de trabalho de diversos especialistas, vinculados a instituições de pesquisa e ensino, órgãos do governo e organizações da sociedade civil. Finalmente, em agosto de 2014 a CNAPO aprovou o mérito do Programa,constituído por seis eixos: (1) Registro; (2) Controle, Monitoramento e Responsabilização da Cadeia Produtiva; (3) Medidas Econômicas e Financeiras; (4) Desenvolvimento de Alternativas; (5) Informação, Participação e Controle Social e (6) Formação e Capacitação.

Com esta publicação, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), a Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), a Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) buscam ampliar o conhecimento e a conscientização pública sobre o tema, trazendo uma síntese de algumas das medidas contidas em cada eixo do PRONARA. Apresentadas de forma simples e ilustrada, as propostas aqui citadas indicam a importância que tem o Programa como um todo, contribuem para seu estudo e compreensão e também revelam o quão importante é a sociedade se mobilizar para cobrar a sua implementação: PRONARA JÁ!

Notícias

Programa de redução dos agrotóxicos é inadiável para combater os efeitos da crise climática

Amazônia seca, Cerrado e Pantanal em chamas, e o agronegócio segue intacto. No Brasil, o agronegócio, setor que se apresenta como motor do progresso econômico, com uma média de 5% do PIB nacional, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tem papel central no agravamento das ocorrências climáticas, com impactos profundos na biodiversidade e na saúde pública. No entanto, o agronegócio continua a se expandir, submetendo todos nós às suas práticas predatórias.

Lula discursa contra excesso de agrotóxicos, mas tema não avança dentro do governo

Presidente fala em ‘complexo de vira-latas’ ao comparar uso de pesticidas no Brasil e na Alemanha Por Leonardo Fernandes Brasil de Fato | Brasília (DF) “Não é possível que 80% dos agrotóxicos proibidos na Alemanha possam ser vendidos aqui no Brasil, como se a gente fosse uma republiqueta de bananas.” Essa fala não é de um militante […]

No Oeste do Pará, os povos do campo, das águas e das florestas discutem o enfrentamento aos impactos dos agrotóxicos em seus territórios

Por Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida  Durante os dias 11 a 13 de setembro foi realizada a terceira e última etapa do curso de saúde, agrotóxicos e agroecologia, que contou com presença de 50 participantes de diferentes municípios de Santarém e região metropolitana, todos e todas vindos de sindicatos rurais, movimentos sociais, […]

Condraf recomenda implementação do Pronara e reforça necessidade de políticas de agroecologia no Brasil

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) emitiu, no dia 6 de setembro de 2024, uma recomendação ao governo federal para a implementação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara). O documento reforça a necessidade de políticas que promovam a agroecologia e práticas agrícolas sustentáveis.

Agronegócio e agrotóxicos ameaçam sobrevivência dos povos indígenas

Em audiência pública realizada, dia 26, na Câmara dos Deputados, pesquisadores, lideranças indígenas e representantes do governo denunciaram e expuseram as violações que o agronegócio e os agrotóxicos têm provocado nos territórios e na saúde dos povos originários e comunidades tradicionais em todo o país. A atividade, organizada pelas Comissões da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e convocada pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), abordou ainda o tema da insegurança alimentar, da contaminação das águas e os impactos das pulverizações aéreas em áreas de retomadas.

Ato virtual defende Pronara e denuncia impactos do agronegócio na agricultura e meio ambiente 

Por Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida Na manhã da última sexta-feira (23), organizações sociais e movimentos populares realizaram a Plenária Virtual em defesa do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA). O objetivo principal foi demarcar a importância da mobilização social contra os impactos que o agronegócio tem sobre a vida da […]

Fiocruz emite nota de apoio ao lançamento do III Planapo com a incorporação do Pronara no seu escopo

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Organizações e movimentos realizam plenária virtual em defesa do Pronara 

Da Campanha contra os Agrotóxicos e Pela Vida Na manhã desta sexta-feira (23), organizações e movimentos que integram a Campanha contra os agrotóxicos e pela vida realizarão Plenária Virtual em defesa do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA).  A atividade tem como objetivo fortalecer a luta contra os agrotóxicos a partir do debate sobre […]

Impactos dos agrotóxicos em terras indígenas serão debatidos em audiência pública na Câmara dos Deputados, dia 26

A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados realizará, no dia 26 de agosto, às 10h, uma audiência pública para discutir os impactos dos agrotóxicos em terras indígenas. A atividade conta com o apoio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e foi proposta pela deputada Célia Xakriabá (PSOL/MG), com coautoria dos deputados Dilvanda Faro (PT-PA) e Airton Faleiro (PT-PA).

Ministério da Agricultura boicota programa de redução de agrotóxicos há dez anos

Há dez anos, o Brasil tem um programa para diminuir o uso de agrotóxicos. Seu nome é Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) e ele nunca foi posto em prática.

Organizações e movimentos sociais se mobilizam em defesa do  Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos  

Essa semana foi marcada por mais um capítulo na luta em defesa do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara). Prestes a ser lançado pelo governo, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), aguardado com expectativa pelas organizações da sociedade civil, define diversas diretrizes e ações para o fortalecimento da agroecologia e da produção orgânica no país, incluindo o controle e redução do uso de agrotóxicos.

Organizações da sociedade civil estão em alerta com possível exclusão do PRONARA no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica

Nesta semana, o governo está prestes a lançar o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). O plano, aguardado com expectativa pelas organizações da sociedade civil, define diversas diretrizes e ações para o fortalecimento da agroecologia e da produção orgânica no país. Entre essas diretrizes, destaca-se a instituição do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), que visa reduzir o uso de agrotóxicos e promover práticas agrícolas mais sustentáveis.

O governo federal precisa se comprometer com a redução do uso de agrotóxicos no Brasil

Organizações, redes e movimentos sociais reunidos em Florianópolis para a Plenária Anual da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) realizaram na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), na quinta-feira (4), um ato reivindicando a inclusão do Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara) no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) 2024-2027, previsto para ser lançado no dia 16 de julho.

Em seminário na Câmara, organizações sociais defendem implantação de programa para redução do uso de agrotóxicos

Da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida* Na última quinta-feira, 06, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados promoveu, um Seminário sobre políticas públicas para a redução do uso de agrotóxicos no Brasil. A atividade aconteceu na semana em que se comemora o Dia Mundial do meio ambiente […]

Seminário na Câmara dos Deputados debaterá “Políticas Públicas para a Redução do Uso de Agrotóxicos no Brasil”

Em meio a Semana do Meio Ambiente, na próxima quinta-feira, 6 de junho, será realizado o seminário “Políticas Públicas para a Redução do Uso de Agrotóxicos no Brasil”. Articulado pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e convocado pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP), o evento, que acontece na Câmara dos Deputados, reunirá especialistas e representantes de diversas entidades governamentais e da sociedade civil para debater o tema. 

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