O Pantanal Mato-grossense está cada dia mais prejudicado devido ao uso de agrotóxicos nas lavouras. A região, que desempenha um papel importante na conservação da biodiversidade, sofre com os resíduos de pesticidas no leito de rios, córregos, fundo de cachoeiras e lagoas no curso das águas.
A reportagem é do Portal Ciclo Vivo, 29-08-2012.
A situação foi detectada por pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso e da Embrapa Pantanal. Isso porque o Mato Grosso é o maior produtor de grãos do país e ao mesmo tempo em que produz em larga escala, o Estado aumenta a quantidade de venenos para conter as pragas.
O MT também lidera o consumo nacional de pesticidas, sendo o Brasil o país que mais usa agrotóxicos no mundo. Para se ter uma ideia, só na safra 2010/2011 foram utilizados 936 mil toneladas de agrotóxicos em plantações nacionais. A situação é preocupante para os órgãos de saúde e alimentação.
“Veneno, como o próprio nome diz, é feito para matar. A linha entre matar a erva daninha e a saúde das pessoas é tênue. O crescimento do uso de agrotóxico é muito maior do que imaginávamos e o país não pode abrir mão do direito de restringir o uso ou banir” afirmou José Agenor Álvares, diretor de controle e monitoramento sanitário da Anvisa, ao Globo.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), desde 2008, tenta normatizar o uso de agrotóxico no país. Cinco produtos já foram tirados de circulação, mesmo assim alguns deles continuam a ser usados de forma ilegal.
Apesar de serem minoria no mercado, os produtos biológicos, que são menos agressivos à saúde humana, são incentivados pelo Ministério da Agricultura. De 1.537 marcas de produtos químicos, apenas 72 se enquadram na classificação dos menos prejudiciais à saúde humana.