Alô BSB!
Crise hídrica, degradação do solo, agrotóxicos, poluição… Esses problemas afetam a vida e a saúde dos brasilienses de diversas formas. Combatê-los não é uma tarefa fácil. Porém, existe um modo de produção de alimentos que consegue, ao menos, reduzir alguns dos impactos negativos no meio ambiente: a agroecologia. Em Brasília, alguns empreendimentos trabalham com ingredientes produzidos nesse modelo de cultivo.
“Teremos, agora, um maior incentivo à segurança alimentar. Nossa ideia é que a gente possa ter produtos agroecológicos na alimentação escolar e nos restaurantes populares. Com esses acordos, avançaremos para que BH seja a capital da agroecologia”
Pelos milhares que ontem foram e amanhã serão Mortos pelo grão-negócio de vocês Pelos milhares dessas vítimas de câncer De fome e sede, e fogo e bala, e de AVCs (Chico César e Carlos Rennó, Reis do Agronegócio) A Campanha…
O modelo agroecológico de produção de alimentos se opõe à lógica do agronegócio. Não utiliza agrotóxicos, aposta no cultivo diversificado e com preservação do meio ambiente. No entanto, para além dos diferenciais na produção, a agroecologia vem acompanhada de relações humanas igualitárias e sem discriminação, o que inclui as questões de gênero.
Para Maicon Pederseti, mestrando em agrossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a maior vantagem da programação de oficinas e da própria Jornada é ir na contramão do agronegócio, fomentando a produção alternativa e reduzindo custos de plantio. “Aqui vemos que é possível produzir de formas diferentes, sem insumos, sem químicos, sem venenos. A Jornada serve como espelho para mostrarmos à sociedade que é possível produzir orgânicos agroecológicos. É só vir e visitar, conhecer as experiências”, descreve.
Para combinar com o início da primavera, o mês de outubro em Belo Horizonte floresce com a mobilização em torno da agroecologia e da agricultura urbana trazida pelo ERÊ – o Encontro Regional Sudeste de Agroecologia. A expectativa é reunir cerca de 300 pessoas, entre as quais agricultoras/es familiares e urbanas/os, povos tradicionais, movimentos sociais, organizações da sociedade civil, estudantes e técnicas/os, dos 4 estados do sudeste, além de representantes de outras regiões do país.
#RumoAoIVENA
O mapa impresso foi construído com a ajuda dos participantes da 16ª Jornada de Agroecologia, realizada na cidade da Lapa (PR), entre quarta-feira e sábado. As pessoas marcam no mapa os pontos onde ocorreram as contaminações, e preenchem um formulário com mais informações. Mais de 60 casos foram identificados durante a Jornada, como explica o estudante de Geografia Daniel de Oliveira, que ajudou a pensar a ferramenta:
"Um dos casos muito recorrentes é a perda de árvores frutíferas como o mamão. O chuchu tem se mostrado um grande indicador de contaminação também. Outros elementos como morte de animais silvestres, como Lontras e capivaras, também já apareceram".
Ao fim da carta, a Jornada de Agroecologia é reafirmada como um importante espaço de troca de experiências e fortalecimento da articulação entre movimentos e organizações do campo e da cidade. O documento também cita o Plano Popular de Emergência como saída para a crise e fala da necessidade das reformas política, agrária, urbana, tributária, judiciária e dos meios de comunicação.
Ana do Carmo disse que a aprovação da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica é importante para garantir o apoio aos agricultores familiares que não utilizam agrotóxicos, de modo a ampliar a produção e baratear os preços dos alimentos orgânicos.
“A cada dia nossos direitos estão sendo diminuídos, cortados. Mas nós vamos continuar lutando e dizendo: ‘nós estamos aqui’", afirma. “Nós estamos na luta para a terra ser melhor. Nós vivemos hoje o legado do sangue dos nossos antepassados. Nossos mártires hoje, quilombolas, indígenas, que estão sendo assassinados porque estão lutando pelo direito à vida.”
Alternativa mais viável para produzir alimentos livres de agrotóxicos e transgênicos para todos dentro de uma perspectiva de proteção ao meio ambiente e criação de emprego e renda para pequenos agricultores, a ciência agroecológica é ignorada pelos meios de comunicação. O agronegócio, baseado na monocultura em grandes extensões de terra, com uso intensivo de insumos químicos e biotecnológicos, tem 95% do espaço nos meios de comunicação. Já a agroecologia fica com apenas 5%.
Em seu quarto evento consecutivo, Imoacir afirma que a cozinha das jornadas é bem mais que um simples local de alimentação, mas constitui-se em espaço de formação, confraternização e partilha entre a militância. “Esse é o coração da Jornada da Agroecologia, sem isso não tem outras atividades. Esse espaço é formativo. Aqui você lida com crianças, jovens, donas de casa, agricultores, expositores, dirigentes, convidados, imprensa. Toda a cultura da agroecologia é vivida neste momento”.
A agroecologia trabalha com a esperança. "Não trabalha só com a denúncia, embora a gente denuncie a perda de direitos, a invasão de territórios de povos tradicionais, os projetos de mineração que estão em andamento. Mas a gente também anuncia a esperança. E nossos anúncios não são feitos apenas a partir dos nossos sonhos, e sim a partir das nossas experiências de mais de 30 anos".
Por meio de documento encaminhado pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida e pelo GT de Agrotóxicos e Transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), os congressistas denunciaram a grave ameaça de retrocessos no marco legal de agrotóxicos no Brasil.
Os manifestantes ressaltam a "repulsa a qualquer medida provisória de autoria deste governo sem legitimidade", que desconsidera o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos construído em esforço conjunto da sociedade civil com o governo anterior. E clamaram pelo apoio da população, que pode se juntar à luta por meio da assinatura da plataforma #ChegaDeAgrotóxicos.
Luiz Zarref do MST, fala sobre o painel de Políticas Públicas na construção da Soberania Alimentar e Agroecologia na América Latina, realizado na tarde dessa quarta-feira, 13 de setembro, durante o X Congresso de Agroecologia. Segundo ele, neste painel foi abordado um estudo desenvolvido pelos pesquisadores, Eric Sabourin (PP-AL), Gabriel Fernandes (Projeto Aliança pela Agroecologia) e Cláudia Schmidt ao longo dos dois últimos anos sobre o que significou esse período do Ciclo Progressista para a consolidação de Políticas Públicas para a América Latina. Um estudo muito importante que permiti visualizar as contradições desse processo do Ciclo Progressista. Confira o vídeo na integra.
Texto e Vídeos: Adilvane Spezia / Campo Unitário
#Agroecologia2017