Maria Mello
A Seção Sindical Embrapa Amazonas lançou, na última sexta-feira (16/9), a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida no estado. A atividade aconteceu no auditório da Assembleia Legislativa do Amazonas, em Manaus, e contou com a presença da Diretora Nacional de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do SINPAF, Mirane Costa, além do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, deputado Luiz Castro (PPS), e de representantes de cerca de 40 entidades parceiras do sindicato na composição da Campanha.
O lançamento teve início com a exibição do filme “O Veneno está na mesa”, do cineasta Silvio Tendler, que denuncia os malefícios dos agrotóxicos e mostra a viabilidade da produção de alimentos saudáveis por meio da agroecologia.
Na mesa redonda que integrou o evento, foram debatidos temas como a mobilização popular pelo direito humano à saúde e à alimentação saudável e perspectivas para a produção orgânica em base familiar no estado do Amazonas, entre outros. Ao final da atividade, foi consolidada a agenda do Comitê amazonense da Campanha. O SINPAF e a CUT ofereceram aos participantes kits com produtos orgânicos e agroecológicos.
Durante a visita a Manaus, Mirane Costa participou também da XXII SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) e da VIII Semana de Qualidade de Vida da Embrapa Amazônia Ocidental. “Na SIPAT fizemos uma reflexão sobre os direitos humanos e saúde a partir das transformações das condições de trabalho no sistema capitalista, com exemplos oriundos da própria Embrapa na adoção de normas e regulamentações na gestão do trabalho. Também discutimos os efeitos dessas transformações à saúde do trabalhador”, conta.
A diretora visitou, ainda, vários locais de trabalho e conversou com os trabalhadores, principalmente aqueles que trabalham com agrotóxicos tanto no campo quanto no laboratório, no cultivo de dendê e no tratamento de suas sementes. “Ouvi os relatos de vários trabalhadores sobre os acidentes de trabalho pesado a que são submetidos. Muitos estão há mais de 20 anos na mesma atividade. Aquela é a unidade em que mais vi trabalhadores adoecidos e sofrendo devido às condições de trabalho”, lamenta.