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Pesquisa investiga processos de adoecimento por agrotóxicos no Espírito Santo

Dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-graduação em Trabalho, Saúde, Ambiente e Movimentos Sociais da ENSP/Fiocruz investiga a relação entre o uso de agrotóxicos e ocorrência de doenças no município de Jaguaré (ES).

O geógrafo Paulo Cesar Aguiar Junior defendeu no mês de julho sua dissertação de mestrado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, na Fundação
Oswaldo Cruz. Integrante da primeira turma do Mestrado Profissional em Trabalho, Saúde, Ambiente e Movimentos Sociais, composto por educadores e militantes de diversas regiões do país, Paulo Cesar pesquisou a espacialização da relação entre o uso de agrotóxicos e a ocorrência de doenças no ES. A iniciativa do curso faz parte da implementação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF).

De acordo com Paulo César, "o ponto chave deste trabalho foi reunir uma gama de informações sobre os agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e disponibilizá-los a população." No município de Jaguaré-ES, estudado por Paulo, mais de 90% das propriedades rurais fazendo uso de agrotóxicos. Neste cenário, de 2007 a 2014, somam-se 67 casos de intoxicações constatados e diversos relatos de contaminação ambiental.

A pesquisa comparou dados da Agência Nacional de …

A pesquisa comparou dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que avalia toxicologicamente o uso de defensivos nos alimentos, com dados do Sistema Integrado de Gestão Rural da Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (SIGRA), que tem o mapeamento do uso de agrotóxicos por família assentada no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores cruzaram esses dados em sete produtos: arroz, cenoura, laranja, maçã, morango, pimentão e pepino.

Alto índice de agricultores gaúchos com câncer põe agrotóxicos em xeque

Falta da proteção necessária é um dos principais problemas
  BBC Brasil  
Falta da proteção necessária é um dos principais problemas
Falta da proteção necessária é um dos principais problemas

 

PAULA SPERB, na FSP
BBC BRASIL

O agricultor Atílio Marques da Rosa, 76, andava de moto quando sentiu uma forte tontura e caiu na frente de casa em Braga, uma cidadezinha de menos de 4.000 habitantes no interior do Rio Grande do Sul. "A tontura reapareceu depois, e os exames mostraram o câncer", conta o filho Osmar Marques da Rosa, 55, que também é agricultor.

Seu Atílio foi diagnosticado há um ano com um tumor na cabeça, localizado entre o cérebro e os olhos. Por causa da doença, já não trabalha em sua pequena propriedade, na qual produzia milho e mandioca. Para ele, o câncer tem origem: o contato com agrotóxicos, produtos químicos usados para matar insetos ou plantas dos quais o Brasil é líder mundial em consumo desde 2009.

"Meu pai acusa muito esse negócio de veneno. Ele nunca usou, mas as fazendas vizinhas sempre pulverizavam a soja com avião e tudo", diz Osmar.

Na próxima vez que vierem com esse papo furado …

Na próxima vez que vierem com esse papo furado que produtos sem agrotóxicos são caros, a resposta está na ponta da língua:

"O desembargador Carlos Bueno, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acatou recurso do governo paulista, e liberou a tramitação do Projeto de Lei 328/2016, que autoriza a venda de 79 imóveis do estado. São, em grande parte, fazendas vinculadas à Secretaria da Agricultura espalhadas pelo estado, onde funcionam laboratórios de pesquisa de tecnologia agropecuária destinada à agricultura familiar e pequenos produtores rurais, com foco na produção orgânica."

Lei míope ameaça pesquisa pública, agroecologia e agricultura familiar em SP

A Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida se insurge contra esta iniciativa e conclama a todos os paulistas e brasileiros a se unirem em defesa das unidades de pesquisa e ensino ameaçadas.

Em período de acelerada mudança climática, a multiplicidade de unidades de observação que permitam acompanhamento cientifico das relações entre o ambiente e o genoma, para atividades de interesse econômico, assume importância estratégica. Sabemos que a saúde da economia e estabilidade social dependem da consolidação de relações amigáveis do homem com o ambiente, e que estas se mostrem úteis para fortalecer o tecido social estabelecido nos territórios rurais.

Isto depende da biodiversidade e de seleções que assegurem uma combinação positiva entre as mudanças climáticas e seus impactos sobre as atividades de interesse da agricultura familiar. Se trata de algo ignorado pelas transnacionais do ramo, focadas em escassas atividades, que praticamente se resumem às lavouras de soja, algodão, cana, eucalipto e milho. Portanto, resta ao poder público dar conta do vasto leque de itens que que compõem agrobiodiversidade fundamental para a soberania e a segurança alimentar, nutricional e social dos territórios rurais.

Neste sentido causa espanto e asco a noticia de que, no estado mais rico do pais, o mesmo governador que perdoou dividas no valor de R$ 116 milhões da Alston, se proponha a desativar e a vender 79 unidades que realizam este trabalho, “para fazer caixa”.

“Porém, o fato é que são grandes as …

“Porém, o fato é que são grandes as diferenças nas taxas de mortalidade nos polos de irrigação e em outras localidades, os chamados extrapolos. É relevante que as taxas de mortalidade venham aumentando nas regiões onde são utilizados agrotóxicos na produção agrícola principalmente de frutas”, explica Raquel Rigotto, professora do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal de Ceará e orientadora da pesquisa de Isadora.

Áreas agrícolas que utilizam agrotóxicos têm mais casos de câncer infanto-juvenil

Entre 2000 e 2012, a cada ano, o número médio de mortes por câncer entre crianças e adolescentes aumentou nas regiões de Camocim, Baixo Jaguaribe e Cariri, no Ceará. Já a concentração de casos da doença é maior nas microrregiões de Ibiapaba, Sobral, Meruoca, Fortaleza e Cariri.

 

A reportagem é de Cida de Oliveira, publicada por Rede Brasil Atual – RBA, 10-08-2016.

 

No período, em todo o estado, foram notificados 3.274 casos de câncer em menores de 19 anos, nos quais 26,3% tinham idade entre 15 a 19 anos; 23,7% entre 10 e 14 anos; 23,2% entre 1 e 4 anos; 22,5% entre 5 a 9 anos e 4,2% nem sequer tinham completado o primeiro ano de vida quando adoeceram. Foram registrados 2.080 óbitos – um coeficiente de 48 mortes por 100 mil habitantes. A faixa etária com maior número de vítimas fatais foi a de 15 a 19 anos de idade.

 

Além do câncer cada vez mais incidente, respondendo pela maior fatia dos adoecimentos no estado, essas localidades têm outro ponto em comum: concentram os chamados polos de irrigação – ou perímetros irrigados –, nos quais a produção de frutas, flores e leite tem o uso intenso de agrotóxicos.

 

As conclusões são de uma pesquisa recente da enfermeira especialista em oncologia Isadora Marques Barbosa, que defendeu mestrado em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em maio passado.

Pulverização de pesticidas por aeronaves não é solução para combater o Aedes Aegypti. Entrevista especial com Wanderlei Pignati

“O uso de veneno não é indicado para erradicar o mosquito Aedes Aegypti; é preciso combater os criadouros, os focos e fazer saneamento básico”, adverte o pesquisador.

do IHU

Imagem: Leve Bem

A Lei 13.301/2016, sancionada pelo presidente interino, Michel Temer, a qual autoriza o uso de aviões para a pulverização de substâncias químicas a fim de combater o mosquito Aedes Aegypti, é “antidemocrática”, diz Wanderlei Pignati à IHU On-0Line, porque é contrária às indicações feitas pelo Conselho Nacional de Saúde – CNS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conasems e Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass.

De acordo com Pignati, essas entidades, juntamente com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva - Abrasco, questionam a “eficácia da metodologia” de pulverização, já que essa prática tem causado uma série de problemas ambientais e à saúde, quando aplicada na agricultura.

Na entrevista a seguir, concedida por telefone, o pesquisador frisa que o enfrentamento do Aedes Aegypti requer uma discussão acerca de como o mosquito tem se proliferado nas cidades brasileiras. “Vários estudos demonstram que o Aedes acompanha lixo, acompanha péssimo saneamento básico. Portanto, tem que ser feita uma atuação direta em relação ao saneamento. Há quantos anos não se investe em saneamento básico no país?”, questiona. O pesquisador ressalta ainda que é preciso “controlar os óvulos do Aedes” e afirma que a “pulverização aérea matará somente os mosquitos adultos”.

Mais uma vez, é muito trabalho e pesquisa …

Mais uma vez, é muito trabalho e pesquisa comprometida para mostrar algo que deveria ser óbvio. Quantas crianças ainda vão precisar ter câncer para colocarmos um fim no uso de agrotóxicos no Brasil?

Parabéns ao Núcleo Tramas - UFC por fornecer mais evidências para a sociedade!

É veneno de todo lado

É veneno de todo lado! Ótima entrevista com Ana Paula Bortoletto.

Da Espanha vem a uva. Com agrotóxicos proibidos, no Brasil, para a produção dessa fruta – em todas as amostras analisadas pelo governo brasileiro. Da Itália, o kiwi: quatro entre as cinco amostras apontam utilização de agrotóxicos não permitidos. Do Uruguai, a maçã. Igualmente envenenada, com quantidade de pesticidas acima do limite tolerável. Todos os dados constam de um levantamento divulgado em junho pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que passou despercebido da imprensa.

Gostou? Contribua com o De Olho nos Ruralistas e ajude a financiar o jornalismo contra os agrotóxicos; http://www.outraspalavras.net/outrosquinhentos/projects/de-olho-nos-ruralistas/

Para AGU, pobre tem que comer veneno

Resposta ao parecer da AGU contrário ao fim das isenções de impostos para agrotóxicos.

Advocacia-Geral da União rejeita fim das isenções de impostos para agrotóxicos, afirmando que somente com venenos é possível produzir comida barata.

Com um vocabulário um pouco mais rebuscado, a Advocacia-Geral da União repetiu o discurso político ideológico do agronegócio: só é possível produzir alimento barato com muito veneno. Assim, a AGU acaba por afirmar, ainda que indiretamente, que comida de baixa qualidade, contaminada por agrotóxicos, deve alimentar a maioria da população. A comida saudável, sem agrotóxicos, seria destinada apenas a quem tivesse condições econômicas de comprar alimentos com custos maiores.  

Essa manifestação da AGU se deu na Ação Direta de Inconstitucionalidade do PSOL que questiona a constitucionalidade e a legitimidade jurídica das isenções fiscais dadas aos agrotóxicos no Brasil. A grande isenção de impostos para venenos agrícolas é um elemento fundamental para explicar a liderança de nosso país no consumo destas substâncias, mesmo sem ser o maior produtor agrícola, e utilizando cerca de 1/3 da área plantada dos Estados Unidos.

A ideologia política que fundamenta a posição da AGU, de que cobrar impostos sobre agrotóxicos elevaria o preço da comida, não leva em consideração uma série de aspectos econômicos e de saúde. A seguir, citam-se alguns aspectos da realidade econômico-social que desautorizam a postura da AGU:

Vai ter mestras e mestres contra os agrotóxicos …

Vai ter mestras e mestres contra os agrotóxicos sim! Parabéns à todas e todos os mestres da turma Primavera de Luta! Em breve divulgaremos as dissertações sobre agrotóxicos e saúde.

Segundo Fran Paula:
"A minha atuação na Campanha tem a ver com pensar alternativas ao uso de venenos, mas, sobretudo, a uma contraposição ao modelo do agronegócio. Enquanto campanha, um dos pontos interessantes é o anúncio da agroecologia. Chegamos ao mestrado com a perspectiva de construir possibilidades de articulação com outros movimentos sociais para poder fortalecer essa construção teórica, engajada e científica de se fazer pesquisa. Todo mundo tem uma participação ativa nas suas organizações de base, e trazer isso para a academia foi um desafio muito grande para a turma, que foi formada tanto por trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) como por militantes de vários movimentos sociais."