Mesa de abertura da Plenária nacional da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida realiza análise de conjuntura política e agrária no Brasil com a presença de João Pedro Stedile do MST, e Nalu Farias da Marcha Mundial de Mulheres.
O debate ocorreu em torno do cenário atual do campo brasileiro em um contexto de golpe.
Quais são as ações atualmente desenvolvidas pela agricultura camponesa para a produção de alimentos diversos, a partir do seu local de produção, da sua organização e da sua relação com o meio ambiente?
Quais alimentos contém mais agrotóxicos? Como podem afetar nossa saúde? É possível evitar sua ingestão?
O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), avalia a cada ano os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal, comercializados em todo o país.
“Para que as famílias consigam permanecer no campo elas têm que ter renda. E é muito bom quando essa renda vem da produção de alimentos, que é uma das principais contribuições que os camponeses podem dar à sociedade. Queremos oportunizar às pessoas o acesso aos produtos livres de venenos e que elas compreendam a importância da reforma agrária popular não só para os agricultores, mas também para a cidade, pois se o campo não planta, a cidade não janta”.
João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST/Via Campesina, também integrou a mesa e comentou que o plano de desenvolvimento da agricultura sempre foi dependente do capital e que as corporações transnacionais ao se apropriarem dos bens da natureza controlam os alimentos e promovem uma padronização da mercadoria.
“Os inimigos principais agora são os bancos e as corporações transnacionais, aliados à mídia burguesa”, ressaltou ao falar da ofensiva do capital sobre os territórios.
Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida Fotos: Iris Pacheco De 24 a 26 de outubro, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP), recebe o Seminário Diálogos Internacionais sobre a luta contra os agrotóxicos. Organizado pela…
Na manhã do segundo, o Seminário Diálogos Internacionais sobre a luta contra os agrotóxicos discute o papel da ciência no enfrentamento aos Agrotóxicos no cenário mundial, mas principalmente da América Latina.
A atividade segue até esta quarta-feira (26), e ainda discutirá o papel da ciência no enfrentamento aos Agrotóxicos, a regulamentação do uso de agrotóxicos, bem como promoverá a socialização de experiências de luta contra o modelo capitalista no campo. Para que assim, se possa construir propostas e ações conjuntas nessa esfera de enfrentamento a esse modelo de produção agrícola, principal ator no cenário dos agrotóxicos no mundo.
Encontramo-nos hoje no meio de uma batalha entre duas abordagens opostas sobre agricultura. Uma é a agroecológica baseada no uso das sementes livres tradicionais, biodiversidade e na vida em harmonia com a natureza. A outra tem a ver com o mundo mecanicista de um sistema industrializado baseado na monocultura, pesticidas, venenos e OGM, onde os cartéis dos químicos competem pela destruição dos nossos ecossistemas. (brochura da Assembleia Popular de Haia, 14/10/2016: Sementes de Liberdade)
Nos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, a má alimentação corresponde por até 20% dos casos de câncer e por 35% das mortes causadas pela temível doença – apenas atrás do tabagismo. #SaúdePopular
Seminário Internacional discute a sobre a luta contra os agrotóxicos
Durante os dias 24 a 26 de outubro, a Escola Nacional Florestan Fernandes em Guararema – São Paulo, recebe o Seminário Diálogos Internacionais sobre a luta contra os agrotóxicos.
Organizado pela Campanha permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, o evento tem como principal objetivo promover o diálogo entre as inúmeras iniciativas de enfrentamento aos agrotóxicos em vários locais do mundo, fortalecendo as mobilizações conjuntas acerca de legislações, políticas públicas, ações diretas e iniciativas populares, articulando-as com lutas de populações urbanas em defesa de uma alimentação saudável.
O estudo lembra que, no caso de intoxicação por agrotóxicos, há alta subnotificação, calculada em 50 casos não notificados para cada um registrado, dado o aumento exponencial do uso de veneno por área plantada no país. E que, nos últimos 40 anos, o consumo de agrotóxicos no Brasil aumentou 700%, enquanto a área plantada cresceu 78%. É o país que mais consome agrotóxicos no mundo, sendo que 22 dos 50 produtos mais utilizados na agricultura brasileira já foram proibidos em quase todos os países do mundo.
Têm as outras duas primeiras teses como perspectivas antagônicas as quais considera ameaça ao campesinato na medida que avança com o projeto de transformação do campesinato em agronegócio sob a chefia da Kátia Abreu que defende escancaradamente o Uso de Agrotóxicos para a alimentação dos pobres. Esta perspectiva para o campo ganha força na medida em que esta mesma pessoa assume o cargo de Ministra de Estado da Agricultura e Abastecimento, negando os valores e a capacidade socioeconômica, cultural e ecológica que cumpre o campesinato. Abaixo alguns elementos dos dois projetos em disputa:
http://mpabrasil.org.br/soberania-alimentar-e-projetos-em-disputa/
No último ano foram identificados 97 novos casos de cultivo sem agrotóxicos no estado. Previsão é de que o número de ações dobre até 2019.
Em Salvador, Frente realiza Audiência Pública sobre a questão dos agrotóxicos, bem como as propostas de iniciativa Legislativa oriundas do Grupo de Trabalho sobre agrotóxicos da Frente.
Das propostas discutidas estarão os projetos de lei que limitam o uso e/ou proíbem práticas que prejudicam e afetam gravemente a saúde das pessoas e o meio ambiente.
O objetivo da Rede Espaço Agroecológico é construir espaços de comercialização para alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos que propiciem acima de tudo a integração entre campo e cidade e a troca de aprendizados entre agricultores familiares e frequentadores. Esse é o objetivo principal das famílias camponesas de diversos municípios do estado de Pernambuco que fazem parte da Rede Espaço Agroecológico.