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Agrotóxico: o inimigo entre nós mst.org.br Seminário promovido pelo IHU e PPG em Saúde Coletiva da Unisinos evidenciou o impacto do uso de agrotóxicos no ambiente e toda a lógica que sustenta o sistema apoiado no agronegócio.
Agrotóxico: o inimigo entre nós mst.org.br Seminário promovido pelo IHU e PPG em Saúde Coletiva da Unisinos evidenciou o impacto do uso de agrotóxicos no ambiente e toda a lógica que sustenta o sistema apoiado no agronegócio.
Hoje, na Unisinos!
Em São Leopoldo, RS, mais um lançamento do Dossiê Abrasco, com a presença da Profa. Dra. Karen Friedrich – Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Dr. Leonardo Melgarejo – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN, Prof. Dr. Fernando Carneiro.
O jornal inglês “The Guardian” publicou hoje uma extensa matéria sobre o conflito que coloca a população das diversas ilhas que formam o estado do Havai e três gigantes do setor agroquímico mundial (Syngenta, Dow, DuPont, Basf e Pioneer) por causa do uso intensivo de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas (Aqui!).
O conflito ocorre em torno dos esforços das corporações em bloquear leis aprovadas localmente para impedir a aspersão de agrotóxicos em áreas próximas a escolas e hospitais, o que está enfurecendo a população que está preocupada com o aumento de nascimentos de crianças com graves problemas de saúde, o que está sendo associado ao uso intensivo de substâncias proibidas na União Européia que incluem a atrazina, o paraquat e o clorpirifós. Em função da experiências com a resistência das plantas a esse coquetel venenoso, as áreas de cultivo ilhas havaianas estariam recebendo 17 vezes mais agrotóxicos do que uma área localizada na área continental dos EUA.
Emanuelle Brasil, Agência Câmara
Em audiência pública promovida nesta segunda-feira pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, especialistas assinalaram que um terço dos alimentos consumidos no dia a dia pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. A análise foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com base em amostras coletadas nos 26 estados em 2011.
O debate sobre o vínculo entre agrotóxicos e doenças graves foi realizado na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.
Os agrotóxicos usados na agricultura, no ambiente doméstico e em campanhas de saúde pública como inseticida estão associados a diversas doenças como o câncer, o mal de Parkinson e a depressão.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Luiz Claudio Meirelles, alertou para a ingestão contínua de quantidades pequenas de agrotóxicos no dia-a-dia. “75% dos alimentos têm resíduos de agrotóxicos. A cada vez que você bota uma refeição na mesa, ela está ali com uma quantidade de resíduos enormes, e os estudos têm mostrado que chegam a 17 diferentes tipos de agrotóxicos para o qual a ciência sequer tem ferramental para dizer como é que isso vai funcionar para a vida.”
Por Eduardo Amorim (Centro Sabiá)
Responsável por alguns dos produtos que mais ameaçam a saúde do povo e a agrobiodiversidade brasileira, a empresa Monsanto teve de responder a graves indagações feitas por representantes de movimentos sociais e acabou sendo desmentida em dois pontos, pelo deputado estadual Rodrigo Novaes e pelo representante do Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos, Pedro Albuquerque, durante audiência da Comissão de Agricultura na Assembleia Legislativa, realizada nesta terça-feira.
O parlamentar questionou o fato do glifosato ter sido apresentado pela empresa como se estivesse na mesma categoria em relação ao potencial de câncer que outros produtos bastante conhecidos, como o cafezinho. Autor de projeto de lei para proibir o produto em Pernambuco (o glifosato é utilizado por mais de 50 empresas e faz parte da fórmula do RoundUp, produto mais vendido da Monsanto), Rodrigo Novaes lembrou que a classificação pela Anvisa mudou para 2ª e assim o agrotóxico “não está no mesmo hall. Então é preciso que a gente tenha cuidado para fazer o debate no mais alto nível”, pediu.
17ª edição do Festival internacional de Cinema e Vídeo Ambiental premiou o francês Transgenic Wars, como melhor filme, e o brasileiro o Veneno Está na Mesa 2, como melhor longa. Confira a reportagem.
Troféu na mão: filmes premiados do Fica 2015
Reportagem: Clenon Ferreira e Leandro Arantes
A entrega dos troféus aos filmes premiados na 17ª edição do Festival internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, Fica 2015, ocorreu neste domingo, último dia do Festival, às 17h no Cinemão do Colégio Sant’Ana. A Secretária de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Raquel Teixeira, foi quem entregou o troféu ao média-metragem francês Transgenic Wars, do diretor Paul Moreira, eleito o melhor filme pelo júri da Mostra Competitiva do Fica 2015.
O filme aborda domínio da agricultura mundial pelos alimentos transgênicos. A produção foi da Dinamarca à Argentina e apontou efeitos da alimentação de animais de abate com transgênicos para trazer à tona a discussão sobre o crescimento desenfreado desta prática e suas consequências.
O documentário O Veneno está na mesa 2, de Silvio Tendler, recebeu o Troféu Carmo Bernardes, como o melhor longa da competição, pela perspicaz associação entre o meio ambiente, saúde e economia, propondo alternativas ao modelo hegemônico na agropecuária brasileira.
A coordenadora do Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf), promotora de Justiça Luciana Khoury, que também coordena o Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, assinou nota pública em que declara apoio aos projetos de lei que regulamentam o uso de agrotóxicos na Bahia. De acordo com o Fórum, a aprovação dos projetos nº 21.273/2015, 21.317/2015 e 21.314/2015 representará a ampliação da proteção da saúde humana e do meio ambiente no estado.
Em São Leopoldo, RS, mais um lançamento do Dossiê Abrasco, com a presença da Profa. Dra. Karen Friedrich – Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Dr. Leonardo Melgarejo – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN, Prof. Dr. Fernando Carneiro.
Dados trazidos por Lia Giraldo surpreenderam parlamentares Foto: Eduardo Amorim (Centro Sabiá)
Do Centro Sabiá
Por Eduardo Amorim (Centro Sabiá)
Em audiência marcada por fortes posicionamentos em relação aos agrotóxicos, a pesquisadora e professora da Pós-Graduação do Hospital Ageu Magalhães (Faculdade de Ciências Médicas da UPE), Lia Giraldo, conseguiu mostrar para os deputados através de dados científicos e de informações já balizadas pela Organização Mundial de Saúde que precisamos proibir a venda e utilização do glifosato no Brasil.
Agrotóxico mais vendido no Brasil, o glifosato já deveria ter saído do mercado a muitos anos, garante a pesquisadora, que afirma que a Anvisa tem essas informações e as engavetou. Para ela, “desde 2009 temos notas técnicas prontas, concluídas, e elas agora só receberiam mais informações para reforçar a decisão da proibição, mas estão engavetadas. Por que a pressão via lobbye é muito forte”, garante.
Ela participou de audiência pública da Comissão de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Pernambuco que tinha como objetivo discutir o projeto de lei 261-2015. A proposta também prevê, além do banimento do glifosato, o de agrotóxicos já proibidos nos países onde foram registrados e que quando Organizações Internacionais, responsáveis pela saúde, alimentação ou meio ambiente, das quais o Brasil seja membro integrante ou signatário de acordos e convênios, alertarem para riscos ou desaconselharem o uso de agrotóxicos, seus componentes e afins, ficará suspenso imediatamente o uso e a comercialização no Estado.
O Papa criticou os transgênicos por seus impactos agrários, sociais e econômicos, e fala da necessidade de um debate amplo sobre o tema.
por Emilio Godoy - Tierramérica
MÉXICO, 10 de agosto de 2015 (IPS) – Há alguns séculos atrás, a indústria da biotecnologia poderia ter comprado uma bula para autorizar seus pecados e obter a redenção prévia. Porém, em sua ecológica encíclica Laudato si, o papa Francisco condenou os organismos geneticamente modificados (OGM) sem perdão possível.
Em sua primeira carta circular aos católicos desde que iniciou seu pontificado, no dia 24 de maio de 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio critica os OGM por seus impactos agrários, sociais e econômicos, e fala da necessidade de um debate amplo sobre o tema, e não somente desde a esfera científica.
Laudato si – “louvado sejas”, em italiano antigo – faz referência ao título de um cântico de Francisco de Assis que reza: “louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa Mãe Terra, a qual nos sustenta, nos governa e produz diversos frutos com coloridas flores e ervas”.
É a primeira encíclica na história dedicada à situação ambiental e à reflexão sobre “a casa comum” da humanidade, o planeta.
O documento reconhece a falta de “comprovação contundente” sobre o dano que os OGM poderiam causar aos seres humanos, mas destaca que existem “problemas importantes que não devem ser relativizados”.
“Em muitos lugares, após a introdução desses cultivos, se constata uma concentração de terras produtivas nas mãos de alguns poucos, devido à progressiva desaparição dos pequenos produtores, obrigados deixar a produção direta, como consequência da perda das terras exploradas”, segundo a encíclica.
O dado revelou a importância dos debates propostos no “Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde”, lançado recentemente no estado
“O brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos ao ano. A situação é mais gritante no Mato Grosso, pois a fiscalização é claramente deficiente e a legislação não é respeitada. O mato-grossense chega a ingerir uma média de 40 litros por ano”, afirmou Fran Paula de Castro, educadora do programa da FASE no Mato Grosso, durante as atividades de lançamento no estado do “Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde”, realizadas pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida em Cuiabá e no município de Rondonópolis.
Leomar Daroncho, procurador e coordenador do Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, também participou dos eventos. Ele explicou que, nesse tema, todos são vítimas. “Por isso o lançamento do Dossiê aqui é muito importante. Não é uma luta contra alguém, mas é uma luta pelo bem de todos nós”, ressaltou. Os debates motivados pelo Dossiê ocorreram nos últimos dias 23, 24 e 25 de julho e socializaram os conhecimentos construídos de maneira coletiva pelos autores da publicação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) junto à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e à Expressão Popular.
Lançamento do Dossiê em Cuiabá!
Pelo direito a não ser diariamente envenenado!!!
Matéria da Jornada de Agroecologia:
“Defender a agroecologia é defender novo modelo econômico e político”
Por Rafael Soriano
O economista membro da coordenação nacional do MST, João Pedro Stedile, esteve presente na primeira conferência da 14ª Jornada de Agroecologia, abordando o movimento do Capital na agricultura e suas consequências. Durante sua fala, Stedile avaliou que a defesa da agroecologia é, não apenas uma preocupação em salvar o meio ambiente, mas um embate econômico e político.
A necessidade de uma transição agroecológica, para o militante, advém das características nocivas do modelo do capital na agricultura, hoje conhecido como agronegócio. “É justamente nas contradições desse modelo que está nossa esperança em uma adesão crítica da sociedade como um todo para enfrentarmos a agricultura capitalista e estabelecermos novas bases de produção, fundadas na agroecologia”, sinalizou.
Entre as contradições, está a concentração de propriedade em pouco mais de cinqüenta grandes empresas multinacionais presentes na agricultura e, por isso, um grande contingente de populações afastado das riquezas ali produzidas. Por estarem nas mãos dessas empresas, as riquezas geradas nas localidades são expatriadas, não permanecem na própria região onde se produz.
“Vemos o exemplo de Irati, onde acontece a 14ª Jornada de Agroecologia, em que a produção de fumo vê a riqueza aqui gerada na região sendo levada para Londres pela Souza Cruz e aumentando a acumulação de capitais dos acionistas de lá”, relata Stedile.
Além dessas características econômicas, há sérias disfunções no meio ambiente causadas pelo modelo atual, como a contaminação por venenos e a destruição da biodiversidade.
“O caso de São Paulo é emblemático: não falta água nas torneiras da cidade por falta de chuva. Chove e alaga. O problema é causado pelo predomínio dos monocultivos do eucalipto e da cana-de-açúcar no entorno do sistema hidrográfico de Cantareira, que altera todo o ecossistema local”, alerta João Pedro Stedile. “Os venenos contaminam o ar, a água e até o leite materno, o que tem aumentado o número de casos de câncer em 500 mil por ano”, arremata.
Em sua intervenção, Stedile enumerou as principais características do capitalismo na agricultura, em tempos de domínio do capital financeiro: além da já citada concentração em pouco mais de cinquenta multinacionais, estão a transformação da agricultura num grande mercado mundial (produz-se alho na China para comer no Brasil, por exemplo), a redivisão do trabalho mundial agrícola (sob o comando daquelas mesmas cinqüenta empresas), a uniformização dos preços e a padronização dos alimentos.
“Sob o risco de efeitos incontroláveis na saúde das pessoas, a alimentação que no século passado estava baseada em mais de 300 tipos de vegetais, hoje está reduzida a apenas cinco: sorgo, trigo, milho, arroz e soja”, adverte o economista. Outra grande mudança é a forma de produção nas unidades produtivas que, tendo o lucro como norteador, está aprisionada a forma de cultivo em larga escala e sob uma matriz tecnológica específica.
A matriz introduzida pela chamada “revolução verde”, é baseada nos venenos, que eliminam a diversidade da natureza em nome dos monocultivos, das sementes transgênicas (que aprisionam o agricultor à empresa produtora de sementes e venenos específicos para cada semente) e da mecanização, fundando uma agricultura sem agricultores.
Por fim, surge uma nova classe no campo, formada por uma mescla de indivíduos capitalistas e capitais dos diferentes ramos da economia, como, inclusive, a grande mídia (observe-se que a Rede Globo é parte da Confederação Nacional da Agricultura – CNA – maior entidade do agronegócio no país). No Brasil nos últimos anos, 4 milhões de assalariados rurais migraram para favelas, “substituídos nas lavouras por venenos, transgênicos e máquinas”.
“Tudo isso dificulta nossa luta, mas a esperança militante se mantém acesa. Pois vemos do nosso lado o Papa, que publicou uma encíclica dedicada à defesa explícita da ecologia, temos a própria Natureza, que é contra as agressões e, mais recentemente o conjunto da população urbana”, analisa Stedile. “A agroecologia não é uma luta dos agricultores, mas da Humanidade”, conclui.
“A batalha é difícil, mas temos que vencer a guerra contra os agrotóxicos”, afirma Sem Terra mst.org.br Os educadores do campo reunidos no RS debateram os malefícios do uso do agrotóxico para a saúde humana e o meio ambiente.
Matéria interessante, que explica bem desenhado o processo de aprovação de agrotóxicos no Brasil. Reparem que, por cima há uma "briga" entre algumas das 6 multinacionais dos venenos (Basf e Syngenta, no caso) e uma fabricante de agrotóxico brazuca, a Orofino. No final, ainda vão nos acusar de anti-nacionalistas por não defender os "MegaBR" e o "SingularBR".
Sabemos também que os critérios que definem se um agrotóxicos é mais tóxico que outro são bastante questionáveis. Principalmente, porque analisam apenas os efeitos agudos, e não olham para os crônicos, aqueles só vão aparecer anos mais tarde.
Finalmente, outro ponto é que o BNDES tem repetido que deseja aumentar a produção nacional de agrotóxicos, para dependermos menos de exportação (e seguirmos usando 7,3 litros por habitante). Essa pode ser, portanto, uma parte dessa estratégia.