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Sobre Transgênicos

Sobre Transgênicos: O fato de que há alguns anos se divulgue a existência de uma espécie consenso científico sobre a segurança dos Organismos Geneticamente Modificados desmorona quando se faz uma busca na bibliografia científica. E foi isso que fizeram os pesquisadores Gilles Ferment, Leonardo Melgarejo, Gabriel Fernandes e José Maria Ferraz: deram portante concretude a este desmoronamento. Eles publicaram o livro LAVOURAS TRANSGÊNICAS - Riscos e Incertezas, juntando nada menos do que 750 estudos desprezados pelos órgãos reguladores de OGMs. O livro alerta para riscos, fragilidades, inconsistências e problemas das lavouras transgênicas e tecnologias associadas. A obra não permite mais que se repita a bobagem de que a ciência atesta segurança das lavouras de milho, algodão e soja transgênicos, ou produtos associados. Estão reunidos resumos com links para obtenção gratuita dos artigos originais, e o endereço eletrônico na última capa permite acesso ao livro utilizando um celular. Se trata na realidade de uma espécie de biblioteca onde podemos buscar a qualquer momento cada um daqueles documentos, usando o telefone. Sem dúvida, de grande utilidade para todos que de fato valorizam a ciência.

Mais gado confinado, mais soja, mais agrotóxico …

Mais gado confinado, mais soja, mais agrotóxico Notícia de hoje da conta de previsão de aumento do percentual de gado alimentado com ração no Brasil. Hoje, apenas 10% do gado brasileiro é alimentado com ração - farelo de soja e milho, enquanto o índice nos EUA é de 90%. Isso significa mais demanda para a soja e milho produzidos no Brasil. Este ano, o Brasil exportou quase U$28bi no complexo da soja. Para se ter um ideia, 45% da área plantada no Brasil é ocupada pela soja, e se adicionarmos o milho, o percentual sobre para 65%. Ou seja, é não absurdo afirmar que perto de metade do solo agricultável no Brasil é utilizado para produção de ração animal. A Fundação Heinrich Böll, da Alemanha, elaborou o Atlas da Carne em 2014, disponível em inglês e espanhol aqui: http://www.boell.de/en/meat-atlas . Vale a leitura para uma compreensão ampliada da questão agrária brasileira.

Tribunal Internacional Monsanto ocorrerá em outubro de 2016

Organizadores anunciaram o tribunal no último dia 3 de dezembro, e têm como objetivo investigar crimes cometidos pela multinacional estadunidense, e buscar responsabilização jurídica por ecocidio

Para um número crescente de pessoas pelo mundo, a Monsanto é hoje o símbolo do agronegócio. O modelo químico-intensivo de produção agrícola incentivado por ela envenena populações, polui o meio ambiente, acelera a perda de biodiversidade, e contribui massivamente para o aquecimento global.

Desde o início do século XX, a Monsanto, uma empresa baseada nos Estados Unidos da América, têm desenvolvido um grande número de substâncias altamente tóxicas, que têm prejudicado permanentemente o meio ambiente e causado doença e mortes para milhares de pessoas. Este produtos incluem:

  • PCBs, um dos 12 Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) que afetam a fertilidade humana e animal;
  • 2,4,5 T, uma dioxina componente do desfoliante Agente Laranja, que foi utilizado na Guerra do Vietnã pelo exército estadunidense e continua a causar má-formações fetais e câncer;
  • Lasso, um herbicida já banido na Europa
  • e o RoundUp, o herbicida mais utilizado no mundo, e fonte do maior escândalo ambiental e de saúde da história moderna. Este herbicida tóxico é usado em combinação com a semente geneticamente RoundUp Ready em monocultivos de larga escala, principalmente para a produção de soja, milho, e canola para ração animal e biocombustíveis.

Você sabia que as sementes transgênicas levam ao …

Você sabia que as sementes transgênicas levam ao uso de mais agrotóxicos? As sementes geneticamente modificadas usadas no Brasil – de soja, milho e algodão – possuem dois tipos: aquelas em que a planta é modificada para aguentar mais agrotóxicos sem morrer, e aquelas em que a planta já possui o agrotóxico dentro de si. Nos dois casos o resultado é o mesmo: mais veneno na nossa mesa. Além disso, não existem estudos de longo prazo para garantir que os transgênicos são seguros para nossa saúde e para o meio-ambiente. Assim, o melhor a fazer é recusar alimentos que apresentam o símbolo dos transgênicos e preferir aqueles produzidos pela agricultura familiar camponesa.

Uma pesquisa feita no Paraná e divulgada hoje …

Uma pesquisa feita no Paraná e divulgada hoje mostra que alimentos contaminados por excesso de agrotóxicos ou uso de químicas proibidas estão em lavouras de todas as variedades. A fiscalização feita no Paraná analisou 245 amostras de alimentos. Na relação estão soja, trigo, milho, feijão, hortaliças, frutas e até ervas medicinais. As amostras são de todas as regiões do estado. Os resultados mostram que 15% delas foram contaminadas por excesso de produtos químicos para matar pragas e ervas daninhas ou por uso de químicas não permitidas.

EUA revoga liberação de transgênicos resistentes a 2,4-D

Nota: a mesma semente foi autorizada no Brasil em 2015.

do blog Em Pratos Limpos

O órgão ambiental dos EUA (EPA) anunciou ter revogado sua decisão de autorizar o cultivo de soja, milho e algodão transgênicos resistentes ao herbicida 2,4-D. A liberação havia sido feita sobre a suposição de não haver efeito sinérgico entre glifosato e 2,4-D, mas depois foi descoberto pedido de patente da DOW exatamente sobre o efeito combinado dos dois produtos.

Buva viceja em meio a campo de soja transgênica em Alto Paraná, Paraguai. Resistência de plantas espontâneas a herbicidas aumenta o uso de químicos e enseja novos pacotes pela empresas, como  o2,4-D, da Dow, e o Dicamba, da Monsanto. Foto: AS-PTA

Buva viceja em meio a campo de soja transgênica em Alto Paraná, Paraguai. Resistência de plantas espontâneas a herbicidas aumenta o uso de químicos e enseja nova “soluções” pela empresas, como o 2,4-D, da Dow, e o Dicamba, da Monsanto. Foto: AS-PTA.

Você sabia que o agronegócio é uma forma de …

Você sabia que o agronegócio é uma forma de produzir mercadorias agrícolas que só funciona com uso de muitos agrotóxicos? O agronegócio utiliza largas extensões de terras, os latifúndios, para plantar uma mesma espécie – normalmente soja, milho, algodão, eucalipto ou cana-de-açúcar. Dessa maneira, o agronegócio destrói a biodiversidade e desequilibra o ambiente natural, facilitando o surgimento de plantas, insetos ou fungos que podem destruir a plantação. Por isso, é uma agricultura dependente química: só funciona com muito veneno. O agronegócio também utiliza maquinário pesado, que compacta o solo, e não gera empregos, favorecendo assim o êxodo rural.

A resistência da agroecologia no Pantanal

Articulação Nacional de Agroecologia / Facebook

A produção agroecológica é uma realidade que os donos do poder - os mesmos que comandam a produção de commodities - fazem de tudo para não dar visibilidade

Najar Tubino - Carta Maior

Articulação Nacional de Agroecologia / Facebook

 


Cáceres (MT) – Na verdade trabalhar com este tema no estado campeão na produção de soja, com mais de 24 milhões de toneladas, com uma percentagem de veneno distribuída entre a população de quase 10 litros por habitante é um risco sério, que inclui ameaças de todos os tipos, boicote dos governos estadual e municipais e a descrença de muitos agricultores e agricultoras, depois de muitos anos de abandono. O termo correto seria resiliência dos grupos organizados na FASE, no Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD) e no Grupo de Intercâmbio em Agricultura Sustentável (GIAS), que trabalham com agricultura familiar e agroecologia. O GIAS está comemorando 15 anos e durante dois dias – 26 e 27 de novembro – realiza um Seminário sobre Comercialização e Certificação de Produtos Agroecológicos. No evento também foram apresentados os resultados do Projeto Agroecologia em Rede, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), que envolve o perfil de três agroecossistemas do Sudoeste do Mato Grosso, onde Cáceres, cidade fundada há 240 anos na beira do rio Paraguai e na fronteira com a Bolívia com 90 mil habitantes é o polo regional. Os técnicos da FASE participaram do levantamento de dados e das discussões dos três famílias analisadas.
 

EUA suspendem herbicida da Dow

Por Bettina Barros, do Valor Econômico

A Agência de Proteção Ambiental americana (EPA, na sigla em inglês) retirou a aprovação do herbicida Enlist Duo, desenvolvido pela Dow AgroSciences, alegando novas evidências de que o agrotóxico atinge também outras plantas além das ervas daninhas.

A decisão da agência americana se baseou no questionamento de grupos ambientais de que a combinação química do produto é "bem provavelmente" mais danosa que o pensado inicialmente.

O "Enlist Duo" foi aprovado pela EPA há pouco mais de um ano e é resultado da combinação de glifosato e 2,4­D.

O produto é parte do chamado "Sistema Enlist de Controle de Ervas Daninhas", que traz uma tecnologia para soja e milho baseada em um "trait" (evento transgênico) que torna as plantas tolerantes ao herbicida. No Brasil, o Enlist está sob análise da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) desde 2012.

Ocorre que o uso do 2,4­D tem enfrentado muita resistência ao redor do mundo, por ser um dos componentes do agente laranja, usado durante a guerra do Vietnã.

Agrotóxicos são do mal, sim!

Em artigo, professor da Esalq rebate o pesquisador da Embrapa, Alfredo Luiz, que defendeu o uso dos agrotóxicos.

Por Adilson D.Paschoal*

Sobre o título "Agrotóxicos são do mal?" (Boletim Informativo do Sistema FAEP, no.1323, out.-nov.2015) o engenheiro-agrônomo Alfredo J.B.Luiz, da Embrapa Meio Ambiente, dá seu parecer, pobre de argumentos científicos, sobre estes perigosos agentes controladores de pragas, patógenos e ervas invasoras no nosso país, por sinal o maior consumidor  desses venenos agrícolas em todo o mundo. A interrogação que faz (...são do mal?) permite deduzir que  é a favor do uso desses produtos, confirmando-se a assertiva pela leitura do artigo.

O que é admirável é o fato de ele trabalhar na Embrapa Meio Ambiente, que já foi reduto das companhias multinacionais dos agrotóxicos, quando se chamava Centro Nacional de Pesquisa de Defensivos Agrícolas (CNPDA,1982): uma aberração inconcebível, uma vez que o Estado brasileiro, e não as milionárias multinacionais dos agrotóxicos, fazia pesquisas para elas, pagas com o dinheiro honrado de todos nós brasileiros.

Felizmente percebeu-se isso em tempo de alterar completamente a linha de pesquisa, passando de pesquisadores subservientes delas, e de seus métodos empíricos imediatistas, para pesquisadores conscientes e atuantes em prol de uma agricultura racional, sustentável a longo prazo, verdadeiramente de trópico, pautando suas pesquisas em métodos visando sobretudo a saúde das pessoas, a conservação dos recursos de produção e a preservação da natureza. Assim, três anos depois de criada, a instituição tinha seu nome mudado para Centro Nacional de Pesquisa de Defesa da Agricultura (CNPDA,1985). Honra-me ter contribuído para esta mudança; aflige-me saber que pode haver retrocesso, pela falta de novas lideranças.

Há anos, nós e diversas organizações alertamos …

Há anos, nós e diversas organizações alertamos para as falsas promessas das sementes transgênicas. Nenhuma delas inclusive foi desenvolvida para ser mais produtiva - apenas para resistir a agrotóxicos e produzir inseticida contra algumas espécies, o que no fim acaba favorecendo outras. No texto, a culpa é dos "eventos climáticos", do "mau uso da tecnologia", e daqui a pouco vão alegar que foi por conta do "preconceito contra agroquímicos e transgênicos". Resumindo: nós já sabíamos. Lavouras de soja plantadas com sementes transgênicas tolerantes a herbicida e resistentes a lagartas ­ benefícios oferecidos pela tecnologia Intacta, da Monsanto ­vêm perdendo eficiência nas mais importantes regiões produtoras do Brasil. Conforme o estudo, que ficou a cargo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, essas lavouras de soja Intacta já registram produtividade média mais próxima da obtida por sementes que trazem apenas tolerância a herbicida ­ a tecnologia Roundup Ready (RR), da primeira geração de transgênicos da Monsanto ­ e mesmo pelas sementes convencionais (não transgênicas).

Estudo põe soja transgênica na berlinda

Nota da Campanha Contra os Agrotóxicos: Há anos, nós e diversas organizações alertamos para as falsas promessas das sementes transgênicas. Nenhuma delas inclusive foi desenvolvida para ser mais produtiva - apenas para resistir a agrotóxicos e produzir inseticida contra algumas espécies, o que no fim acaba favorecendo outras. No texto, a culpa é dos "eventos climáticos", do "mau uso da tecnologia", e daqui a pouco vão alegar que foi por conta do "preconceito contra agroquímicos e transgênicos". Resumindo: nós já sabíamos.

Por Cristiano Zaia
Do Valor

Lavouras de soja plantadas com sementes transgênicas tolerantes a herbicida e resistentes a lagartas ­ benefícios oferecidos pela tecnologia Intacta, da Monsanto ­ vêm perdendo eficiência nas mais importantes regiões produtoras do Brasil. Essa é uma das principais conclusões de um estudo do projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Conforme o estudo, que ficou a cargo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, essas lavouras de soja Intacta já registram produtividade média mais próxima da obtida por sementes que trazem apenas tolerância a herbicida ­ a tecnologia Roundup Ready (RR), da primeira geração de transgênicos da Monsanto ­ e mesmo pelas sementes convencionais (não transgênicas).

A pesquisa, feita com base em visitas de técnicos a campo e consultoria de universidades, levou em conta dados de 258 produtores e consultores em 27 municípios de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Tocantins e Piauí durante a safra 2014/15. 

No plano da agricultura, disse ainda Stédile, o …

No plano da agricultura, disse ainda Stédile, o capitalismo financeiro sequestrou a principal função social dessa atividade, que é a produção de alimentos para a reprodução da vida humana. “O capitalismo sequestrou essa função e transformou-a em um mero mecanismo de apropriação de riqueza. Houve uma nova divisão internacional da produção agrícola. Um grupo de aproximadamente 50 empresas decidiu, por exemplo, que o Brasil deveria passar a produzir fundamentalmente soja, carne de gado, etanol e celulose. No Brasil, 85% das terras cultivadas, se destinam só a cinco culturas: soja, milho, pastagem, cana de açúcar e eucalipto. Cerca de 70 mil proprietários de terra fizeram uma aliança com essas empresas para implementar esse modelo. A Argentina, que no século XX chegou a ser chamada de celeiro do mundo, hoje só produz soja”.

Outro documentário já “antigo” – Soja, em nome …

Outro documentário já "antigo" - Soja, em nome do progresso - mostra que já em 2005, há 10 anos, o avanço da soja preocupava ativistas. Um destaque interessante é olhar sobre o porto ilegal da Cargill, em Santarém. Depois de anos de briga judicial, quando os órgãos da Lei resolveram que o porto era ilegal, ele já estava pronto, e operando. O filme exibe ainda o momento em que Marina Silva, então ministra do meio ambiente, recebe a notícia sobre o assassinato de Irmã Dorothi durante uma visita a uma resex no Pará. O emocionante enterro desta vítima do agronegócio ajuda a compor o contexto do "progresso" trazido pela soja.

Ótimo documentário sobre as consequências da …

Ótimo documentário sobre as consequências da soja transgênica envenenada na ração animal europeia, passando pelos campos contaminados de glifosato na Agentina e chegando finalmente ao Acordo Transatlântico (TAFTA ou TTIP). Se aprovado, pode ser o fim da resistência regulatória europeia aos transgênicos.