Enquanto os nobres Deputados trabalham pra aumentar o uso de agrotóxicos no Brasil...
O Espaço Culinária oferecerá pratos típicos das roças brasileiras para serem consumidos na hora, mas o visitante poderá também levar ingredientes fresquinhos para encher a cozinha com os aromas e sabores da nossa culinária regional.
Um desses pratos é o Pato com Tucupi, que utiliza ingredientes tradicionais do Norte e Nordeste brasileiros.
Bem ao lado de uma das avenidas mais movimentadas da capital paulista, em meio a paisagem acinzentada dos edifícios, fica uma pequena ilha verde no topo do Centro Cultural São Paulo. É a Horta Comunitária CCSP, que completa cinco anos no domingo, dia 29 de abril.
A horta é uma iniciativa de um coletivo de cultivadores de hortas que se uniu a grupos de diversas regiões da capital, que acabou virando a União de Hortas Comunitárias de São Paulo.
A ativista Vandana Shiva (Dehradun, Índia, 1952) dedicou boa parte de sua vida desconstruindo supostos benefícios da agricultura industrial, que ela situa como ingrediente principal na receita para acabar com nossa saúde e com a do planeta. Com um sorriso cativante, mostra-se firme na hora de defender o papel de liderança que as mulheres devem desempenhar na luta pela soberania alimentar e a agroecologia. Acaba de apresentar Quién alimenta realmente al mundo?, editado por Capitán Swing.
As agricultoras e agricultores, vindos dos quatro cantos do Brasil, trazem à capital paulistana sua produção in natura e agroindustrializada com o sabor marcante das lutas camponesas.
A comercialização de alimentos saudáveis dos assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária vem acompanhada de uma vasta programação. Ivoneide destaca como um sucesso o espaço Culinária da Terra, com pratos típicos das diferentes regiões.“Convidamos a sociedade a vir conferir o sabor da luta pela terra, ver de perto os frutos de nossa luta, saborear um pato no tucupi, um bode com cuscuz ou o carreteiro gaúcho e o vatapá baiano”, convida.
“Estamos em um período em que o mercado pode decidir o que vai ser ou não ofertado para o brasileiro desconsiderando as análises de risco.” Para o vice-presidente da regional sul da Associação Brasileira de Agroecologia, Leonardo Melgarejo, o momento atual em torno das discussões de rotulagem de alimentos transgênicos é perigoso. Além disso, ele fala de alternativas sobre os modos de produção e quais são os interesses por trás da retirada do símbolo.
O Parque da Água Branca será palco mais uma vez do grande encontro entre o campo e a cidade, a 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária, sinônimo de fartura de alimentos saudáveis e de cultura popular. A programação cultural é aberta aos públicos de todas as idades e está recheada com artistas populares que animam o evento organizado pelo MST.
São quatro dias apresentando artistas nacionalmente consagrados, como os pernambucanos Siba e Otto, a cantora Ana Cañas, a banda afro Ilê Aiyê e o sambista carioca Martinho da Vila.
Embora as evidências sempre possam ser contestadas levando em conta conflitos de interesses, não se pode negar que quase todas as pesquisas disponíveis apontam que, ao menos nos casos já aprovados, a transgenia em si não traz danos à saúde. Ainda assim, isso não significa que os riscos aumentados para determinadas doenças estejam afastados. E isso tem a ver não com a técnica propriamente, mas com o uso de agrotóxicos. Estes, sim, são comprovadamente danosos: ao meio ambiente, à saúde de quem consome e aos agricultores.
Até a Anvisa é contra...
"A permissão do registro de produtos com estas características torna-se inviável considerando as condições e tecnologias de aplicação de agrotóxicos, a ausência de estudos que simulem a realidade de exposição aos agrotóxicos, o nível de desenvolvimento social dos trabalhadores rurais, o grau de complexidade da avaliação do risco e a vulnerabilidade de determinados segmentos populacionais, como bebês, crianças, mulheres grávidas ou em idade fértil, idosos, além dos trabalhadores rurais e familiares."
Com mais de 8 milhões de hectares de área plantada e 300 mil unidades de produção agropecuária, a agricultura do estado de São Paulo, o mais rico da federação, padece da falta de fiscais. Ao sair do governo para disputar a Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB) deixou a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento com apenas 75 servidores para monitorar o cumprimento da legislação do setor. Outros 30 deverão ser contratados por meio de concurso. E há apenas um fiscal para acompanhar o cadastramento de agrotóxicos usados em todo o território paulista.
Enquanto a bancada ruralista defende a supressão do símbolo dos transgênicos em rótulos de alimentos – o conhecido T preto dentro do triângulo amarelo –, dificultando assim a informação à qual o consumidor tem por direito, um projeto de lei defende que as embalagens passem a informar sobre os agrotóxicos utilizados no alimento processado e in natura. E mais: veta a utilização no Brasil de produtos proibidos em países aos quais se destinam as exportações agropecuárias brasileiras.
Protocolado nesta quinta-feira (19) pelo deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), o PL estabelece que os fornecedores deverão informar nas embalagens, de forma clara e adequada, os agrotóxicos que foram utilizados no cultivo dos grãos, frutas, legumes e verduras que entraram no preparo. E que, em caso de produtos in natura, essas informações deverão estar em local visível, próximo ao de exposição no ponto de venda.
Se a demarcação de TIs sempre foi conquistada a duras penas, hoje o cenário é apontado pelo movimento indígena como o mais duro ataque aos direitos constitucionais dos últimos 30 anos. Este é um dos principais temas do Acampamento Terra Livre (ATL) 2018, que acontece até a próxima sexta (27) no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília.
Enquanto a gente retrocede...
Vitória na União Europeia!
De acordo com o artigo, as vendas de produtos ultraprocessados cresceram 103% em toda a América Latina entre os anos de 2000 e 2013, acompanhadas de um consequente aumento no IMC nos países da região. Para os autores, reverter esse quadro exige políticas públicas como a regulamentação de imposto, rotulagem nutricional e restrição de marketing de alimentos ultraprocessados.
Ao todo serão oferecidos cerca de dois mil títulos, das mais variadas áreas de atuação da editora como educação, comunicação, direito, história e literatura. Mas, combinando com o tema central da Feira organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a coleção dedicada à agroecologia terá destaque na circulação. É o que explica Carlos Bellé, que compõe equipe da editora.
“A coleção de agroecologia, dentro do espaço Café Literário, tem dois grandes objetivos. O primeiro é explicitar que a alimentação saudável só é possível com agroecologia. Por outro lado, significa um combate à política do agronegócio dentro do pacote do agroquímico. Então são duas formas de ver, visualizar e sentir o desenvolvimento de que tipo de alimentação saudável nós queremos em oposição à política mais geral no campo do agronegócio”, disse.