Relatório divulgado no último dia 18 aponta um consumo total de 907.564 toneladas de ingredientes ativos de agrotóxicos; valor é recorde na série histórica.
da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou no último dia 18 de dezembro os dados sobre vendas de agrotóxicos em 2024. De acordo com o decreto 4074/2022, as empresas de agrotóxicos são obrigadas a apresentar os Relatórios de Produção, Importação, Comercialização e Exportação, que são documentos autodeclaratórios.
O órgão recebeu 7.358 relatórios autodeclaratórios em 2024, enviados por 289 empresas detentoras de registro de produtos agrotóxicos e referenciando 6.100 diferentes marcas comerciais.
Sem nenhum espanto, o crescimento do volume comercializado foi astronômico: em relação a 2023, o aumento foi de 20,13%, chegando a 908 mil toneladas de ingredientes ativos de agrotóxicos, frente a 755 mil em 2023, um recorde na série histórica. Ingredientes ativos são os princípios ativos dos agrotóxicos.
Dos 10 agrotóxicos mais vendidos em 2024, 6 são proibidos na União Europeia: mancozebe (desde 2021), acefato (desde 2003), clorotalonil (desde 2019), atrazina (desde 2009), glufosinato (desde 2018) e s-metolacloro (desde 2013). Integram ainda a lista dos 10 mais vendidos o glifosato e a malationa, que assim como a atrazina são classificados como provavelmente cancerígenos pelo IARC/OMS.
Dados divulgados pelo Sindicato das Empresas de Agrotóxicos (Sindiveg) também apontam a trajetória crescente. De acordo com a entidade, em 2024 foram comercializadas 1,665 milhão de toneladas de produtos formulados, um aumento de 17% frente a 2023. O faturamento das empresas ficou estável em torno de U$20 bilhões, equivalente a R$110 bilhões de reais. Estas mesmas empresas deixaram de recolher R$25,8 bilhões somente entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025.
Confira os gráficos abaixo organizados pela Campanha Contra os Agrotóxicos, e a nossa página de dados sobre agrotóxicos.