Ibama proíbe pulverização do Fipronil, agrotóxico que mata abelhas

Nota da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Na União Europeia, o Fipronil é proibido desde 2017; o Tiametoxam e a Clotianidina desde 2019; e o Imidacloprido desde 2020. Foto: Reprodução.

Órgão ambiental proibiu no dia 29/12/2023 a aplicação foliar em área total de agrotóxicos contendo Fipronil. Decisão é acertada, mas chega incompleta e com pelo menos 12 anos de atraso.

A decisão publicada pelo Ibama nos últimos dias de 2023, de proibir aplicação foliar em área total do Fipronil, deve ser celebrada como um passo importante na luta contra os agrotóxicos, e em especial na batalha pela vida dos insetos. Particularmente, ao acontecer um dia após a publicação do Pacote do Veneno como a nova de lei de agrotóxicos no Brasil, renova a certeza de que a luta vale a pena, mesmo diante de tantas derrotas.

É importante notar que o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ao qual o Ibama é vinculado, cumpriu um papel fundamental ao recomendar os vetos do presidente Lula ao Pacote do Veneno. Reconhecemos assim o esforço e determinação da ministra Marina Silva e do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, em avançar na agenda da redução de agrotóxicos.

Mesmo assim, notamos que tal medida chega com pelo menos 12 anos de atraso, e incompleta, pois deveria abranger também outros ingredientes ativos do grupo dos neonicotinóides.

Desde 2012, pelo menos, o Ibama vem fazendo tentativas de reduzir os danos aos insetos causados pelos agrotóxicos. Em julho de 2012 o Ibama proibiu a pulverização aérea de Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, por serem tóxicos para as abelhas. A decisão, contudo, durou apenas 5 meses. Após pressão do Ministério da Agricultura, e das empresas de agrotóxicos e suas associações, a decisão foi flexibilizada, e apenas a proibição da pulverização aérea do Fipronil foi mantida.

No mesmo período, deveria ter sido iniciada a reavaliação ambiental do Fipronil e outros agrotóxicos nocivos para as abelhas. A reavaliação do Fipronil, contudo, foi iniciada apenas em 2022.

Na União Europeia, o Fipronil é proibido desde 2017; o Tiametoxam e a Clotianidina desde 2019; e o Imidacloprido desde 2020.

Após mais de uma década que o Estado brasileiro comprovadamente sabe que estes agrotóxicos são nocivos aos insetos, é no mínimo estarrecedor que eles continuem a ser largamente utilizados com pouca ou nenhuma restrição.

Com este passo, esperamos que o Ibama cumpra determinação do Ministério Público e proíba também a pulverização aérea dos neonicotinóides, bem como finalize a reavaliação e recomende o banimento do Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil.

Um comentário

  1. Desculpe, mas depende da forma como você encherga, primeiro que a forma como você coloca é pejorativo, pois a a palavra correta deve ser defensivo agrícola, pois ele defende as plantas. Eles existem para defender a planta de insetos que destroem as lavouras e as labouras existem para alimentar o homem.
    Se alguém usou o defensivo de forma errada ele deve ser orientado e pagar pelo erro causado, mas proibir não é o caminho.

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