Na última quarta-feira (30), entidades e movimentos sociais lançaram o Dossiê da ABRASCO – Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde no Paraná. O evento ocorreu no auditório da APP sindicato em Curitiba e contou com a presença de dezenas de pessoas.
Segundo Nanci Ferreira Pinto, do Comitê da Campanha Contra os Agrotóxicos no Paraná, “o espaço foi um momento importante para discutir a expansão do uso de agrotóxicos no estado e como esse avanço tem sido amparado pela mídia que defende o agronegócio como projeto de desenvolvimento para o campo brasileiro e assim dificulta a divulgação dos seus impactos na vida da população.”
Nanci ainda apresentou um panorama da atuação da Campanha no estado, em que ressaltou locais onde há grupos com algum nível de organização e pediu à todos que ajudassem a avançar nas ações contra os agrotóxicos. O relato foi complementado por Jakeline Pivato, da Via Campesina, que falou sobre iniciativas como a realização das Jornadas de Agroecologia que deu importante vigor para a visibilidade da Campanha.
Durante a atividade o Prof. Fernando Carneiro, integrante do GT de Saúde e Ambiente da Abrasco e diretor da Fiocruz Ceará, junto com outro presentes, comentaram sobre ações desenvolvidas sobre a questão dos agrotóxicos, como a pesquisa sobre a saúde na relação com o trabalho na fumicultura em Rio Azul e Protocolo de Investigação de Intoxicações Crônicas por Agrotóxicos organizada pelo professor Paulo Perna, do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva, o Observatório dos Agrotóxicos pelo Prof. Guilherme Albuquerque, entre outros.
A exposição do Prof. Fernando ofereceu um panorama do processo que deu origem ao Dossiê da ABRASCO e ressaltou as dificuldades de divulgá-lo, como a repercussão na mídia e os enfrentamentos oposicionistas, que inclui principalmente o ataque do agronegócio diante de um instrumento elaborado pela ciência crítica e engajada, junto aos movimentos sociais na luta contra os agrotóxicos.
Vários exemplares do Dossiê foram vendidos e os recursos foram destinados para novas ações da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida.
Estiveram presentes representantes de instituições públicas de ensino, como a Universidade Federal do Paraná (Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva, Curso de Graduação em Nutrição, Curso de Geografia e Liga Acadêmica Saúde e Marginalização Social), docentes e alunos da Escola Estadual Francisco Neves Filho, do município de São João do Triunfo. Movimentos sociais, como a Via Campesina e Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Universidade Estadual de Ponta Grossa, FETRAF-PR, Instituto Federal do Paraná (ITFPR), Ministério Público (do Meio Ambiente, de Defesa do Consumidor), Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Vigilância Ambiental e Centro de Saúde do Trabalhador) e IPARDES.