O brasileiro consome em média 5,2 kg de veneno por ano através de alimentos produzidos com o auxílio de agrotóxicos
Manaus, 15 de Setembro de 2011
WALLACE ABREU
Na manhã desta sexta-feira (16), será lançado no Amazonas a campanha “Contra os agrotóxicos e pela vida” a partir das 8h no Auditório Senador João Bosco – Assembleia Legislativa do Amazonas, na capital do estado.
Preocupados com os prejuízos causados pelos agrotóxicos na saúde da população do Amazonas e no meio ambiente, o Sindicato dos trabalhadores da Pesquisa Agropecuária (SINPAF) em conjunto com parceiros dos movimentos sociais e instituições públicas realizará o evento em prol da conscientização contra o uso de agrotóxicos.
A Campanha Nacional se articula com a formação de comitês locais e o comitê do Amazonas será criado neste seminário por cidadãos ou instituições interessados na causa da soberania alimentar que se fizerem presentes.
O objetivo é alertar a sociedade para os prejuízos causados pelo uso de agrotóxicos em atividades agropecuárias na saúde e no meio ambiente e ao mesmo tempo construir iniciativas jurídicas, científicas, técnicas e sociais para construir barreiras contra o uso de agrotóxicos e para promover a alimentação saudável e adequada.
A campanha também pretende divulgar as diversas iniciativas já existentes de produção de alimentos saudáveis que proporcionem ao povo brasileiro soberania alimentar em contraposição ao modelo agrícola dominante que não respeita a saúde humana, o meio ambiente e as culturas locais.
“Alimentação saudável e adequada é direito constitucional do povo brasileiro desde 2010. No entanto, a população brasileira está longe da seguridade alimentar porque quando consegue ultrapassar os limites da fome, consume alimentos de má qualidade nutricional, industrializados por processos empobrecedores de nutrientes e de aditivos químicos maléficos à saúde, e cultivados em sistemas agrícolas predatórios e dependentes de insumos químicos e de agrotóxicos”, destaca Elisa Wandelli, pesquisadora da Embrapa.
“O seminário resultará do encontro entre agricultores, donas de casa, consumidores e instituições. Durante o evento vamos apresentar muitas alternativas para que possamos fazer uma produção agroindustrial sem a utilização destes agrotóxicos. O primeiro passo é mudar nossa postura política e social. É cobrar de nossos governantes, novas políticas para o setor”, conclui Wandelli.