Por Redação GMC Online – Publicado em 01/02/2023 às 08h26
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) estão investigando a mortandade de 7,8 milhões de abelhas de 130 colmeias em Mauá da Serra, no norte do Estado. A principal suspeita é de que o uso de agrotóxicos tenha gerado o extermínio dos insetos. As informações são do TN Online.
Um boletim de ocorrência também foi registrado na polícia do município por dois apicultores prejudicados. Eles calculam prejuízos de mais de R$ 130 mil com a perda da colheita de mel e também dos enxames que estavam instalados na Vila Rural Nova Esperança.
O fiscal da Adapar de Apucarana, Luciano Gomes, fará uma fiscalização no local nesta quarta-feira, 1º. Abelhas mortas serão coletadas e encaminhadas para análise no Tecpar – Instituto de Tecnologia do Paraná, em Curitiba. “O nosso objetivo é investigar qual agrotóxico foi utilizado e identificar o nome do produtor rural responsável”, explica Gomes. Caso a investigação tenha sucesso, o caso será encaminhado para a sede da Adapar, em Curitiba, e o agricultor pode sofrer penas, desde advertência até multa.
Luciano explica que há uma série de situações nas quais o produtor precisa levar em conta na hora de aplicar inseticidas nas lavouras, desde a fase das plantas (se estiver em floração, por exemplo), o tipo do equipamento utilizado para pulverizar a lavoura e a velocidade do vento, entre outros aspectos.
O extensionista do IDR em Mauá da Serra, Higor Henrique da Silva, afirma que não é a primeira vez que o problema é registrado. Esses mesmos dois apicultores já perderam um grande número de colmeias em pelo menos outras duas oportunidades nos últimos anos.
Ele afirma que, nas outras vezes, não foi possível identificar os responsáveis. Neste caso, Higor conta que o uso de agrotóxicos foi flagrado em uma propriedade próxima e logo após a morte das abelhas exemplares de soja foram congelados para envio posterior ao Tecpar para análise.
O extensionista assinala ainda que vai propor, junto à Secretaria Municipal de Agricultura de Mauá da Serra, um projeto de conscientização dos agricultores do município para a proteção das abelhas e também de outros insetos polinizadores, que cumprem um importante papel no ecossistema. “Não queremos condenar os produtores de soja, mas é preciso orientá-los sobre o assunto”, diz.