Fomos surpreendidos com a informação de que a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul aprovou o PLS 680/2015, que busca alterar o termo agrotóxico por “produto fitossanitário”. Apesar de haver uma justificativa em torno de questões de normalização de nomenclatura, o parecer do Senador Dário Berger (PMDB-SC) deixa transparecer claramente a real intenção do PLS 680/2015.
No penúltimo parágrafo, ele afirma que “o uso da expressão ‘agrotóxico’ atenta contra a valorização da produção rural brasileira”, e que “o termo tem representado uma campanha de marketing negativa para a produção rural brasileira.”
Em nossa humilde opinião, o que realmente atenta contra a valorização do agronegócio brasileiro é o fato de sermos um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo desde 2008. O marketing negativo é provocado pelos U$12,2 bilhões que a indústria dos venenos lucrou no Brasil em 2014, vendendo quase um milhão de toneladas de agrotóxicos. O que os envergonha são as 34.147 intoxicações notificadas pelo SUS entre 2007 e 2014, e a estimativa de que este número seja 50 vezes maior.
Assim, entendemos que mudar o nome é tentar esconder o perigo que os agrotóxicos causam para a saúde da população.
Álvaro Dias, do PV, quer banir os agrotóxicos? Não, só o nome mesmo!
contraosagrotoxicos.org
Site oficial da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida