No plano da agricultura, disse ainda Stédile, o capitalismo financeiro sequestrou a principal função social dessa atividade, que é a produção de alimentos para a reprodução da vida humana. “O capitalismo sequestrou essa função e transformou-a em um mero mecanismo de apropriação de riqueza. Houve uma nova divisão internacional da produção agrícola. Um grupo de aproximadamente 50 empresas decidiu, por exemplo, que o Brasil deveria passar a produzir fundamentalmente soja, carne de gado, etanol e celulose. No Brasil, 85% das terras cultivadas, se destinam só a cinco culturas: soja, milho, pastagem, cana de açúcar e eucalipto. Cerca de 70 mil proprietários de terra fizeram uma aliança com essas empresas para implementar esse modelo. A Argentina, que no século XX chegou a ser chamada de celeiro do mundo, hoje só produz soja”.
“Os agrotóxicos estão produzindo cada vez mais câncer e destruindo a biodiversidade”
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João Pedro Stédile: “O capitalismo sequestrou a função social da agricultura e transformou-a em um mero mecanismo de apropriação de riqueza”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21) Marco Weissheimer É moderno um modelo de produção agrícola que expulsa as pessoas do campo para a periferia das grandes cidades…