Tag cana-de-açúcar

Plantas resistentes a componente do agente laranja podem ser liberadas

 

do Portal Terra

Os herbicidas à base de glifosato, anunciados em anos anteriores como solução definitiva contra pragas na agricultura, já não exercem a mesma eficácia sobre plantas daninhas. Como resultado, as espécies invasoras ocupam lavouras e resistem à pulverização, prejudicando ou até inviabilizando safras inteiras. Uma solução apresentada propõe o plantio de variedades transgênicas de soja e milho resistentes a um defensivo mais agressivo, o 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético).

 

Atualmente em análise na Comissão Nacional de Biotecnologia (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, a solicitação caminha para a liberação. Mas a medida gera controvérsias: enquanto uma força-tarefa capitaneada pelo setor agroquímico defende a aprovação, alguns pesquisadores a condenam por fomentar o uso de um produto que imporia riscos à saúde humana.

saiba mais

 

Integram a pauta da CTNBio pedidos de liberação comercial de duas variedades de soja e de uma variedade de milho tolerantes ao 2,4-D - todos impetrados pela Dow AgroSciences em 2012. Dois deles já foram examinados e aprovados por subcomissões que avaliam seus impactos sobre a saúde humana e animal.

 

O PODER DAS CORPORAÇÕES QUE CONTROLAM O COMÉRCIO DOS AGROTÓXICOS

por Jairo Cezar*

O tema agrotóxico vem sendo tratado nas últimas décadas, por organizações ambientais, universidades e entidades científicas, como um dos assuntos mais complexos e preocupantes quanto aos impactos provocados por seus princípios ativos na dinâmica da biótica planetária. No entanto, embora os alertas tenham sido freqüentes e permanentes acerca dos perigos resultantes do uso de tais substâncias, o que preocupa é o crescimento vertiginoso de novas marcas de herbicidas, fungicidas, inseticidas etc., liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o combate às “pragas” - porém, quando ingeridas pelo ser humano através dos alimentos, produzem alterações significativas no genoma humano, contribuindo para o aumento da incidência de doenças degenerativas, dentre elas, o câncer.

Foi a partir do fim da segunda guerra mundial que grandes empresas fabricantes de armamentos e substâncias químicas usadas para enfrentar os inimigos, dentre eles o gás mostarda e o desfolhante laranja, como forma de evitar a ruína financeira, reformularam seus parques industriais, passando a fabricar tratores e implementos agrícolas em vez de tanques; agrotóxicos para uso agrícola em vez de gás mostarda para uso bélico. Começava aí a longa e paradoxal epopéia de um novo modelo de agricultura, que rapidamente se espalharia por toda a Europa e os Estados Unidos e que chegaria ao Brasil a partir do começo da década de 1960, com a denominada “Revolução Verde”. Com a política desenvolvimentista adotada pelo regime militar, cuja proposta era expandir a fronteira agrícola em direção ao Centro Oeste e Norte do Brasil, transformando o país em um dos principais celeiros agrícolas mundiais, dezenas de corporações multinacionais ligadas às commodities foram atraídas, encontrando aqui ambiente propício para multiplicar suas fortunas e também se tornando co-responsáveis pela degradação de todo um ecossistema.

País do agrotóxico

A idéia de tornar o Brasil principal fornecedor de commodities, de recursos naturais e produtos agrícolas continuou pairando no imaginário das autoridades e do agronegócio até os dias atuais. Acreditava-se que, com a ascensão de governos populares, como a que ocorreu em 2002 com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, haveria uma transformação significativa nas políticas que vinham sendo adotadas na área econômica, abrindo caminhos para um grande debate nacional a fim de discutir qual o tipo de desenvolvimento melhor se adequaria aos interesses da maioria da sociedade brasileira. Tanto não aconteceu, como foram mantidas as mesmas políticas dos governos anteriores, e com um agravante: intensificou-se a degradação do ecossistema brasileiro com as políticas de incentivo ao agronegócio, de uso de agrotóxicos, de construção de barragens na Amazônica e de desestruturação das sociedades tradicionais, indígenas e quilombolas.

Tipo de agrotóxico suspeito de matar abelhas no mundo é usado no Brasil

Brasil estuda impacto dos neonicotinoides na apicultura nacional. Europa proibiu produtos por dois anos; EUA analisam impacto nos insetos.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo

Está em discussão no Brasil a possível proibição de defensivos agrícolas neonicotinoides, produtos sob suspeita de serem nocivos para abelhas, insetos que têm registrado um aumento da taxa de mortalidade em diversas partes do mundo.

O governo alega que não há motivo para pânico no país, mesmo após a decisão da União Europeia em proibir por dois anos a comercialização desses agrotóxicos e receber notícias alarmantes de mortes de abelhas nos Estados Unidos.

No fim de abril, a UE votou por implantar uma moratória de dois anos, valendo a partir de julho, para este grupo químico de inseticidas, que emprega compostos como a clotianidina, a imidacloprida e o tiametoxam. A decisão foi tomada mesmo com manifestações contrárias do setor agrícola, que alega não haver dados suficientes sobre o impacto destes produtos nas populações de abelhas.

Estudo mostra como herbicida usado nas culturas de soja e cana é cancerígeno para ratos

Por José Tadeu Arantes

Agência FAPESP – Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificou o modo de ação do diuron, um herbicida amplamente utilizado nas culturas de soja e cana-de-açúcar, que provocou câncer na bexiga de ratos.

“Mostramos que, quando eliminados pela urina, o diuron ou seus metabolitos provocam necrose em múltiplos focos do urotélio, o revestimento da bexiga. Em resposta, esse revestimento prolifera para substituir as áreas lesadas. A proliferação celular contínua, se mantida durante muito tempo, acaba levando a erros nas sucessivas cópias do DNA, alguns deles predispondo ao desenvolvimento de tumores”, disse o médico João Lauro Viana de Camargo, professor titular de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do estudo, que teve apoio da FAPESP.

Segundo o pesquisador, esse modo de ação evidencia que o diuron atua de forma não genotóxica, isto é, não provoca, de início ou diretamente, lesão de DNA. Tal lesão tende a ocorrer em momentos posteriores, se a exposição for mantida por tempo longo. O potencial cancerígeno desse herbicida para a espécie humana já havia sido alertado pela United States Environmental Protection Agency (EPA), a agência de proteção ambiental do governo dos Estados Unidos.

A luta constante contra os agrotóxicos

País lidera ranking mundial de uso de venenos na agricultura, prática impulsionada pelo agronegócio

Cleber Folgado, no Brasil de Fato

Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. As quantidades jogadas nas lavouras equivalem a cerca de 5,2 litros de veneno por habitante ao ano e, no entanto, o Brasil representa apenas 5% da área agrícola entre os 20 maiores países produtores agrícolas do mundo; ou seja, nossa produtividade não justifica nossa posição de “liderança” no ranking de uso de venenos.

Essa quantidade absurda de venenos não se deu de forma natural. Ao contrário, é resultado de um processo de imposição que surge com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os restos de armas químicas utilizados na guerra foram adaptados para a agricultura com o objetivo principal de resolver o problema das empresas que ficariam com seus estoques e complexos industriais obsoletos com o fim da guerra. Esse processo, ocorrido em nível mundial, ficou conhecido como Revolução Verde.

No Brasil, para que esse processo fosse efetivado, teve papel determinante a criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, em 1965, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à obrigatoriedade da compra de insumos químicos pelos agricultores. Outro elemento chave foi a criação do II Programa Nacional de Desenvolvimento em 1975, que por sua vez disponibilizou recursos financeiros para a criação de empresas nacionais produtoras de agrotóxicos, bem como a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas.

O submundo dos agrotóxicos

da revista do IDEC N.172 - Dezembro 2012

Recentemente, um escândalo envolvendo irregularidades na liberação de agrotóxicos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi parar nos jornais. O inseticida Diamante BR, da Ourofino Agronegócios, usado na lavoura de cana-de-açúcar, e o fungicida Locker, da FMC Química do Brasil, usado no plantio de soja, chegaram ao mercado sem passar pela avaliação obrigatória da agência reguladora antes de o produto ser registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além desses, mais cinco produtos foram considerados irregulares. O caso é grave, já que a Anvisa é a responsável por impedir que produtos perigosos à saúde humana sejam comercializados e, consequentemente, cheguem à mesa dos brasileiros.

O Idec tem acompanhado esse caso com atenção, já que o uso de agrotóxicos faz parte de sua pauta de trabalho. Para tentar entender melhor essa história, a REVISTA DO IDEC entrevistou uma peça-chave: o ex-gerente geral de toxicologia, Luiz Cláudio Meirelles, que denunciou irregularidades do órgão. Pouco tempo depois, ele foi exonerado do cargo de confiança que ocupou por quase 13 anos.

Resultados de pesquisa assinalam a insustentabilidade da soja em Lucas do Rio Verde e municípios do Médio Norte de MT

O meio ambiente e a população rural e urbana são atingidos pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, apontam estudos.

Na última semana, durante os dias 6 e 7, o Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD) realizou no município de Lucas do Rio Verde um Encontro sobre o “Resultado dos estudos sobre os impactos socioambientais da soja e propostas de ações”. Participaram das atividades lideranças de associações e cooperativas rurais, além de representantes dos sindicatos dos trabalhadores rurais, agricultores familiares, assentados, pesquisadores brasileiros e moçambicanos. O Encontro faz parte do projeto “Avaliação dos impactos socioambientais da produção de agrocombustíveis em Mato Grosso”, que está sendo executado pelo Formad no estado.

Durante o Encontro foram apresentados os primeiros dados e informações coletadas durante as oficinas e as pesquisas de campo desenvolvidas na região do médio norte do Mato Grosso, nos meses de setembro e outubro. Os estudos abrangeram as comunidades rurais, assentamentos e sindicatos dos trabalhadores rurais de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, além de informações coletadas junto a outros sindicatos e agricultores familiares de Sorriso, Sinop, Feliz Natal, Peixoto de Azevedo e Tapurah.

Vazamento de agrotóxicos causa crime ambiental no norte do ES

O fato faz parte de série de crimes ocorridos em vários municípios do estado em decorrência da utilização dos agrotóxicos na agricultura.

O Espírito Santo é palco de mais um crime ambiental provocado pelo uso de agrotóxicos na agricultura. O fato ocorreu no início da semana passada (15/10), na comunidade de São João Bosco, município de Jaguaré, norte do estado, quando o agricultor, conhecido como Seu Ratinho, injetava veneno na irrigação para pulverizar seu cafezal. Ao desligar a bomba, a bóia que controlava a saída do veneno parou de funcionar, o que provocou o vazamento de todo o agrotóxico no córrego 16, contaminando a água e o solo da região.

O córrego 16 deságua no Jundiá, riacho que alimenta a represa de Jundiá, a principal fonte de abastecimento de água da cidade. A água do córrego é utilizada para a alimentação humana e animal, além de servir para irrigar as plantações dos agricultores.

Governo regulamenta aplicação aérea de agrotóxicos até 2013

SÃO PAULO – Entrou em vigor nesta quarta-feira (3) a regulamentação temporária do uso de agrotóxicos aplicados por aviões para as culturas de arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União e tem validade até 30 de junho de 2013.

A medida, acordada entre a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem o objetivo de evitar impactos na safra das quatro culturas, segundo o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do ministério, Luís Rangel.

“Desde que sejam respeitados os parâmetros que foram colocados no ato, podem ser aplicados esses produtos para a cultura de soja, cana-de-açúcar, trigo e arroz”, explicou Rangel.

Dentre as obrigações, os produtores rurais são obrigados a notificar os apicultores localizados em um raio de 6 km com antecedência mínima de 48h.

De acordo com o ministério, para a cultura da soja, fica permitida uma aplicação durante todo o ciclo da cultura para produção de grãos e duas aplicações em áreas de produção de semente. Também há restrição de período para a soja. Em Mato Grosso e Goiás, a aplicação deve ser realizada de 20 de novembro 2012 a 1º de janeiro de 2013; na região Norte, de 1º de janeiro a 20 de fevereiro de 2013; e na região Sul, de 1º de dezembro a 15 de janeiro de 2013.

Perigo: uso de agrotóxicos no Brasil é cada vez mais intenso

Os produtores rurais brasileiros estão usando mais defensivos em suas lavouras. Apesar do expressivo crescimento da área cultivada com sementes transgênicas, tecnologia que promete reduzir o uso de químicos na produção agrícola, as vendas desses produtos aumentaram mais de 72% entre 2006 e 2012 - de 480,1 mil para 826,7 mil toneladas -, segundo dados do Sindag, sindicato que representa fabricantes de defensivos no país.

Anvisa quer restringir uso de agrotóxicos com alto poder de contaminação

Pio Redondo   

Agrotóxicos com largo uso em canaviais, lavouras de soja e algodão e em cafezais estão prestes a ter proibição de uso comercial no país. Decisão neste sentido vai ser defendida pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, na Convenção de Roterdã, Genebra, onde seus 75 países signatários se reunirão em 20 e 24 de junho. Um dos temas centrais da convenção é discutir a proibição da comercialização dos agrotóxicos endossulfan, alacloro e aldicarbe, para colocá-los em uma nova classificação como produtos no anexo III da Convenção de Roterdã, que corresponde à classificação “severamente perigosas”.

Campanha Contra os Agrotóxicos realiza seminário estadual na Bahia

 

por Alan Tygel

O comitê baiano da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida realizou neste fim de semana (17 e 18 de dezembro) o seu I Seminário Estadual de Planejamento. Além dos militantes dos comitês já formados no estado – Salvador e Vale do São Francisco – estiverem presentes militantes de cidades de toda a Bahia, como Guanambi, Cícero Dantas, Ipirá, Cruz das Almas, Juazeiro, Itabuna, Ilhéus, Arustina, Esplanada, Camamú, Araçá, Juçara, Irecê, Itapetinga, além de convidados do Quebec (Canadá) e Rio de Janeiro.

O encontro aconteceu no CEAS – Centro de Ação Social, em Salvador, e contou com cerca de 40 pessoas. Militantes de movimentos sociais, estudantes e sindicalistas de diversas entidades do estado já vinham realizando ações isoladas na luta contra os agrotóxicos, e o objetivo do seminário foi dar unidade para as ações no estado.