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Silêncio mortal

Marcos, na verdade, apenas seguiu um comportamento dominante entre a classe médica brasileira, de simplesmente se negar a procurar comprovações de mortes por intoxicações com agrotóxicos.

E todos esses médicos sabem que doenças epidêmicas, como as citadas, devem obrigatoriamente ser pesquisadas para, em caso de confirmação, serem registradas nos sistemas de saúde municipal, estadual e federal. “Não foi nada disso”, afirmam, um após outro, (quase) todos os ouvidos por esta repórter. “Foi agrotóxico”.

#Luto!

Combate a agrotóxicos ganha reforço com Fórum em MT; produtos estão associados a 45,9% de doenças

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseadas na declaração dos Estados-membros, avaliam que as doenças crônicas não transmissíveis – que têm os agrotóxicos entre seus agentes causadores – são responsáveis por 63% das 57 milhões de mortes declaradas no mundo em 2008, e por 45,9% do volume global de doenças. A OMS prevê, ainda, um aumento de 15% dos óbitos por esta causa, entre 2010 e 2020.

Organizações socioambientais do RS vão ao STF em defesa de lei que controla uso de agrotóxicos …

A legislação ambiental do Rio Grande do Sul é um paradigma que deveria ser seguido pela legislação federal e demais legislações estaduais. A liberação comercial de agrotóxicos banidos nos países em que são fabricados reforça a divisão internacional desigual do trabalho que delega os impactos, riscos, contaminações ambientais e oneração do sistema de saúde aos países do Sul global, estes com menor rigor em relação às medidas de segurança para conter impactos negativos de processo produtivo e dos produtos finais produzidos nos países do Norte.

Rotulagem de alimentos: discurso da Anvisa decepciona sociedade civil e é elogiado pela indústria …

Fábio Gomes, assessor regional de Nutrição da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), afirmou não haver dúvidas sobre o acúmulo de evidências científicas. Ele mostrou que desde a década de 1970 há estudos que comprovam que os consumidores levam um máximo de oito segundos para escolher um produto na prateleira, ou seja, é preciso fornecer um rótulo claro e de imediata interpretação. E que desde a década de 1980 há comprovação de que a cor preta, proposta nos modelos de rotulagem de advertências, é a que provoca o melhor contraste para o olho humano.

Outdoor com propaganda de agrotóxico leva MPF a propor ação contra Anvisa e mais quatro empresas

Outdoor com propaganda de agrotóxicos é ilegal! Denuncie!

"Além disso, a mídia também deixa de atender o Decreto nº 2018/96, que dispõe a respeito da propaganda comercial de agrotóxicos que, em seu artigo 18, adverte que “a citação de danos eventuais à saúde e ao meio ambiente será feita com dizeres, sons e imagens na mesma proporção e tamanho do produto anunciado”. Nesse sentido vale ressaltar que o fungicida retratado, Unizeb Gold, está classificado como medianamente tóxico (classe III) e produto perigoso ao meio ambiente (classe III)."

O Congresso Internacional de Nutrição deveria dar Coca aos participantes? – O Joio e o Trigo

Ótima leitura para o domingo.

"Carlos Monteiro é um dos pesquisadores brasileiros de melhor reputação na área de nutrição, um status que ficou reforçado pelo espaço que recebeu durante o congresso. Médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, ele propôs na virada da década que os alimentos fossem classificados pelo grau de processamento: in natura, minimamente processados e ultraprocessados."

"Foi toda uma (r)evolução no olhar. Vendo dessa maneira, é fácil entender qual dos três grupos tem a maior contribuição para a obesidade. Também é fácil entender por que a indústria de ultraprocessados odeia essa classificação. E tenta atacá-la por todos os flancos."

Novas canas transgênicas devem aumentar casos de câncer e malformações

A correlação entre esse aumento no uso de agrotóxicos, na soja ou em qualquer outra cultura, ao número maior de casos de câncer já é apontada por diversos estudos. Entre eles está o da equipe do professor Wanderlei Antônio Pignati, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), estado que lidera o consumo desses produtos, 19% do total nacional – e o Brasil é o maior consumidor mundial.

Entre 2000 e 2005, quando o consumo aumentou em 89% no estado, houve registro de 702 casos de câncer apenas em menores de 20 anos, sendo 176 casos de diversas leucemias, 77 de linfomas e 70 de tumores do sistema nervoso central, entre outros. Na população adolescente, chamou atenção 48 casos de carcinomas, 38 de leucemias, 29 linfomas e 28 tumores ósseos malignos.

Retorno às sementes

Os bancos de sementes crioulas surgiram no Brasil ainda na década de 1970 para preservação através da reprodução de cultivos “ex situ” (fora do lugar de origem) ou “in situ” (mesmo local de origem). Atualmente em praticamente todas as regiões do Brasil existem bancos comunitários de sementes crioulas e práticas de feiras e trocas sustentadas por agricultores/as familiares e pequenos agricultores.