Na véspera da reunião da CTNBio onde será votada a aprovação do eucalipto transgênico, entre outras variedades transgênicas, o jornal Extra noticia a alta das ações da Fibria e Suzano, na contramão do “mercado” . A matéria atribui o fato à alta do dólar, e a uma suposta elevação do preço da celulose de U$20 por tonelada. Considerando que a Suzano vendeu 3,207 milhões de toneladas de celulose em 2013, isso significaria um aumento de U$60,4 milhões no seu lucro, o que certamente deixaria os “investidores” eufóricos.
O Extra é um jornal das Organizações Globo que costuma estampar mulheres peladas, sangue e futebol em suas capas. Mercado financeiro não é seu forte. Além disso, também soa estranho que este aumento tenha sido informado por “uma fonte com conhecimento do assunto”, e a que alta “teria sido anunciada no final de fevereiro”.
Ora, se foi anunciada, porque usar o futuro do pretérito, denotando incerteza? E se foi em fevereiro, porque a alta hoje?
Pode ser que “a fonte com conhecimento no assunto” saiba que, amanhã, a Suzano e a Fibria terão caminho livre para multiplicar seus lucros às custas de mais venenos, menos biodiversidade, e menos água para a população brasileira.
Como esperado, nenhuma notícia sobre a votação de amanhã na CTNBio circulou na chamada grande mídia. O Brasil pode se tornar o primeiro país do mundo a liberar árvores transgênicas para plantio comercial, e isso não merece nem uma linha.
Nossa posição contra os transgênicos, além de todas as questões científicas, sempre foi de que a transgenia da forma como é feita serve apenas para fazer empresas lucrarem com os royalties da tecnologia, a qual na maioria dos casos os agricultores são obrigados a usar.
Mais uma vez a CTNBio presta o vergonhoso “papel” de leiolar a natureza e destruir a biodiversidade brasileira em benefício do lucro.
Com essa notícia, nem precisa mais desenhar.
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida