Durante toda esta sexta (28), representantes de diversos movimentos sociais, entidades da sociedade civil, militantes da área de saúde e acadêmicos estiveram reunidos no Centro de Estudo Sindical Rural da CONTAG (CESIR), em seminário de trabalho para discutir estratégias para a Campanha permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida. “Para a CONTAG, essa discussão é estratégica. Os espaços de interação das iniciativas garantem a unidade da nossa luta”, registra Willian Clementino, secretário de Política Agrária da CONTAG.
A campanha foi lançada há cerca de um ano e meio, com quatro grandes eixos de atuação: iniciativas com a sociedade, com a base das organizações que compõem a campanha, com os poderes Legislativo e Judiciário e a Comunicação. O seminário, que acontece até amanhã, está priorizando os dois últimos eixos. A discussão sobre a comunicação considera a importância de se qualificar a comunicação interna da campanha e os mecanismos de diálogo com a sociedade. O Legislativo e o Judiciário foram eleitos prioritários em função de estes poderes estarem investindo fortemente em mecanismos que visam alterar a lei dos agrotóxicos, na tentativa de fragilizá-la. “Daí a importância de nesse momento a campanha discutir estratégias nessas áreas. Esse encontro serve para garantir a unidade entre as organizações e os comitês estaduais da campanha, além de possibilitar a interação entre o que está acontecendo nos estados e animar as projeções para a próxima etapa”, analisa Cleber Folgado, coordenador nacional da Campanha.
Do site da Contag
Existem comitês formados em todas as regiões do Brasil, trabalhando estratégias locais de ação para o fortalecimento da campanha, que também contou com o lançamento de um abaixo-assinado exigindo do governo o banimento da importação, produção e comercialização de 14 tipos de agrotóxicos e outras substâncias que, em outros países, já são proibidas.
A direção da campanha também produziu carta-compromisso para orientar os candidatos nas eleições municipais a defenderem o fim dos agrotóxicos em seus municípios e pela vida em seus discursos de campanha. A carta os compromete com três grandes temas, caso sejam eleitos: criação de uma legislação proibindo o uso dos agrotóxicos e a pulverização aérea em seus respectivos municípios, além da implementação de políticas públicas de incentivo à agroecologia.
Atualmente, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Segundo dados oficiais, mais de um bilhão de litros de venenos foram usados em lavouras. Os agricultores (as) são as grandes vítimas diretas dessa superexposição, mas as pessoas que consomem esses produtos também são contaminadas. “Se todos são afetados, então todos devem se unir”, convoca Willian.