V Encontro Maranhense de Agroecologia promove debates sobre soberania alimentar e denuncia uso de agrotóxicos como arma química

Por Roberta Quintino l Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

De acordo com os participantes, os agrotóxicos têm sido utilizados no Maranhão de forma alarmante, sendo comparados a armas químicas. Foto: Ingrid Barros

A comunidade de São Bento do Juvenal, em Peritoró (MA), nos dias 23, 24 e 25 de agosto, foi o palco do V Encontro Maranhense de Agroecologia (EMA). O encontro, que marca os 25 anos da rede de agroecologia do estado, é uma iniciativa da Rede de Agroecologia do Maranhão (Rama) em parceria com a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e reuniu mais de 100 representantes de diversas organizações e movimentos populares do estado na luta pela agroecologia. 

O EMA se destacou por suas rodas de conversas que abordaram temas alinhados à agroecologia e a luta contra os agrotóxicos, como a soberania alimentar e a importância dos territórios livres. Além disso, proporcionou um espaço para que os participantes compartilhassem suas experiências e ações comunitárias relacionadas à produção saudável de alimentos e troca de sementes. 

Em um dos momentos do encontro, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida trouxe à tona o debate sobre “O avanço do agronegócio e o uso dos agrotóxicos”. Durante esse debate, os representantes das comunidades denunciaram a prática constante de pulverização aérea nos territórios, apontando os impactos devastadores sobre o meio ambiente e a saúde da população local.

De acordo com os participantes, os agrotóxicos têm sido utilizados no Maranhão de forma alarmante, sendo comparados a armas químicas. As comunidades estão enfrentando a expulsão de suas terras e sofrendo com a incessante pulverização aérea, que tem resultado em adoecimento generalizado e que afeta até mesmo locais sensíveis como escolas. Esse cenário tem causado impactos na produção local e um agravamento das condições de vida da população.

Os participantes compartilharam suas experiências e ações comunitárias relacionadas à produção saudável de alimentos e troca de sementes. Foto: Ingrid Barros

Durante o encontro, foram destacadas as diversas denúncias já feitas acerca das violações do agronegócio contra as comunidades locais. A crescente violação no território devido ao uso de agrotóxicos reforçou a necessidade de um engajamento contínuo na luta por alternativas agroecológicas e por políticas que priorizem a saúde das pessoas e do meio ambiente.

Resistência 

Na ocasião, foi lançada a campanha estadual “Chega de Agrotóxicos” para mobilização da sociedade na busca de soluções sustentáveis para a produção de alimentos e para a preservação do meio ambiente, bem como, propor, a partir da iniciativa da sociedade civil, a implantação de uma lei popular para a redução de agrotóxicos.

Para a Campanha, a realização do V Encontro Maranhense de Agroecologia e os 25 anos de atuação da Rede de Agroecologia do Maranhão representa a consolidação de uma importante organização de resistência e mobilização no estado do Maranhão. 

Um comentário

  1. Nenhuma repercussão do evento na imprensa local. Lamentável.A campanha estadual “chega de agrotóxicos” é da maior importância.

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