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É o agronegócio quem diz: Tecnologia Bt não cumpre seu papel

Os "eminentes cientistas" insistem na tese tresloucada de que agrotóxicos e transgênicos não guardam qualquer relação. Usam o argumento de que nem todo transgênico é feito para resistir a agrotóxicos, como é o caso da tecnologia Bt, que onde a própria planta produz o agrotóxico. Pois, vejam o resultado desta "modernidade tecnológica"... (grifos nossos)

do Agrolink, 25/05 

Tecnologia, conforme os produtores de MT, demandou até cinco aplicações de inseticidas e custo elevou

MARIANNA PERES

Apesar de o clima bom ter feito toda a diferença sobre o desenvolvimento do milho safrinha, em Mato Grosso, elevando as perspectivas de produtividade e de produção, o ciclo vai deixando um peso a mais no orçamento do produtor. Quase 70% deles estão realizando elevado número de aplicações de inseticida no milho semeado com a tecnologia Bt, variedade que já embute um valor agregado maior à semente e que, em princípio, deveria dispensar esse tipo de tratamento químico, ainda mais de maneira intensiva.

A constatação feita no Circuito Tecnológico – Etapa Milho, evento organizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) – evidencia, conforme a entidade, que a tecnologia está perdendo sua eficiência e, por isso, demandando maior uso de defensivos para o combate às pragas. O milho é a principal cultura de segunda safra utilizada no Estado.

O resultado foi obtido com a aplicação de questionários quantitativos, além da coleta de amostras de talhões de milho em todo o Estado no mês de abril.

“Esse é um dado que nos serve de alerta. Estão aplicando altas doses de inseticida em um milho que não precisaria disso, e se isso ocorre, é porque a tecnologia de combate já não está mais tão eficiente”, ressaltou Cid Sanches, gerente de planejamento da Aprosoja.

Além da aplicação nas lavouras, os dados obtidos no Circuito Tecnológico – Etapa Milho - revelam ainda que, os agricultores, também estão utilizando o inseticida no tratamento de sementes, totalizando 88% das propriedades que utilizam esse método.

Uso combinado de agrotóxicos não é avaliado na prática. Entrevista especial com Karen Friedrich

 

A atualização do Dossiê da Abrasco referente aos alimentos contaminados por agrotóxicos, não só indica que 70% dos alimentos analisados foram cultivados com o uso de inseticidas, como informa que o glifosato, “o agrotóxico mais usado no Brasil”, não foi analisado nos testes e, portanto, a expectativa é de que “a contaminação seja muito maior”, disse Karen Friedrich, em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone.

De acordo com a toxicologista, “é possível fazer testes” com o glifosato, inclusive “porque a própria empresa, quando registra um agrotóxico, tem a obrigação de repassar a tecnologia da metodologia para órgãos e laboratórios públicos que irão fazer essa análise”, explica, ao informar que não sabe por quais razões tais testes não foram realizados pela Anvisa.

Karen esclarece que os efeitos à saúde, do ponto de vista toxicológico, foram analisados em dois grupos: os agudos e os crônicos. “O agudo é aquele que ocorre logo após uma exposição a uma dose alta de agrotóxico; e o efeito crônico é aquele que ocorre em uma exposição em doses muito pequenas ao longo da vida”, resume. Segundo ela, embora os herbicidas sejam liberados para a comercialização, um dos principais dilemas está relacionado ao fato de que “os agrotóxicos são testados individualmente, mas, na prática, há mistura de agrotóxicos”. Isso significa dizer, “que um determinado efeito que não se manifestou no teste com um animal de laboratório, a partir de uma única molécula, um único agrotóxico, na vida real, onde há misturas e onde um agrotóxico pode potencializar o dano do outro, causará efeitos na saúde das pessoas”. Na avaliação da pesquisadora, isso ocorre por conta de uma “limitação técnica do registro de agrotóxicos”.

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23 de maio: Dia Mundial de Luta Contra a Monsanto mst.org.br Nesse 23 de maio milhares de pessoas saem às ruas de todo mundo para protestar contra a atuação e práticas da Monsanto.

Anvisa analisa menos de 50% dos agrotóxicos e ignora o mais usado no país

Agricultores trabalham em plantação de alface orgânica, em Ibiúna

por Carlos Madeiro, do UOL, em Maceió

Mais da metade dos agrotóxicos contidos em alimentos no Brasil não têm análise do mal que podem fazer à saúde. A Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão responsável pela análise do uso desses agrotóxicos e possui um programa, o PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos). Porém, a pesquisa feita pela agência é restrita e não contempla sequer metade dos agrotóxicos usados no país - entre eles o principal usado pelo agronegócio, o glifosato.

Os levantamentos concluíram que 64% dos alimentos investigados pela Anvisa em 2013 tinham traços de agrotóxicos. Segundo a doutora em toxicologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio) Karen Friedrich, a contaminação pode ser ainda maior. "Eles coletam alguns gêneros de 18 tipos de alimentos, mas de supermercados apenas de capitais brasileiras, e analisam 230 agrotóxicos. Há uma ressalva, porque temos mais de 500, ou seja, a  pesquisa avalia menos da metade. E o glifosato, que é o mais usado, não é pesquisado. Será que pesquisando 100% dos tipos não estariam todos contaminados?", questiona.

Segundo Karen, pesquisas mostram que cada brasileiro consome, em média, 7,3 litros de agrotóxicos por ano. Além disso, não há método para investigação do uso combinado desses agrotóxicos. "É um número alarmante", conta. "Todas as estruturas de fiscalização de controle de vigilância são falhos, não têm estrutura, sofrem influência politica e têm incentivo ao uso de agrotóxico. A bancada ruralista no Legislativo sempre os defende", completa.

Hoje, em várias cidades do Brasil e do Mundo, …

Hoje, em várias cidades do Brasil e do Mundo, trabalhadoras e trabalhadores realizam a Marcha Contra a Monsanto. Muito mais do que marchar contra uma empresa - e motivos para isso não faltam - a marcha busca chamar atenção para o modelo agroalimentar que enfrentamos. O nome modelo agroalimentar parece complicado, mas não é difícil entender. Na produção da semente, seis empresas dividem o mercado - Monsanto, Basf, Bayer, Dow, Syngenta e Dupont. Na plantação, elas mesmo, e mais poucas outras (Nufarm, FMC, ...) fornecem os agrotóxicos. Na hora de escoar a produção, Cargill, Bunge, ADM e Dreyfuss dão conta de todo o recado. Para transformar isso em "comida", são cerca de 10: Kraft, Coca-Cola, General Mills, Kellog's, Mars, Unilever, Pepsico, Johnson & Johnson, P&G e Nestle. Simples assim, sua vida está na mão deles. E é justamente contra isso que saímos em marcha hoje. RS: https://www.facebook.com/events/1425273351114262/ RJ: https://www.facebook.com/events/836601489760082/ SP: https://www.facebook.com/events/708181692643154/ Caxias do Sul: https://www.facebook.com/events/891377754254811 Site oficial: http://www.march-against-monsanto.com/ Noticia no CONSEA: http://www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/noticias/2015/maio/marchas-de-movimentos-sociais-em-varios-paises-retomam-debate-sobre-agrotoxicos-transgenicos-e-modelo-de-producao-de-alimentos