por Alan Tygel
Neste domingo, dia 7 de agosto, a Campanha Permanente Contra Os Agrotóxicos e Pela Vida realizou o primeiro encontro de formação no Rio. Pela manhã, foram abordadas questões gerais sobre o agronegócio como modelo de desenvolvimento agrário baseado nos venenos. Já no período da tarde, foi debatida a dinâmica da produção agrária no Rio de Janeiro, mostrando as regiões que usam mais agrotóxicos.
O debate foi facilitado por Paulo Alentejano, professor da UERJ e FioCruz, mais conhecido como Paulinho Chinelo. A primeira parte do debate foi subsidiada por 3 textos: Questão agrária no Brasil atual – uma abordagem a partir da Geografia, de Paulo Alentejano e dois textos do Caderno de Formação 1 da Campanha: “Mercado de Agrotóxicos no Brasil” e “O Círculo Vicioso dos Venenos Agrícolas”. Além disso, foram exibidos trechos do filme O Mundo Segundo a Monsanto.
À tarde, o debate girou torno do texto Um breve balanço da agricultura e da política agrária no estado do Rio de Janeiro nas últimas décadas. Nele é possível ver claramente como se reduziu a produção de alimentos no Rio, ao passo que a produção de commodities agrícolas – soja, cana de açúcar, eucalipto – aumentou. Além disso, salta aos olhos a diminuição da área agrícola do Rio, o aumento da violência no campo junto com a expulsão da população em direção à cidade. O PARA – Projeto de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos também foi debatido, em específico os dados relativos ao estado do Rio.
Os encontros de formação têm o objetivo de formar a militância no tema dos agrotóxicos. Reconhecendo que o tema é complexo, é preciso um esforço para o que debate seja qualificado. Temos que ter argumentos consistentes para combater a ofensiva do agronegócio. Não podemos vacilar ao ouvir que “o mundo morreria de fome sem agrotóxicos” ou então que “o problema dos agrotóxicos é o uso incorreto pelos pequenos agricultores”. Pisar os pés na realidades concreto – dos agrotóxicos e da agroecologia – também é fundamental nesta batalha.
O próximo encontro ocorre no dia 11 de setembro, com o tema “Os impactos ambientais dos agrotóxicos”. Em seguida, os temas serão “As doenças causadas pelos agrotóxicos” e “As alternativas agroecológicas”. Estão previstas ainda duas idas a campo.
Os encontros são abertos a todas e todo queiram participar. O objetivo é ser um espaço permanente onde a campanha acontece. Em breve serão divulgadas maiores informações sobre o próximo encontro.