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Licenciamento recorde de novos agrotóxicos

André Trigueiro: “Quem determina quais produtos químicos os agricultores devem usar, e em quais dosagens, é o varejista”, afirma uma fonte da Embrapa. Além de não dispor do conhecimento técnico necessário para indicar a melhor resposta para todas as situações, o vendedor ainda recebe comissão pelas vendas desses produtos químicos. Curiosamente, o próprio relator do “Pacote do Veneno”, deputado Luís Nishimori (PR-Paraná), esteve à frente de duas empresas que vendiam agrotóxicos (Nishimori Agricultura e Mariagro Agrícola Ltda.), mas, segundo ele, à época da votação, as empresas estariam “desativadas”. Em tempo: o conflito de interesses no Congresso alcança de forma avassaladora vários parlamentares ligados ao agronegócio, mineração, indústria das armas, etc.

Antes do Ceará, 8 municípios já haviam proibido fumigação aérea de agrotóxicos

Enquanto no Congresso Nacional avançam projetos de lei que buscam flexibilizar e impulsionar o uso de agrotóxicos no país, diversas cidades brasileiras já possuem leis que proíbem a sua pulverização aérea. Além do estado do Ceará, o primeiro a proibir a prática em todo o território, um levantamento inédito da Agência Pública e Repórter Brasil revela que 8 cidades proibiram a prática para proteger a saúde da população. Além delas, três municípios também vetaram o uso em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). E outros três impuseram restrições, como um perímetro de segurança nas áreas urbanas. Outras quatro cidades estão com projetos de lei tramitando nas Câmaras Municipais.

Pulverização aérea de agrotóxicos: Abrasco enaltece o Ceará – ABRASCO

"A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará aprovou, em dezembro de 2018, e o governador Camilo Santana (PT/CE) sancionou, em 08 de janeiro de 2019, o Projeto de Lei 18/2015, de autoria do Deputado Estadual Renato Roseno (PSOL/CE), que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos no estado do Ceará. O estado tornou-se o primeiro do país a deliberar por esta proibição em favor da saúde pública e da proteção ambiental."

Anvisa exclui revisão de normas sobre o agrotóxico acefato da lista de prioridades para 2019

O acefato é um componente altamente tóxico usado em agrotóxicos e que pode causar câncer, segundo a própria Anvisa. Em nota técnica publicada por ocasião da reavaliação do acefato, a Agência afirma que “o potencial carcinogênico do acefato foi avaliado em vários estudos em roedores (ratos e camundongos) e em um estudo em cães” e que “há uma preocupação em relação à exposição crônica à doses baixas aos possíveis efeitos sobre a saúde humana”.

Tudo que não te contaram sobre a liberação de 131 novos agrotóxicos

Para instituições de meio ambiente, saúde e trabalho, o Brasil está caminhando para uma situação catastrófica. Campanhas assinadas por órgãos como Organização da Nações Unidas, Ministério Público Federal, Anvisa e Ibama apontam que o uso prolongado desses produtos químicos mata a vida do solo e provoca uma “espiral química”. Isto é: quanto mais agrotóxico se usa, mais é necessário usar. Além disso, apontam que o uso de pesticidas não resolveu o problema da fome no país e afirmam que o atual modelo de produção torna a agricultura brasileira dependente de empresas gigantes transnacionais que dominam a produção e venda de agrotóxicos.