A conclusão do estudo confirmou que os agricultores têm, pelo menos, o mínimo de consciência acerca do assunto, dos males que os agrotóxicos podem causar. “O que devidamente lhes falta é o entendimento de que o produto final gerado, acima do monetário, pode ser muito mais hostil, em termos da própria saúde, dos demais familiares e envolvidos no processo, assim como para todo o meio ambiente”, explica Peres.
A pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Márcia Sarpa, destacou as graves falhas na classificação toxicológica dos agrotóxicos pela Anvisa. Segundo ela, a agência utiliza um curto período de exposição ao veneno como critério de avaliação, desconsiderando os efeitos a longo prazo. “Ao longo de uma vida de 20 ou 30 anos de exposição qualquer um deles pode levar ao desenvolvimento de câncer”, alertou.
“Diante desse cenário de extrema vulnerabilidade da população brasileira a doenças causadas pelos agrotóxicos, diretrizes regulatórias e legislações mais restritivas são urgentes, assim como o investimento em serviços de saúde e a promoção de políticas de prevenção de doenças crônicas não transmissíveis”, diz o trecho final do estudo Exposição ambiental e ocupacional a agrotóxicos e o linfoma não-Hodgkin.
A relação dos agrotóxicos com o LNH se soma a muitas pesquisas e estudos desenvolvidos tanto no Brasil quanto no exterior, que apontam a conexão entre o uso de venenos na lavoura e o surgimento de diversos tipos de câncer – a segunda maior causa de mortes no Brasil. Segundo estimativa do Inca, cerca de 600 mil novos casos de câncer surgiram em 2016 no país.
A imensa maioria da dívida vem de grandes proprietários de terras, exatamente aqueles que passam na televisão como empresários modernos e eficientes.
Como assim? São eficientes, mas não conseguem pagar suas dívidas?
Quando a televisão mostra a reforma agrária, mostra um sujeito “ineficiente”.
Lógico que a TV esconde que agricultores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) são os maiores produtores de arroz orgânico do Brasil.
As grandes redes de TV não dão a menor chance de haver gratidão ao que eles não gostam. A pessoa poderia dizer: “que legal que o MST está desenvolvendo a agricultura natural no Brasil”.
Se houver um pouco de gratidão, esta deve ser direcionada para aceitar o agronegócio endividado (no Brasil e no mundo).
Afinal, a indústria de adubo, veneno, máquinas etc são grandes anunciantes destas redes de televisão.
Audiência Pública ontem em São Paulo discute efeitos dos agrotóxicos.
Márcia Sarpa contou que o Inca realizou uma pesquisa com mil agricultores do município Dom Feliciano (RS), e constatou que a exposição à agrotóxicos levou a um aumento de desordens mentais e depressão, além de um crescimento alarmante do índice de suicídio na região. “Não existem limites seguros de exposição a essas substâncias”, disse a pesquisadora.
Este notícia é muito importante. Como já afirmamos várias vezes aqui, no Brasil não há controle algum sobre a venda de agrotóxicos.
A construção de um SIA (Sistema de Informações sobre Agrotóxicos) passeia pelas gavetas da Anvisa há pelo menos 7 anos. Mas nunca saiu do papel.
O Crea, que deveria fiscalizar o receituário, nunca se manifestou.
Esperamos que a notícia do RS se efetivo, que os dados dalí gerados sejam públicos e que se espalhe pelo Brasil.
Ótima e necessária análise sobre o uso de água pelo agronegócio.
"Quando se analisa o aumento no volume das exportações brasileiras de soja, carne e açúcar e, consequentemente, constata-se o aumento do volume de água embutido nessa produção, conclui-se que é necessário pensar sobre os possíveis impactos ambientais que a exportação de produtos primários e semimanufaturados pode estar tendo sobre nossos recursos hídricos. Entre 1997 e 2005, o volume de água empregado na produção e exportação apenas nesses três produtos saltou de 27,1 bilhões de litros para 460,1 bilhões de litros."
O observatório De Olho nos Ruralistas promoverá, nesta quarta (28), a partir das 13 horas, um twitaço (postagem em massa de mensagens no Twitter) com a hashtag #OAgroNãoÉPop.
O objetivo da ação é questionar uma propaganda veiculada pela Rede Globo desde 2016, em horário nobre da emissora, que afirma que "O Agro é Pop. O Agro É Tech. O Agro É Tudo". Como hastags adicionais, serão utilizadas também as marcações: #OAgroNãoÉTech, #OAgroNãoÉTudo.
Defensivos agrícolas ou veneno? Boa pergunta!
"Outro estudo, promovido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, revelou o risco de exposição crônica de agrotóxicos em cultivos como arroz, feijão, soja e frutas, identificando 68 compostos que excediam o valor da ingestão diária aceitável, também de acordo com os limites determinados pela Anvisa.
Apenas para ilustrar, a pesquisadora Jacqueline Mary Gerage identificou que dentre os 283 agrotóxicos estudados, o brometo de metila (BM) – pertencente à classe dos inseticidas, formicidas e fungicidas, e listado como extremamente tóxico – foi a substância com maior estimativa de frequência, segundo informa a Agência USP."
Chilenos denunciam entrada de árvores transgênicas no Brasil, a exemplo do já ocorreu no Brasil.
A Conferência sobre Biotecnologia de Árvores da IUFRO de 2013 aconteceu nos Estados Unidos e foi patrocinada pela ArborGen. Atualmente, o país está considerando aprovar um pedido desta empresa para legalizar a produção comercial de plantações de eucalipto transgênico.
Mais sobre abelhas e agrotóxicos...
O professor aposentado Lionel Segui Gonçalves, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP, alerta para o risco da extinção do inseto. "A abelha é o maior polinizador que existe no planeta. A extinção dela atinge basicamente a produção de alimentos. Com a falta de polinizadores, a carência de alimento passa a ser muito alta e não existe uma substituição para os polinizadores naturais", argumenta o especialista em abelhas em entrevista à Rádio USP.
Ação altamente necessária!
Infelizmente, muitos profissionais de saúde não sabem (ou por vezes não querem) reconhecer a intoxicação por agrotóxicos. Com isso, os dados seguem subnotificados.
Parabéns à Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado Piauí pela iniciativa.
"Quando o agricultor vê, ele acredita!" Este é o lema da metodologia social de disseminação da Agroecologia chamada "de Camponês a Camponês". Esta metodologia, que tem os próprios agricultores familiares como protagonistas do processo de Transição Agroecológica, está sendo implementada nas 19 comunidades rurais do município de Lavras - MG por meio do projeto de doutorado do Farmacêutico Sanitarista Pedro Abreu (Pós-Graduação em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp).
Agro é Narco.
#Agronarconegócio
Mais resultados da seríssima pesquisa que vem sendo realizada no Ceará pela equipe da UFC.