O Brasil passa por um obscuro processo de intensificação da agricultura. Num período de sete anos, de 2007 a 2013, dobrou o consumo de veneno aplicado nas terras cultivadas do país, terras estas que foram ampliadas em menos de um terço.
As donas de casa aparecem na lista como as principais vítimas no caso das mortes por suicídio (22% do total de casos relativos à ingestão de agrotóxicos no Brasil), seguidas pelos estudantes (19%) e pelos trabalhadores agropecuários (12%). Em situações de violência e homicídio os estudantes passam à frente, com 21%, seguidos pelas donas de casa (19%) e pelos trabalhadores agropecuários (15%).
Se no último verão, o país esteve às voltas com o enfrentamento da zika e da dengue, o verão de 2017 deverá trazer mais um desafio aos gestores, em nível municipal, estadual e nacional: a chikungunya.
Nessa análise realizada para o blog do Centro de Estudos Estratégicos (CEE/Fiocruz), o diretor da Fiocruz Mato Grosso do Sul, o médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha, afirma que a doença atinge hoje todo o país e vem se alastrando de forma vertiginosa: dos 650 municípios com casos notificados em todo o ano de 2015, passou-se a 2.250, só até setembro de 2016, segundo dados do Ministério da Saúde.
Quantidade de veneno quadruplicou na Paraíba; no Piauí, relação entre consumo de veneno e área plantada quintuplicou entre 2007 e 2013; Recife lidera ranking nacional de intoxicação.
Na última quarta-feira (26), o governo do estado de Yucatán (MX) lançou um decreto que libera duas zonas específicas do uso de transgênicos. O estado governado por Rolando Zapata Bello (PRI), é o primeiro na península em tomar essa decisão.
Segundo o Diário Oficial do estado, as razões pelas que se declaram zona livre dos organismos geneticamente modificados (OGM) se deve a diversos fatores, entre eles os riscos que essas substâncias provocam na saúde dos seres humanos.
Como agronegócio e seu sistema de produção afeta a nossa cadeia alimentar no Brasil...
Quem controla nossa comida?
Um reduzido número de empresas multinacionais.
Isso colabora para aliviar a fome no planeta ou aumenta a desigualdade e o respeito à diversidade alimentar de cada região?
“Nós camponesas e camponeses temos o direito de seguir produzindo alimentos para o mundo. Cuidamos das sementes, que são a vida e pensamos que o ato de produzir alimentos é um ato de amor. A humanidade necessita da nossa presença, nos negamos a desaparecer. Temos um compromisso com a produção de alimentos.”
Olha ai o agronegócio entrando mais uma vez no ranking de efeitos prejudiciais para o meio ambiente.
O setor agropecuário é responsável por 69% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, segundo balanço divulgado hoje (26) pelo Observatório do Clima - rede que reúne 40 organizações da sociedade civil. Estão incluídos nesse percentual os poluentes decorrentes do processo digestivo dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento para abertura de novas áreas para a atividade econômica.
A pesquisa fez parte da dissertação de mestrado de Vanessa Menk. Ela alerta para o alto número de casos de intoxicações registradas no país e para o descaso das políticas públicas nesse sentido. Várias doenças, como câncer, infertilidade, disfunção hepáticas, entre outras, estão associadas à utilização destes defensivos agrícolas.
“Parece que os interesses comerciais foram mais importantes que todos os outros”, aponta o especialista. Para ele, a facilidade com que os transgênicos são aprovados no Brasil fez com que perdêssemos “a oportunidade de identificar o problema em seu nascedouro, antes que se tornasse grande".
O Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCF) foi criado para avaliar essa política e contribuir para sua implantação por meio de uma Teia de Saberes e Práticas, que envolve movimentos sociais do campo, da floresta e das águas, gestoras/es e trabalhadoras/es do Sistema Único de Saúde (SUS) e a academia.
O glifosato é o ingrediente ativo do herbicida roundup, patenteado pela Monsanto em 1974. Segundo a Agência Internacional de Pesquisas do Câncer, o agrotóxico está ligado ao surgimento de linfomas não-hodgkins, que incluem mais de 20 tipos diferentes de tumores.
Em sua Plenária Nacional, Campanha Permanente contra os Agrotóxicos discute linhas de Ação Prioritárias a serem realizadas no próximo período.
#ContraOsAgrotóxicos #ComidaSemVeneno #VidaSaudável
Quando falamos em Soberania Alimentar, campesinato e por ai vai normalmente relacionamos aquele camponês ou aquela camponesa que trabalha com a terra, aquele que utiliza de práticas milenares para produzir alimentos para tanta gente não é isso?
Os membros da CTNBio sabiam que a Monsanto e Syngenta estavam ofertando variedades de milho com características peculiares, que não foram geradas para fins de nutrição. São plantas transformadas objetivando o processamento industrial em usinas de etanol, ou o cultivo em condições de deficiência hídrica (comuns em todas as regiões produtivas do Brasil). O que impediria os agricultores de cultivarem este milho e oferecerem transgênicos não avaliados nas condições brasileiras?