Seminário mostrou de que forma o cultivo de alimentos dominante no brasil, apoiado por governo e indústria, impacta negativamente a vida do brasileiro
Por Nadine Nascimento
O que o modelo de produção agrícola prevalente no Brasil hoje tem a ver com a saúde da população brasileira? Ambos estão intimamente ligados, tendo o primeiro um impacto extremamente negativo no segundo – especialmente na saúde da população de baixa renda -, de acordo com os participantes do seminário “A atualidade da luta pela terra e os agrotóxicos”, realizado na manhã desta sexta (23), na Escola Milton Santos, em Maringá (PR).
Organizado pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o evento reuniu pequenos agricultores das proximidades, estudantes, ambientalistas e pesquisadores para debater o enfrentamento aos impactos dos agrotóxicos na região Sul do país. O seminário deu abertura ao segundo curso regional da Campanha.
“Nosso objetivo é subsidiar a militância, tendo como horizonte o desafio de pensar mecanismos para dialogar com a sociedade em geral sobre os impactos dos agrotóxicos. Trabalhamos com dois eixos: da denúncia do agronegócio e do anúncio da agroecologia”, define Jakeline Pivato, da secretaria nacional da Campanha.
A escolha de ambientar o encontro no Paraná, terceiro estado que mais utiliza agrotóxicos no Brasil, não foi por acaso. As atividades agrícolas e pecuárias ocupam 78% das terras do estado, tendo entre 2008 e 2011, um consumo em média de 9,6 quilos de defensivos por hectares ao ano. As principais culturas são a soja, milho, trigo, cana, feijão e fumo.
O Paraná, em consequência, desponta em número de pessoas intoxicadas por agrotóxicos, com 3.723 casos entre 2007 e 2014. “Vivemos em um país fornecedor de commodities agrícolas e minerais, de bens primários para o mundo, o que se dá às custas da destruição do meio ambiente, da saúde das populações, e particularmente dos trabalhadores expostos”, denuncia a pesquisadora em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Aline Gurgel.
Só em 2017, o Paraná teve 419 casos de intoxicação por agrotóxico confirmados. O perfil das pessoas que sofreram as consequências é formado por homens, brancos, de 20 a 39 anos, com ensino fundamental incompleto.
Para Diego Moreira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), há um pacto estabelecido entre o atual governo de Jair Bolsonaro com o agronegócio brasileiro, o que determina as prioridades de seu mandato e perpetua esse “modelo destruidor”.
“As pautas desse governo são: a segurança jurídica da propriedade, em detrimento das áreas quilombolas, indígenas e de assentamentos da reforma agrária; a pistolagem legalizada através da liberação de armas, em consequência o assassinato de nossa militância; o avanço da fronteira agrícola, com a destruição da Amazônia; e a diminuição do custo de produção, com a liberação do lixo tóxico”, diz Moreira, referindo-se a liberação de 290 novos agrotóxicos em 200 dias de governo.
Para Gurgel, os efeitos da agenda defendida por Bolsonaro, de esgotamento dos recursos naturais e humanos, já são sentidos e afetarão nossas vidas a longo prazo. “Mesmo que esse governo acabe em quatro anos, os impactos sentidos não se esgotam à medida que esse governo seja substituído por outro. É necessário a construção de outro modelo que respeite a terra, os povos tradicionais e que promova a reforma agrária”, garante.
O curso também é uma atividade de preparação para a 18a Jornada de Agroecologia, que acontecerá entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro em Curitiba.
O modelo capitalista e explorador dos recursos naturais ,,bem como a força de trabalho e saúde dos trabalhadores dos campos brasileiro em virtude do capital , ou seja da balança comercial dito PIB, que não representa em nada a distribuição de renda para o povo brasileiro , mas sim um concentração de terra na mão de grande conglomerado agrícola , torando a produção do pais cada vez mais dependente de capital ,insumos e sementes , que estão na mão do capital estrangeiros , Mas e os agrotóxico que deixa um rastro de destruição no campo , tornando vitima desta tecnologia os pequenos agricultores , trabalhadores e o meio ambientes , que nesta plataforma econômica sem dúvida e a mais frágil , tornando os mais prejudicados , ficando com os impactos gerados pelo agrotóxicos, e os grandes produtores capitalistas ,os conglomerados de insumos , agrotóxico com o lucros desta atividade . O estado que deveria regular estes impactos estão dominados suas agencias de controle nas mão do agronegócios , bem como o congresso nacional que cada vez mais tem representante deste setor e aprovam leis que afloxa cada vez mais o licenciamento de substancia cancerígenas proibido na comunidade internacional . Romildo Rocha Bacharel do Curso Desenvolvimento Rural Segurança Alimentar -Universidade Federal de Integração Latina Americana UNILA- Foz do Iguaçu Parana e do Mundo