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De Sorriso a Santarém, indústria da soja transforma Bacia do Tapajós em um tabuleiro de grandes …

Embora seja difícil precisar o limite de inflexão da floresta amazônica – entre 20% e 40% de desmatamento, de acordo com cientistas como Lovejoy – a perda florestal decorrente da construção de dezenas de barragens e obras de infraestrutura na Bacia do Tapajós certamente vai acelerar a ultrapassagem desse ponto de colapso, com consequências potencialmente desastrosas para todo o planeta.

Soja destrói a Amazônia e “chantageia o país”

O avanço criminoso do agronegócio sobre assentamentos de reforma agrária não é peculiaridade da gleba Mercedes. No Tapuráh-Itanhangá, localizado ao oeste de Sinop, a Operação Terra Prometida, deflagrada em novembro de 2004 pela Polícia Federal prendeu mais de 20 pessoas pela apropriação de 1 mil lotes de um total de 1.149 lotes do assentamento. Segundo a Operação, as áreas eram concentradas e utilizadas como campos de soja. Entre os presos, estavam Odair e Milton Geller, irmãos do então ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Neri Geller, que hoje é secretário de Política Agrícola do Ministério.

Artigo: um ministro da Justiça a serviço dos Ruralistas | Brasil de Fato

Apesar de estar em vigor desde 1988, os grupos ligados ao agronegócio sempre se opuseram e buscaram formas de inviabilizar as demarcações. A mais recente ofensiva dos latifundiários aos direitos indígenas foi publicada no Diário Oficial da União do último 18 de janeiro, pelo ministro da “Justiça”, Alexandre de Moraes, alterando o decreto 1.775 de 1996, que regulamenta o procedimento administrativo de demarcação.

Queimadas no Xingu crescem 58% em consequência do agronegócio, diz Ibama

Segundo o Ibama, a mudança causa "o declínio dos ventos carregados de umidade que vêm do oceano para o continente, causando, assim, o aumento da intensidade e do período de épocas de seca em várias regiões do país". O resultado direto da secura é o aumento de queimadas no Xingu. Traduzido pelo órgão em números: em 2008, o parque indígena registrou 93 incêndios florestais. O número saltou para 147 no ano passado. Em 2015, foram 185 ocorrências, contra 157 em 2014.

Agroecologia nas escolas do campo: construção do futuro feita à mão e sem permissão

A agroecologia junta camponeses e cientistas em sua construção. Ela sistematiza, no plano do conhecimento científico, o estágio atual de articulação de estudos e práticas que confrontam o modelo industrial capitalista de fazer agricultura, hoje conhecido como “agronegócio”. Este modelo ainda é dominante e hegemônico, mas está em crise porque os danos ambientais, sociais e humanos de sua lógica começam a ser percebidos mais amplamente e já afetam até mesmo a viabilidade econômica do “negócio da agricultura”.

Temer antecipa ‘pacote do veneno’ e proíbe Anvisa de se manifestar sobre agrotóxicos

Não resta mais dúvidas: Anvisa parece já passar as atribuições sobre agrotóxicos para o Ministério da Agricultura. "Para especialistas da área, a mudança no controle das informações faz parte de uma ação coordenada por representantes do agronegócio que trabalham para acelerar a tramitação e aprovação de projetos de lei que compõem o chamado pacote do veneno. São projetos que, entre outras coisas, vão facilitar a aprovação, o registro, a comercialização, a utilização, o armazenamento e o transporte de agrotóxicos, aumentando a presença dessas substâncias nas lavouras brasileiras."

Veneno na mesa: Brasil é campeão mundial de uso de agrotóxicos

Todos esses produtos são muito perigosos. E a explicação para o Brasil permitir o uso de altas concentrações de agrotóxicos é o agronegócio. O país tem se configurado como uma economia agroexportadora. Oito dos dez produtos mais exportados pelo Brasil vêm do agronegócio. O glicosato, por exemplo, é vendido "casado" com sementes transgênicas. Hoje, 98% da soja produzida no Brasil é transgênica.

Nº de libertados em trabalho análogo ao escravo cai 34% em 1 ano; total é o menor desde 2000

A escravidão não acabou. O agronegócio escraviza. Uma pena é o título maldoso da reportagem, que leva a crer que houve menos crimes, e não menos fiscalização, como explicado depois. "Os números podem não mostrar a realidade. Esse tipo de crime invisível, como o trabalho escravo, só pode ser quantificado quando tem visibilidade e, para isso, precisar ter mais fiscalização. Sem fiscalização, não tem visibilidade, e os números dão a impressão que a situação está melhor, resolvida"