07/04/2011

Vinicius Mansur

Brasília (DF) 

Embalados pelo lançamento da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida e por inúmeras denúncias dos impactos dos venenos agrícolas na saúde dos brasileiros, os deputados da Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, discutiram o tema em audiência pública nesta quinta-feira (07), Dia Mundial da Saúde.

De acordo com o deputado Padre João (PT-MG), requerente da audiência e da criação da subcomissão especial para tratar do uso dos agrotóxicos, a reunião é só “o ponto de partida das ações necessárias para enfrentar o problema”.

“Nossa motivação é a convicção de que a soberania alimentar é um direito de todos. E é impossível discutir segurança alimentar sem discutir as formas de produção. Temos que discutir a diversidade da produção, a raiz do problema. Porque o veneno existe para matar a diversidade. Temos experiências exitosas, com mestres e doutores, de que é possível a produção agroecológica”, discursou.

Também participaram da reunião o procurador Pedro Luiz Serafim da Silva, do Fórum Nacional de Agrotóxicos, o representante da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Aléssio Marostica,  o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Agenor Álvares da Silva e Walter Israel, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Walter Israel criticou duramente os agrotóxicos e culpou os entusiastas da Revolução Verde e do agronegócio pelo fato de o Brasil ter se tornado o campeão mundial no uso do veneno. Em 2009, o país consumiu 1 bilhão de litros do produto. “Por isso é urgente a Campanha Permanente contra os agrotóxicos”, concluiu.

Ao final da fala de Israel, ativistas distribuíram pimentões a plateia em protesto. Dentro dos pimentões havia mensagens de alerta. De acordo com os manifestantes, o alimento é um dos que mais recebe agrotóxicos na lavoura.

Fotos: Vinicius Mansur

Fonte: Brasil de Fato