Toda a produção do lote de Zatti é livre de venenos, uma realidade que também é compartilhada por 90% das famílias que moram no Assentamento Itapui. Além de peixes, o assentado investe em cana-de-açúcar para fazer caldo de cana e maracujá para suco, alimentos que são comercializados anualmente na Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio, a 16 quilômetros da cidade de Nova Santa Rita. Contudo, a produção de Zatti não se limita a esses itens: ele prioriza a diversidade de alimentos para a subsistência da família.
Na Ilha de Marajó, os agricultores sem a posse da terra eram obrigados a trabalhar em um regime próximo à servidão. Eles tinham que destinar metade da produção aos supostos donos daquelas terras. Quando as famílias obtiveram da União o direito de trabalhar o solo, deixaram de pagar o “imposto”. Foi aí que começaram os conflitos na região.
Quanto maior a inserção de serviços de proteção social como saúde, educação, espaços de lazer, transporte público, menor é a vulnerabilidade social. Além disso, como o cuidado da saúde é intersetorial, as equipes das Unidades de Saúde podem desenvolver ações em conjunto com outros equipamentos sociais da comunidade, como escolas, igrejas, grupos sociais etc.
O maracujá pode ser consumido ao natural ou na forma de sucos, doces, geleia, sorvete e licor. Além disso, os princípios ativos maracujina, passiflorine e calmofilase são encontrados em toda a planta, inclusive nas folhas usadas em chás. O maracujazeiro tem propriedades calmantes, analgésicas e anti-inflamatórias.
Além de comercializarem seus produtos, os assentados e acampados participaram ativamente das atividades de formação e dos espaços culturais, que serviram para representar as outras dimensões da luta pela terra.
O relatório de 2016 destaca o maior número de assassinatos em conflitos no campo dos últimos 13 anos, 61 assassinatos – 11 a mais que no ano anterior, quando foram registrados 50 assassinatos. 48 destes assassinatos ocorreram na Amazônia Legal. Além do aumento no número de assassinatos, houve aumento em outras violências. Ameaças de morte subiram 86% e tentativas de assassinato 68%.
Os dados mostram 2016 como um dos anos mais violentos do período em que a CPT faz o registro desde 1985.
"No Brasil há uma minoria de ruralistas que investiram em suas propriedades para cumprirem a legislação ambiental e eles estão sendo prejudicados por quem não cumpre. Além disso, não se pode negar o fato que o agronegócio mantém a balança comercial brasileira e que isso é relevante para o país inteiro, mas isso não autoriza os ruralistas a agirem da forma como agem”.
"Existe uma opção política em apoiar o agronegócio e isso se dá porque a lógica das normas e das leis ainda favorece grandes empresários, em detrimento de agricultores familiares”. E assevera: “A causa de tudo isso é que o agronegócio tem influência sobre os poderes públicos, e um grande exemplo disso é a Bancada Ruralista do Congresso”.
Ao olhar para a sociedade brasileira, percebemos como os refrigerantes e outras bebidas açucaradas passaram a ocupar cada vez mais as mesas e o hábito de consumo. Há 3 décadas, o consumo de refrigerantes ocorria apenas em algumas situações, como festas ou finais de semana. Atualmente, a disponibilidade aumentou enormemente e os preços caíram fazendo que o consumo ocorra a qualquer momento e locais: parques, cinema, espaços públicos como escolas e hospitais, por exemplo, e a qualquer momento do dia, inclusive no café da manhã.
Organizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e seus aliados, o Mutirão de Formação e Mobilização tem ido do pampa, à floresta rumo ao sertão. O Mutirão foi lançado em fevereiro deste ano em São Paulo, na oportunidade os camponeses e camponesas do MPA reunidos em Guararema assumiram o compromisso de construí-los nos Estados, assim como, as organizações e entidades que participaram deste momento. Os lançamentos estaduais do Mutirão deram-se em seguida, e as suas primeiras atividades foram realizadas no RS, PI, PR e RO, seguidos pelos demais Estados do Nordeste. Desde então, os 19 Estados onde o MPA está organizado, preparam-se para desenvolve-lo.
As mulheres são responsáveis pela maior porcentagem de atividades agrícolas e na reprodução da vida como um todo.
O jornal canadense The Globe and Mail divulgou a versão em português de reportagem sobre os suicídios entre os Guarani Kaiowá, 22 vezes maiores que no conjunto da população brasileira: “Os esquecidos: por dentro da crise de suicídios indígenas no Brasil“. A reportagem de Stephanie Nolen, publicada em inglês no dia 17, constatou que o governo brasileiro não vê nisso uma crise – como ocorre no caso canadense.
Enquanto isso na Câmara o circo de horrores prossegue...
No final da manhã de hoje (12/4), numa votação que durou sete minutos, parlamentares aprovaram o relatório do deputado José Reinaldo (PSB-MA) da Medida Provisória (MP) 758/2016, que reduz a proteção de 510 mil hectares de áreas protegidas, no oeste do Pará. O texto segue agora para o plenário da Câmara e, se lá for aprovado, para o Senado. A MP precisa ser apreciada até 29/5, ou perderá validade.
Uma semana após prometer destravar os processo de demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antônio Fernandes Toninho Costa, propôs, em entrevista à BBC Brasil, uma ideia polêmica e contraditória: os índios devem integrar o sistema de produção e o governo deve regulamentar a exploração de mineração em terras indígenas.
A maior ameaça ao Cerrado é “achar que a vegetação nativa é um estorvo ao desenvolvimento. Neste sentido, entre as principais ameaças estão os grandes monocultivos e o extrativismo predatório. Os grandes monocultivos simplesmente eliminam qualquer diversidade regional pela completa eliminação da vegetação local”