Por Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida.
A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida se irmana com toda a rede agroecológica brasileira neste momento de perda de um dos nossos maiores mestres, o professor Adilson Paschoal.
Com uma extensa obra acadêmica e um comprometimento incansável junto às comunidades, tanto dentro como fora da universidade, o professor Adilson desempenhou um papel fundamental na desconstrução do discurso promovido pelos defensores do modelo produtivo baseado em monoculturas, uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos e mecanização intensiva.
A trajetória da Campanha Permanente se entrelaça com o legado do professor Adilson Paschoal, que, em 1977, cunhou o termo “agrotóxico”. Em parceria com a pesquisadora Ana Primavesi, ele desempenhou um papel crucial na disseminação dos estudos sobre agroecologia no Brasil, ao mesmo tempo em que denunciava a relação entre o uso de agrotóxicos e a crise ambiental.
Em 2017, após quarenta anos da publicação “Agroecossistemas – com ênfase nos agrotóxicos”, onde se utilizou o termo pela primeira vez, o agrônomo Adilson Paschoal, escreveu o artigo “É Agrotóxico, e não defensivo agrícola”, no qual reforça que o termo, contestado pelo agronegócio, “não é apenas etimologicamente correto, como também o é cientificamente, sendo a ciência que estuda os efeitos desses produtos denominada toxicologia”
Não vamos deixar um legado tão importante se perder. Mesmo frente às ações que os defensores do modo destrutivo de produzir vêm empreendendo para estimular ainda mais o uso de agrotóxicos – tentando substituir o próprio termo para disfarçar que são venenos e matam – seguiremos na luta pela forma de cultivo que pessoas como o professor Adilson e a professora Ana Primavesi tanto estudaram, divulgaram e agiram para que fosse adotado nos campos brasileiros.
Como eles nos ensinaram, somente com um solo fértil e a biodiversidade em plenitude é que teremos alimentos saudáveis na mesa da população.
Professor Adilson Paschoal presente, hoje e sempre!