Boletim 58: Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos, e mais…

Editorial

Olá,

Neste dia 3 de dezembro comemoramos o Dia Mundial de Luta Contra os Agrotóxicos. A data remete à tragédia de Bhopal (1984), quando uma fábrica de agrotóxicos da Union Carbide (hoje Dow Chemical) liberou um gás tóxico e matou 8000 pessoas em apenas 3 dias, e deixa consequências trágicas na população até hoje.

Este dia marcou o início da visita do relator da ONU para substâncias tóxicas, Baskut Tuncak, ao Brasil. Até o dia 13 de dezembro ele irá percorrer o país verificando situações de contaminações e dialogando com as populações atingidas. Além do tema dos agrotóxicos, cuja agenda contou com a colaboração da Campanha, o relator dará ênfase à questão da mineração e do derramamento de óleo na costa brasileira.

Ainda no dia 3, a Via Campesina Internacional anunciou seu compromisso com a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos no nível internacional. De acordo com declaração, “com esta campanha a Via Campesina intensifica sua luta contra as transnacionais, levando adiante um modelo diferente de desenvolvimento agrícola no sentido de uma agricultura baseada na agroecologia camponesa, ao invés dos agrotóxicos e transgênicos, colocando o campesinato como sujeito histórico central que alimenta a população, ao contrário do agronegócio que coloca o lucro acima da vida.”

Hoje, no dia 10 de dezembro, celebramos o Dia Mundial dos Direitos Humanos. Um dia para refletirmos sobre o direito de cada cidadão e cidadã a um meio ambiente preservado e uma alimentação saudável!

Boa leitura!

Destaque

Diante da perseguição à sociedade civil, articulação denuncia para ONU o grave quadro de uso dos agrotóxicos

Para a assessora jurídica da Terra de Direitos e representante da Campanha Nacional na audiência pública a criação de espaços de oitiva, como a agenda desta terça-feira, e a vista do relator adquire um caráter ainda mais importante diante do cerceamento à participação social na temática. “Nesse momento temos cerceados, minimizados ou extintos espaços de controle e participação social, em que tentam silenciar as vozes da sociedade civil, de movimentos sociais, e organizações e pesquisadores, é preciso reverter essas denúncias em espaços internacionais, que se mostram atentos ao cenário de retrocessos ambientais e sociais que vivemos no Brasil”, destaca Naiara.

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As vítimas foram encaminhadas para o pronto-socorro e apresentaram asma, tosse seca, falta de ar, vômito, dores no tórax, estômago e também na cabeça. Seis cães também foram intoxicados, apresentando inchaço na barriga. Dois deles morreram. A área é reservada aos indígenas pela Justiça e compõe a demarcação da Terra Indígena Guyraroka, anulada em 2014 pela 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

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O MPF pede que a Justiça determine que União, Estado e Município estabeleçam uma norma para regulamentar a distância mínima entre áreas adjacentes para a aspersão terrestre de agrotóxicos, declarando, para tanto, que os entes federativos possuem o dever de fiscalizar a aplicação de agrotóxico; além de proibir os responsáveis pela fazenda vizinha à comunidade indígena Guyraroká, localizada em Caarapó e cercada por propriedades rurais, de lançar agrotóxicos a uma distância inferior de 250 metros da comunidade.

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— Nossa preocupação é justamente trazer essa discussão para saber até onde vai ser nocivo. Porque a incidência de câncer é muito alta. A incidência hoje de anomalia em bebês que estão nascendo está discrepante. Então, a gente precisa analisar, estudar, verificar se existe alguma relação. Certo que o nosso país é ainda um país que exporta muito produto agrícola, mas não quer dizer que a gente precise matar a população em nome da economia — ressaltou Styvenson.

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