Do Sul 21
O município de São Francisco de Paula, localizado na região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, fará parte da iniciativa “Agroecologia nos Municípios” visando a construção coletiva de um Plano Municipal de Apoio e Promoção do Extrativismo Sustentável. São Francisco de Paula foi o município escolhido no RS para fazer parte dessa iniciativa promovida pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
O objetivo é promover, apoiar e sistematizar processos de mobilização e incidência política no nível municipal, visando à criação e ao aprimoramento de políticas públicas, programas, projetos, leis e experiências municipais importantes de apoio à agricultura familiar e à segurança alimentar e nutricional e que fortalecem a agroecologia.
O passo inicial será a realização de um diagnóstico para identificar, a partir dos atores e atrizes que trabalham com o extrativismo, os pontos de aprimoramento na prática no rumo da sustentabilidade. O pinhão, semente da Araucária, símbolo cultural da região e do município, tem sido o protagonista neste momento. No entanto, a ideia é trabalhar com a diversidade de espécies nativas.
Já aconteceram diversos encontros e conversas envolvendo grupos de agricultoras e agricultores familiares, extrativistas, sujeitas e sujeitos sociais que têm sua vida ligada às práticas do extrativismo. A proposta inclui também ouvir outras vozes, envolver agentes de saúde e profissionais que atuam diretamente junto às populações e agentes gestores, na costura entre a realidade atual e as demandas para melhoria das práticas.
Essa articulação já está em curso, por meio da atuação do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP), que é consultor estadual da iniciativa “Agroecologia nos Municípios”, em conjunto com a Rede Ecovida e em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, da Prefeitura de São Francisco de Paula.
Segundo Tiago Zilles Fedrizzi, do CETAP, para São Francisco de Paula, que já possui forte impulso no turismo ecológico, lançar luz sobre práticas agrícolas históricas na esfera do extrativismo sustentável, que valorizam o conhecimento e as práticas locais envolvidas e são responsáveis por gerar renda e conservação ambiental, é a possibilidade de mostrar que floresta em pé é floresta que traz, também, retorno econômico.