
Organizações participantes da Plenária Nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida enviaram nesta quarta uma carta à Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) cobrando agilidade na aprovação do Programa Nacional de Redução dos Agrotóxicos.
A carta foi enviada à reunião da Frente Parlamentar Mista de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e de Combate à Fome no Brasil, que acontece em parceria com a CNAPO. No texto, as organizações se dizem “frustradas” e consideram injustificável os sucessivos adiamentos no lançamento do plano.
Leia a carta completa:
Carta da Plenária da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
À reunião da Frente Parlamentar Mista de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e de Combate à Fome no Brasil em parceria com a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) e com o Núcleo Agrário do Partido dos Trabalhadores:
Nós, mais de 70 pessoas, representando cerca de 30 coletivos e organizações, entre movimentos sociais do campos, águas, florestas e da cidade, entidades sindicais e estudantis, reunidos na plenária nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, elaboramos esta carta para expressar nossa indignação em relação à paralisação do Pronara e à falta de diálogo na condução deste processo.
Desde o processo de transição do novo governo, nossas organizações vêm buscando contribuir com a retomada de políticas públicas para a redução dos agrotóxicos no âmbito do governo federal.
O Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos, elaborado em 2014 com ampla participação social, teve à época seu lançamento bloqueado por divergências internas ao próprio governo federal. A intensa expectativa em retomar este processo no terceiro mandato de governo Lula foi aos poucos se transformando em frustração. Após a criação da Subcomissão Temática do Pronara, o programa teve por diversas vezes seu lançamento adiado.
Temos pleno conhecimento da conjuntura nacional e internacional, e dos enormes desafios colocados pelo avanço da extrema-direita ligada ao agronegócio e pelo protecionismo nas relações internacionais.
Ainda assim, é importante lembrar que o Pronara não representa nenhuma grande ruptura no modelo de produção agrícola adotado pelo Brasil. São ações que buscam apontar caminhos possíveis e urgentes de cuidado com a vida e proteção da produção agroecológica.
Por isso, consideramos injustificável o contínuo adiamento na institucionalização do Pronara, e a falta de transparência nos espaços de decisão. Muito menos do que dificuldades políticas, esse processo tem revelado falta de competência e vontade política para operacionalizar qualquer política que represente mínimos avanços na luta contra os agrotóxicos e em defesa da vida.
Temos certeza de que a audiência pública de hoje e a reunião da CNAPO, realizadas concomitantemente a uma reunião, em que estão presentes todas as organizações que compõem a Campanha Contra os Agrotóxicos, trarão encaminhamentos concretos que dissipem quaisquer dúvidas quanto à vontade e capacidade do Governo Federal em assinar finalmente o decreto do Pronara.
Escola Nacional Florestan Fernandes – Guararema (SP), 9 de abril de 2025
Plenária da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Organizações presentes:
Associação Brasileira de Agroecologia – ABA
Associação Comunitária de Educação em Saúde e Agricultura (Acesa/MA)
Amigas da Terra
Articulação Nacional de Agroecologia – ANA
Associação dos Geógrafos Brasileiros-seção Dourados
Mandato do Deputado Renato Roseno (PSOL/CE)
Centro de Estudos Bíblicos – CEBI/MS
Conselho Indigenista MIssionário – CIMI
Comitê de Dourados Contra os Agrotóxicos
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais – CONTAR
Coletivo Veredas (PA)
CPP Regional de Santarém
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Escola Latino Americana de Agroecologia – ELAA/MST
Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição – ENEN
Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão – FETAEMA
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE
Organização Pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas – FIAN
Instituto de Defesa de Consumidores – IDEC
Instituto Iacitata Amazônia Viva
Instituto Territórios e Justiça – INTERJUS
Núcleo de Estudos Ambientais e em Saúde do Trabalhador – NEAST/UFMT
Movimento Ciência Cidadã
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
Movimento das/os Pequenas/os Agricultoras/es – MPA
Movimento das/os Trabalhadoras/es Rurais Sem Terra – MST
Rede de Agroecologia do Maranhão – RAMA
Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares – RENAP
Terra de Direitos
Via Campesina Brasil
Grupo Operativo da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida:
- Associação Brasileira de Agroecologia – ABA
- Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO
- Articulação Nacional da Agroecologia – ANA
- Central Única dos Trabalhadores – Secretaria Nacional de Meio Ambiente e Secretaria Nacional de Saúde – CUT
- Confederação das/os Trabalhadoras/es Assalariadas/os Rurais – CONTAR
- Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
- Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição – ENEN
- Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB
- Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
- Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
- Movimento das/os Pequenas/os Agricultoras/es – MPA
- Movimento das/os Trabalhadoras/es Rurais Sem Terra – MST
- Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM
- Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
- Organização Pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas – FIAN
- Rede de Agroecologia do Maranhão – RAMA
- Rede Nacional de Médicas/os Populares
- Terra de Direitos
Concordo e apoio plenamente a carta.
Temos direito a vida.
Estou de acordo com a carta. William CPORG- PARÁ
Todos temos direito a comida de verdade!!!
Nós precisamos ter comida de verdade!!