Por Roberta Quintino l Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida.
No dia 22 de novembro, em Curitiba (PR), começa a 20º edição da Jornada de Agroecologia. Construída por cerca de 60 organizações, entre movimentos sociais e populares, coletivos e instituições de ensino, o evento tem o objetivo apresentar a agroecologia como um modelo viável para a produção de alimentos saudáveis. Além de promover o intercâmbio de camponeses/as, povos originários e tradicionais, pesquisadores/as, estudantes e militantes dedicados às diversas lutas relacionadas à temática.
Em homenagem a engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi, pioneira nos estudos sobre agroecologia no Brasil, que faleceu aos 99 anos em janeiro de 2020, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida estará presente na jornada com o Café Ana Primavesi, com exposição de materiais produzidos pelos movimentos em defesa de uma agricultura saudável e de denúncias das constantes violações por agrotóxicos no Brasil.
No Café serão realizadas importantes atividades, como rodas de conversas, seminários e lançamento de livros. Além disso, a Campanha vai conduzir a Conferência: “Agrotóxicos” – estudo, denúncia, troca de experiências em ações, com a participação virtual da pesquisadora e autora da pesquisa “Geografia das assimetrias, colonialismo molecular e círculo de envenenamento”, Larissa Bombardi, e a procuradora do Ministério Público do Trabalho e coordenadora do Fórum Estadual de Combate aos Agrotóxicos, Margaret Matos.
Jakeline Pivato, da coordenação da Campanha, ressalta que ao longo de duas décadas, a jornada tem propagandeado a agroecologia, promovendo a troca de experiências e construindo importantes ferramentas de formação, de desenvolvimento de políticas públicas e frentes de trabalho para discussão do tema. “A partir da articulação de diversos atores inseridos na jornada, como coletivos, organizações, movimentos sociais e mandatos políticos, foi possível a consolidação de políticas públicas e iniciativas populares, a exemplo dos cursos técnicos em agroecologia em parceria com as principais universidades públicas do estado do Paraná”.
Para Jakeline, a Jornada de Agroecologia é mais do que um encontro anual, “é uma trajetória de construção coletiva, articulações estratégicas e avanços significativos em prol da agroecologia e contra os impactos dos agrotóxicos”.
Referência na luta pela vida e contra os agrotóxicos
O lançamento da Campanha Permanente no Paraná aconteceu, em 2011, na primeira edição da jornada na cidade de Londrina, e se tornou uma referência central para a construção de um debate mais específico sobre agrotóxicos, incluindo oficinas, seminários e outras articulações fundamentais para denunciar as violações causadas por agrotóxicos e anunciar a agroecologia como expressão de uma agricultura imprescindível à transformação do modo de produção de exploração do agronegócio.
É fundamental ressaltar que as organizações envolvidas na construção da jornada também desempenham um papel ativo na construção da Campanha. É uma caminhada unitária em defesa da agroecologia, da promoção de práticas sustentáveis e conscientização da sociedade sobre os impactos dos agrotóxicos.
A Jornada acontece, pelo segundo ano consecutivo, no campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no bairro Rebouças, e conta com uma programação diversa, da feira de alimentos agroecológicos e artesanatos, aos shows musicais e apresentações culturais nacionais e regionais. O evento se encerra no domingo, dia 26.
Confira a programação do Café Ana Primavesi:
22/11 – 16h – Exposição de Fotos “Luta campo e cidade”;
23/11 – 09h – Conferência: “Luta contra os agrotóxicos: a vigilância popular como instrumento de denúncias e resistência nos territórios.”– Larissa Bombardi (virtual) – atlas mundial dos agrotóxicos
– Dra. Margarete Mattos – Fórum Estadual de Combate aos Agrotóxicos
Local: Auditório Eny Caldeira, UFPR Rebouças.23/11 – 15 – Roda de conversa “Conflitos Agrários e a Luta pela Terra”
24/11 – 10h às 11h – Seminário “Juventude e Agroecologia”
24/11 – 15h às 16h – Lançamento livro “O Povo de Lula” – Leandro Taques