Na quarta leva de liberações de agrotóxicos neste ano, 13 produtos são extremamente ou altamente tóxicos para a saúde humana
O ato n.10 da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins publicado hoje no diário oficial apresenta mais 29 registros de agrotóxicos concedidos este ano. Junto com mais três atos semelhantes publicados em janeiro e fevereiro, o total de registros de agrotóxicos concedidos este ano já chega a 86. De 2010 a 2016, os registros foram sempre abaixo de 20 por ano. Nos dois últimos anos o número subiu para 47 (2017) e 60 (2018), recorde já batido em apenas 50 dias.
Mais uma vez contrariando o discurso de que novos agrotóxicos são menos perigosos, quase metade dos registros de hoje se enquadra na categoria extremamente tóxico ou altamente tóxico para o ser humano. Esta classificação leva em conta apenas os sintomas agudos provocados pelos agrotóxicos. Sintomas crônicos, como o câncer, depressão e mutagênese não entram nesta avaliação. Efeitos decorrentes da mistura entre agrotóxicos também são ignorados.
Entre os produtos extremamente tóxicos registrados hoje, encontram-se o Glifosato, já proibido na França por seu potencial cancerígeno. A Monsanto, fabricante do produto e hoje pertencente à Bayer, foi condenada nos EUA a pagar U$ 39 milhões a DeWayne Johnson, um jardineiro acometido por um câncer após anos de manipulação da substância.
Outro agrotóxico liberado hoje é a base de 2,4-D. Este ano, os produtores de uva no Rio Grande do Sul tiveram perdas de até 40% na produção devido ao 2,4-D utilizado pelos vizinhos. A molécula pode atingir um raio de 20km. Nos seres humanos, o 2,4-D causa alterações genéticas, malformações de embriões, neurotoxicidade, alterações hematológicas, distúrbios metabólicos e desregulação hormonal, além dos efeitos agudos.
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