Os arquivos datavam de 2016, ou seja, antes da compra da Monsanto pelo grupo alemão Bayer concluída no ano passado.
Os arquivos incluíam “principalmente jornalistas, políticos e outros grupos de interesse”, confirmou a Bayer.
“Consideramos no momento que a agência Fleishman Hillard estabeleceu para a Monsanto listas na França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Espanha e Reino Unido, além de personalidades relacionadas com as instituições europeias”, afirmou a Bayer.
O escritório de advocacia Sidley Austin, contratado pela empresa para fazer a auditoria, determinará se estas listas existem também em outros países.
Até o momento era conhecida apenas a existência deste tipo de lista na França. A Bayer pediu desculpas e informou na semana passada que outros países europeus “muito provavelmente” estavam afetados.
O grupo químico alemão, proprietário da Monsanto desde o ano passado, também anunciou que encerrou “até nova ordem” a colaboração na área de comunicação com a agência Fleishman Hillard.
A Bayer continuará, no entanto, trabalhando com a agência em questões de marketing.
Vários meios de comunicação franceses, como Le Monde, France Télévision, Radio France, Le Parisien e a Agência France-Presse, anunciaram ter apresentado um recurso à justiça contra os arquivos depois que o jornal Le Monde e o canal de televisão France 2 revelaram que centenas de personalidades haviam sido classificados em função de suas opiniões a respeito dos pesticidas ou os organismos geneticamente modificados, e a possibilidade de influência sobre estas pessoas.
Após as revelações, a justiça francesa anunciou uma investigação por suspeitas de criação de arquivos supostamente ilegais por meio da “coleta de dados pessoais através de métodos fraudulentos, desleais e ilícitos”.